Ministro das Relações Exteriores da Turquia disse que combates devem começar em breve.
ANCARA — Drones americanos e aviões começaram a chegar a uma base aérea na Turquia perto da fronteira com a Síria, no prenúncio de um confronto intenso contra jihadistas do Estado Islâmico, informou o ministro das Relações Exteriores nesta quarta-feira. Em um encontro na Malásia com o secretário de Estado americano, John Kerry, MevlutCavusoglu disse que até agora nenhuma aeronave não tripulada tinha sido operada, mas que elas podem começar em breve.
— Atualmente, ao lado dos Estados Unidos, treinamos e equipamos a oposição moderada e também vamos começar nosso combate contra o Daesh em breve e de forma eficaz — afirmou o ministro, utilizando o acrônimo em árabe do EI.
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Segundo Cavusoglu, a ofensiva será apoiada por Damasco e em coordenação com o governo sírio. As primeiras missões de drones armados fora da Turquia começaram na semana passada e, segundo autoridades americanas, os militares estavam planejando incluir a operação de voos tripulados a partir do país.
Depois de meses de relutância, a Turquia autorizou no mês passado o início de bombardeios contra o Estado Islâmico na Síria e permitiu que aviões americanos utilizassem a base de Incirlik para operações contra os jihadistas. A posição mudou depois de vários ataques no território turco, alguns deles atribuídos ao grupo extremista, que possui o controle de vastas áreas do Iraque e da Síria.
Desde então, a Turquia também realizou ataques aéreos também contra o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) na região Norte do Iraque, encerrando um processo de paz entre o governo e os curdos em vigor desde 2012.
Nos últimos dias, membros do Exército Livre da Síria, que passaram por um programa de treinamento americanos para combater os jihadistas do EI, foram capturados pela Frente Nusram o ramo sírio da al-Qaeda. Em seguida, o ministro do Exterior sírio, Walid al-Moallem, afirmou que a luta contra os jihaditas deve ser coordenada com o país.
— Apoiamos qualquer esforço para combater o Daesh enquanto ele estiver em coordenação com o governo sírio. Caso contrário, é uma violação da soberania da Síria — disse al-Moallem em Teerã, onde está desde terça-feira.