ONG explicou que vídeo do EI mostra jovens encapuzados e armados com fuzis automáticos
Nove crianças recrutadas pelo grupo jihadista EI (Estado Islâmico) participaram da decapitação de nove muçulmanos xiitas, denunciou neste domingo (29) o Observatório Sírio de Direitos Humanos. A ONG explicou que o EI divulgou um vídeo que mostra os nove menores cortarem o pescoço de suas vítimas, maiores de idade, até decapitá-las. Elas foram assassinadas após ser acusadas de pertencer ao ramo xiita do islamismo.
Os menores, oito deles encapuzados nas imagens, estavam armados com fuzis automáticos. A ONG não informou o local, nem o momento das execuções. Um porta-voz do EI afirmou no vídeo que sua organização não esquecerá o que o “regime ímpio xiita” (em referência ao falecido presidente sírio Hafez al-Assad) fez na década de 80 com os muçulmanos da cidade de Hama.
— Não esqueceremos nenhuma gota do sangue dos muçulmanos que foi derramada nessa terra bendita [da Síria].
O extremista faz referência ao massacre realizado pelo governo em Hama em 1982 para sufocar uma rebelião do grupo islamita sírio da Irmandade Muçulmana. Segundo o Observatório, o Estado Islâmico recrutou pelo menos 400 menores de idade nas regiões que controla na Síria desde o começo deste ano, e os denomina “filhotes do califado”.
Estado Islâmico cria exército de crianças acostumadas a decapitar desde pequenas
O grupo extremista abriu escritórios para recrutamento de crianças em Al Mayadin e Albukamal, no leste da província síria de Deir al Zur. Além disso, procura menores que vivam perto de seus quartéis e os que freqüentam as escolas e mesquitas, além dos que assistem as execuções e punições do EI, como apedrejamentos, decapitações, crucificações e chicotadas. Os menores recrutados são submetidos a cursos de instrução militar e religião.