País vive luto e aumenta segurança para rezar missa de Páscoa; agressor era filho de funcionário do governo.
NAIRÓBI – Após o atentado que matou 148 pessoas na Universidade de Garissa, no Quênia, algumas histórias insólitas vieram à tona. Segundo um informe do Ministério do Interior neste domingo, um dos terroristas do al-Shabaab no local era graduado em direito e filho de um funcionário do governo. Os corpos dos agressores foram exibidos pela cidade. Um outro possível ataque foi frustrado em Mombasa, enquanto a polícia aumentou exponencialmente a presença para as celebrações de Páscoa.
“O pai havia reportado às autoridades o sumiço do filho, e estava ajudando a polícia a rastrear seu paradeiro à época do ataque”, disse o porta-voz Mwenda Njoka em mensagem à Reuters. “Era um estudante brilhante, mas se envolveu com ideias malucas.”
Segundo a al-Jazeera, um dos terroristas mortos queria ir à Síria, mas teve o passaporte confiscado e resolveu se unir ao al-Shabaab.
Os ataques criaram uma rivalidade entre os mais de 80% de cristãos do país e a minoria islâmica. Declarações do presidente Uhuru Kenyatta mostraram os terroristas “profundamente entranhados”.

Em Garissa, os corpos dos terroristas foram exibidos em uma parada pública. Um vídeo da CNN mostra a população correndo para acompanhar os cadáveres sendo levados e hostilizados em picapes.
Em duas ocasiões, o Papa Francisco condenou os ataques a brutalidade da perseguição religiosa ao redor do mundo. Neste domingo, sua missa de Páscoa teve o atentado como um dos enfoques. Com medo de novos ataques, padres quenianos pediram um reforço para poderem rezar a missa dominical de Páscoa.
Em uma igreja na cidade portuária de Mombasa, religiosos foram retirados após uma unidade de prevenção de explosivos detectar um veículo suspeito perto. Até guardas particulares reforçam o local.
O al-Shabaab prometeu novos ataques “sangrentos” no Quênia.