Imagens da morte circulam nas redes sociais; ela foi acusada e condenada por matar o marido por uma corte irregular talibã
RIO – Um vídeo que mostra a execução pública de uma mulher, acusada e condenada por matar o marido por uma corte irregular talibã, no Afeganistão está circulando nas redes sociais, informou a rede britânica BBC. Segundo autoridades afegãs, as imagens foram captadas na província de Jowzjan entre um e dois meses atrás.
No vídeo, uma multidão ouve o veredicto contra a mulher, sentada no chão vestindo uma burca, e logo depois ela é executada com um tiro na nuca. Mortes similares já foram alvo de condenação pela comunidade internacional no passado.
Quando estava no poder no Afeganistão no anos 1990, o talibã costumava executar publicamente mulheres – geralmente acusadas de adultério – no principal estádio da capital Cabul. As mortes, no entanto, não pararam com o fim do domínio da milícia sobre o país.
No ano passado, uma mulher foi apedrejada até a morte na província de Ghor depois de ser acusada de adultério. Já em agosto de 2011, uma mulher e um homem com quem ela se envolveu também foram apedrejados e mortos na província de Kunduz. Na época, um porta-voz do talibã defendeu a execução afirmando:
“Qualquer um que conhece o Islã sabe que o apedrejamento está no Corão e que esta é a lei islâmica. Há pessoas que chamam isso de desumano, mas ao falarem isso estão insultando o profeta. Eles querem trazer pensamentos estrangeiros para esse país”.
Linchamentos não são incomuns no Afeganistão. Em março passado, uma mulher chamada Farkhunda Malikzada foi espancada e queimada viva no centro de Cabul depois de ser falsamente acusada de queimar um exemplar do Corão. O assassinato desencadeou protestos pelo país e levou a uma condenação global do tratamento dispensado às mulheres afegãs.
Fonte: O Globo