Data limite para se chegar a um acordo expira à meia-noite de 31 de março.
‘Ainda há temas difíceis’, diz secretário John Kerry.
A maratona de negociações entre os representantes das seis potências do grupo 5+1 e o Irã sobre o programa nuclear de Teerã avançou na noite desta segunda-feira (30) com o objetivo de se costurar um acordo horas antes do fim do prazo.
Durante o dia, os ministros das Relações Exteriores do Irã e das seis potências do grupo se sentaram na mesma mesa, em Lausanne, para superar os últimos obstáculos de um acordo político que seja “factível”.
“Ainda há temas difíceis. Estamos trabalhando duramente para resolvê-los. Vamos trabalhar até tarde e, obviamente, amanhã”, disse o secretário de Estado dos EUA John Kerry à emissora CNN em Lausanne, acrescentando que “todo mundo sabe o que significa amanhã”, quando a data limite para se chegar a um acordo expira à meia-noite de 31 de março.
A reunião, a primeira em que se reuniam chefes da diplomacia das seis grandes potências desde novembro passado, durou pouco mais de uma hora.
Faltando um dia para o fim do prazo para um acordo de princípios, ainda restavam vários obstáculos a vencer, afirmaram diplomatas ocidentais.
“Já é hora de tomar decisões” para fechar um acordo, avaliou a porta-voz do Departamento de Estado americano, Marie Harf, afirmando que Washington não se precipitaria “em concluir um acordo ruim”.
Ao fim do encontro, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, anunciou que deixaria Lausanne para atender a compromissos previstos em Moscou e seu porta-voz disse que ele voltaria na terça-feira “se houvesse uma possibilidade real de acordo”.
O objetivo das negociações é alcançar até esta terça-feira um acordo político sobre o programa nuclear iraniano, que permitiria em seguida negociar até 30 de junho um acordo definitivo com todos os detalhes técnicos.
Os diplomatas querem chegar a um acordo, no qual o Irã garanta sem sombra de dúvidas a natureza civil de seu programa nuclear em troca de uma suspensão das sanções internacionais que asfixiam sua economia há anos.
“Não temos nem ideia do que vai acontecer se não conseguirmos. Deveremos nos dar conta de onde estamos exatamente e decidir o que vai acontecer a seguir”. As opções de chegar a um acordo são de “50-50” por cento, acrescentou Harf.