Dez mil crianças podem ter sido separadas de suas famílias pelo Boko Haram; vídeos mostram estrangeiros liderando jihad
LAGOS, Nigéria — O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) relatou um aumento alarmante no uso de meninas e mulheres em atentados suicidas no Nordeste da Nigéria.
Segundo o Unicef, mulheres e crianças realizaram três quartos dos 26 ataques relatados em 2014 e os 27 registrados nos primeiros cinco meses de 2015.
“Crianças estão sendo usadas por adultos de maneira intencional, do modo mais abominável”, diz o órgão.
O Unicef não soube precisar quantas crianças e mulheres foram raptadas pelo Boko Haram, já que sequestros continuam a acontecer a cada semanas. O fundo estima que 743 mil crianças tenham sido atingidas pelas ações do grupo jihadista e que cerca de 10 mil estejam separadas de suas famílias.

O Unicef teme que as crianças raptadas sejam encaradas como potenciais ameaças e sofram em ações de retaliação contra o grupo.
Nesta terça-feira, uma investida do Boko Haram à cidade de Gubio, no estado de Borno, matou pelo menos 43 pessoas.
ESTRANGEIROS NAS FILEIRAS
Em um vídeo recebido pela Reuters, militantes com sotaque sudanês são ouvidos liderando execuções e chibatadas em pessoas no Nordeste do país, onde a organização tenta impor um autoproclamado califado aos moldes do Estado Islâmico. Segundo militares que viram as imagens, eles teriam posições de liderança.
O Exército disse que está analisando as imagens para estudar melhor a dinâmica interna do grupo. Em 2012, revelou-se que muitos jihadistas do Boko Haram receberam treinamento da al-Qaeda no Magreb Islâmico.