Israel volta atrás e diz que ex-líder colono continua sendo sua indicação para embaixador

Governo brasileiro havia rejeitado nomeação de Dani Dayan.

JERUSALÉM — O Ministério das Relações Exteriores de Israel informou nesta quinta-feira que o ex-líder colono Dani Dayan continua sendo a sua escolha como embaixador para o Brasil. Apenas uma hora antes, o próprio ministério divulgou um comunicado dizendo que estava à procura de um novo nome após meses de impasse com Brasília sobre a controversa nomeação. O governo atribuiu as diferentes versões a um erro técnico.

Mais cedo, o departamento de recursos humanos do Ministério do Exterior publicou um concurso para as embaixadas em Brasília, Asmara (na Eritreia) e Budapeste.

— Nesta manhã, o departamento de recursos humanos do Ministério das Relações Exteriores publicou um concurso para o cargo de embaixador em Brasília. Isso significa que Dani Dayan não é mais o nosso candidato para o cargo — disse uma autoridade diplomática ao jornal “The Times of Israel”.

O porta-voz do ministério Emmanuel Nahshon chegou a confirmar em uma mensagem por WhatsApp aos repórteres que um “novo concurso para o cargo de embaixador no Brasil” tinha sido publicado. Logo depois, no entanto, ele disse que a mensagem original estava errada e que o “cargo de embaixador no Brasil não está vago”.

Ex-presidente de um conselho que representa colonos da Cisjordânia, Dani Dayan foi nomeado em setembro do ano passado sem consulta prévia às autoridades brasileiras, gerando um impasse diplomático entre os dois países.

Após a indicação surpresa de Dayan, o Brasil passou meses sem dar resposta, o que sinaliza um veto “silencioso”, esperando que o primeiro-ministro isralense, Benjamin Netanyahu, abandonasse a insistência e nomeasse outro diplomata ao posto.

Em janeiro, no entanto, o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, quebrou o silêncio sobre a posição do Planalto. Em entrevista ao “Espaço Público”, da TV Brasil, Garcia afirmou que a indicação por parte do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu foi um “passo em falso”.

O assessor admitiu ainda que um motivo de complicação para a escolha de Dayan é o fato de este ser um apoiador dos assentamentos em territórios palestinos, o que o Brasil e grande parte da comunidade internacional condenam.

Israel capturou a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza — territórios reivindicados pelos palestinos para seu futuro Estado — na guerra de 1967. Enquanto Israel retirou-se de Gaza em 2005, cerca de 600 mil israelenses vivem hoje na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/israel-volta-atras-diz-que-ex-lider-colono-continua-sendo-sua-indicacao-para-embaixador-no-brasil-18895951#ixzz43Hd9AHBb
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