O Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, expressou preocupação com relatos de uma maior intervenção militar da Rússia na Síria, em um telefonema no sábado, com o seu homólogo russo, disse o Departamento de Estado.
“O secretário deixou claro que, se tais relatórios foram precisos, essas ações poderiam resultar numa nova escalada do conflito, conduzir a uma maior perda de vidas inocentes, aumentar os fluxos de refugiados e confronto, pondo em risco a coalizão anti-ISIS em operação na Síria”, disse o departamento, usando um acrônimo para Estado islâmico.
Kerry e o ministro do Exterior russo Sergei Lavrov concordaram que as discussões sobre o conflito sírio continuariam em Nova York no final deste mês, segundo o departamento.
Vários relatos da imprensa na sexta-feira citaram autoridades norte-americanas como a descrição de um aumento das forças russas na Síria, ampliando o apoio militar de Moscou para o líder sírio, Bashar al-Assad em meio à guerra civil.
Citando funcionários não identificados da administração Obama, o New York Times relatou que a Rússia enviou uma equipe militar à Síria e enviou unidades habitacionais pré-fabricados para centenas de pessoas para um campo de pouso sírio e entregou uma estação portátil de controle de tráfego aéreo lá.
O Times informou que algumas autoridades norte-americanas disseram que o alojamento temporário sugeriu que a Rússia poderia implantar até 1.000 consultores ou outros militares para o aeroporto que serve em Latakia, principal cidade portuária da Síria.
Um levante contra quatro décadas de governo da família Assad eclodiu em 2011 e se transformou em uma guerra civil em que militantes islâmicos tornaram-se o elemento mais forte lutando contra Damasco.
Lavrov disse no mês passado que os Estados Unidos deveriam cooperar com Assad, um aliado de longa data de Moscou, para lutar contra o Estado Islâmico do Iraque e da Síria (ISIS) forças que tomaram porções do norte e leste da Síria.
Os Estados Unidos e a Rússia estão em desacordo sobre a guerra civil na Síria, onde a Rússia tem apoiado Assad, enquanto os Estados Unidos querem uma transição política para acabar com seu governo.