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Sob Obama, EUA entram na Lista de Países que Perseguem Cristãos

No Mapa da Vergonha aparecem os países que perseguem os cristãos no mundo, feito pelo International Christian Concern, no relatório de 2016.

O destaque do relatório de 2016 é que pela primeira vez os Estados Unidos, sob administração do Obama, entraram no Mapa da Vergonha.

O texto mostra uma mudança cultural no país que se volta contra os cristãos.

Os países onde há mais perseguição aos cristãos são os de praxe: Iraque, Síria e Coréia do Norte.

Vejam todo o relatório da perseguição aos cristãos, clicando aqui.

Abaixo vai o texto sobre os Estados Unidos que relata alguns casos de perseguição sofridos pelos cristãos nos Estados Unidos:

On June 11, 2016, Omar Mateen, a US-based radical Muslim, attacked a gay nightclub in Orlando, killing 49 and injuring 53 more. In a call to 911, he clearly laid out his motivation. The attack
was driven by his allegiance to ISIS and desire for retribution for attacks on ISIS. Incredibly, after the attack, numerous high profile media outlets blamed the attacks on what they perceive as the anti-LGBTQ atmosphere that Christians have created. 
In short, Christians in the US are facing constant attacks in the media, where they are portrayed as bigoted, racist, sexist, and close- minded. The characterization in the media may be translating into direct attacks as well. The First Liberty Institute, the largest legal organization in the US dedicated exclusively to protecting religious freedom, documents such actions and reports that attacks on religion doubled between 2012 and 2015.
More importantly, Christians and all religious people are being marginalized through the law.
From the case of a Christian football coach suspended for praying at the 50-yard line, to Christian business owners forced to pay a $135,000 fine for declining to bake a cake for a same-sex wedding, t
he number of troubling cases directed towards Christians has exploded.
In 2011, InterVarsity Christian Fellowship lost their official recognition as a student organization in all of their respective chapters across 23 California public colleges. This occurred because the
Christian organization required their respective leaders to uphold a doctrinal statement of Biblical principles, which allegedly conflicted with California State universities’ policies. After four years of embattled negotiations, InterVarsity regained their official recognition in June 2015.
 In 2014, Eric Walsh was terminated one week after being hired by the Georgia Department of Public Health (DPH). The basis of termination was alleged undisclosed income from prior employment in California.  However, the Georgia DPH knew that Walsh was a Christian preacher outside of work and went to great lengths to review and investigate the content of his sermons posted on YouTube. Georgia officials have even requested copies of Walsh’s sermons, despite prior statements that the termination had nothing to do with his religious views or affiliations.
Walsh is currently suing the Georgia DPH for wrongful termination and religious discrimination.
The rise of these cases stems partly from a broad cultural shift towards secularism. The Pew Foundation found that those identifying as non-religious in the US rose by seven percent, to 23 percent of the total US adult population within just seven years (2007 to 2014).
Anti-Christian entities have been able to leverage the growing secularization of society and culture to their advantage, utilizing the courts as a preferred venue to gradually marginalize and silence
Christians. Using the cudgel of “equality,” secular forces in and out of the courts have worked to create a body of law built from one bad precedent after another. Claims of intolerance and inequality are used to fundamentally distort the clear intent of the First Amendment.
 The Founders carefully and deliberately placed religious freedom as the first liberty because it encompasses several fundamental rights including thought, speech, expression, and assembly. The First Amendment explicitly grants freedom of religion, not freedom from religion. The essential aim is to protect the right of citizens to practice religion in the public square.
Decades of accumulated poor judicial decisions and precedents have twisted the First Amendment so that the courts, in defiance of the Founders, are pushing religion out of the public square, and into the small space of private expression. In essence, the courts are deciding that you only have full religious freedom and expression in the church and your home. In the public domain, your religious views and thoughts must be restrained and controlled.
This trend is extremely worrying in the country that has long held the ideal of religious liberty.
While there is no comparison between the life of a Christian in the US with persecuted believers overseas, ICC sees these worrying trends as an alarming indication of a decline in religious liberty in the United States.
FONTE: http://thyselfolord.blogspot.com.br/2017/01/sob-obama-eua-entram-na-lista-de-paises.html

Iémen: A guerra esquecida

Por Mohammed Shaikhibrahim

A euronews acompanhou o exército regular numa das frentes de batalha. Chegámos à província de Lahj, no sul. A partir desta região tentam chegar à capital, que está nas mãos dos rebeldes desde 2014.

Mothana Ahmed é um oficial do exército nacional. “Queremos garantir ao nosso povo que está em todo oIémen que não o vamos abandonar, vamos recuperar cada centímetro de terra e vamos continuar a progredir até à erradicação do último dos Houthis e das forças leais ao antigo presidente Ali Abdullah Saleh”, afirma Ahmed.

Em resposta à aliança de circunstância entre Houthis e o expresidente Saleh, a coligação árabe liderada pela Arábia Saudita passou a apoiar as tropas regulares.
Os ataques aéreos, a chamada “Operação Tempestade Decisiva”, começaram a 25 de março de 2015.

E foi através destes raides que o exército conseguiu recuperar o controlo de Aden.
A cidade no sul do país tem uma enorme importância estratégica nesta guerra.
Está muito próxima do estreito de Bad al-Mandeb, o principal ponto de passagem dos navios internacionais.

O governador de Aden, Adrous al Zoubaidi garante que “estamos prontos para libertar todas as cidades do Iémen que estão nas mãos dos Houthis, com todos os meios à nossa disposição, legais, pacíficos e militares. Estamos prontos a libertar a honra e a religião das mãos dos Houthis porque são um grupo rebelde que se afasta do consenso do povo iemenita e das suas tradições, com o apoio externo do Irão”.

No meio deste caos há ainda um terceiro grande protagonista.
A Al-Qaeda tem uma forte presença também nas cidades do sul do país.
O grupo extremista é responsável por vários atentados que visam, sobretudo, os soldados fiéis ao presidente eleito Abed Rabbo Mansour Hadi.

Sana, a capital nas mãos dos rebeldes

Seguimos para o centro, até à capital Sana, controlada pelos Houthis desde 21 de setembro de 2014. Um controlo total apoiado por dezenas de milhares de combatentes do grupo Ansar Allah. Foi adotada uma espécie de nova constituição que fez do Comité Revolucionário, liderado por Mohammed Ali al-Houthi, a mais alta autoridade.

“Estamos dispostos a lutar até ao fim, até à independência total do nosso país, libertá-lo de toda a ingerência estrangeira, de forma a vencer os invasores da nossa terra. Mas quem são os derrotados desta guerra? Os derrotados são os filhos dos povos árabes e muçulmanos. No sul, os nossos inimigos estão a dar apoio a grupos terroristas enquanto fingem que os estão a combater”, garante Mohammed Ali al-Houthi.

Os Houthis têm um enorme apoio em Sana e conseguiram a difícil tarefa de juntar as mais importantes tribos, ou seja, o coração da sociedade iemenita. Além disso, muitos chefes militares juntaram-se ao movimento.

O líder do Comité Revolucionário acredita “a Arábia Saudita não entrou nesta guerra por vontade própria: recebeu ordens para liderar esta guerra. Acreditamos são os Estados Unidos que a estão a controlar. São eles que coordenam as operações militares, que definem os alvos a ser bombardeados pelos aviões.”

Os Houthis regem-se por vários slogans: “Morte a Israel. Morte aos americanos e aos amaldiçoados que apoiam os judeus. De acordo com vários relatórios, o movimento também conta com ajuda dos libaneses do Hezbollah.
A nível militar, grande parte dos meios são fornecidos pelas forças fiéis ao antigo presidente Ali Abdullah Saleh. Apesar de ter sido deposto após a revolução de 2011, continua ser uma das principais figuras do país.

Mas as dúvidas são muitas. Um habitante de Sana pergunta porque “tanta destruição…Porque apareceu esta revolta na sociedade do Iémen? Quais são os objetivos desta revolta? E onde nos vai levar? Estes ataques destruiram completamente o país. Até agora não tivemos nada de positivo. Esta agressão liderada pela Arábia Saudita contra nós é injusta. Poderiamos dar uma resposta mais forte mas a grande questão é: porque é que lutamos uns contra os outros?”

Saada, o berço movimento Houthi

A nossa viagem pelo Iémen continua em direção a Saada.
No extremo norte do país, foi nesta cidade que nasceu o movimento Ansar Allah, foi daqui que sairam os primeiros Houthis. Saada foi palco de várias guerras durante o antigo regime.
E agora, mais uma vez, volta a estar no centro de um conflito. Os efeitos da guerra são visíveis em todos os cantos e esquinas da cidade.

O enviado da euronews ao Iémen, Mohamed Shaikhibrahim lembra que “Saada tem um papel muito importante. Para além de ser o principal bastião do movimento Ansar Allah, é uma das cidades mais próximas da fronteira com a Arábia Saudita, o que a torna numa das zonas mais afetadas pelos combates”.

Aqui o nível de simpatia e apoio aos Houthis aumentou nos últimos anos por causa do cerco e destruição a que a cidade foi sujeita ao longo de todos estes anos de conflito.
Um morador da região garante que “o Iémen tem homens fortes e o Iémen vai ser um cemitério para os invasores. Não vamos permitir que avancem para dentro das nossas fronteiras. Vão ser derrotados nesta guerra”.

A Arábia Saudita acusa os Houthis de violar as fronteiras e bombardear as cidades fronteiriças, para além de ocupar os postos de controlo sauditas. Acusações negadas pelos Houthis que garantem que apenas se estão a defender dos bombardeamentose ataques a milhares de civis.

Rasha Mohamed, investigadora da Amnistia Internacional afirma que “todas as partes estão a cometer crimes de guerra: tanto a coligação, como os Houthis, como os grupos anti-Houthis que estão a lutar no terreno. Fomos a todas as regiões, temos dados de ataques no terreno realizados por grupos armados em Aden e em Taiz. Somos obrigados a dizer que nesta altura todas as partes envolvidas cometeram crimes de guerra e devem ser condenados imediatamente pela comunidade internacional”.
De acordo com relatórios de vários organismos internacionais, nomeadamente da Human Rights Watch ou a Amnistia Internacional, entre os arsenais estão bombas de fragmentação que foram largadas em áreas residenciais, provocando a morte e ferimentos em centenas de civis.

Iémen: O paraíso para os negociantes de armas

No Iémen qualquer cidadão comum pode ter uma arma, quase todo o tipo de armas.
Algumas são interditas pelas leis internacionais em zonas habitadas. De acordo com os mesmos documentos, a quantidade de bombas e mísseis que atingiram as diferentes regiões do Iémen não estão de acordo com chamados os princípios de proporcionalidade e de prevenção, princípios que fazem parte das regras da guerra entre as nações.

O enviado da euronews ao Iémen, Mohamed Shaikhibrahim explica que “de acordo com as autoridades locais, os especialistas iemenitas têm muitas dificuldades para lidar com os mísseis e bombas, especialmente com as bombas de fragmentação. O trabalho de desminagem e desarmamento dos engenhos exige equipamentos especiais, que não existem no país por causa do bloqueio a que o Iémen está sujeito”.

Os Houthis acusam a Arábia Saudita e os países da coligação de utilizar vários tipos de armas internacionalmente interditas contra civis e exigem que seja feito uma investigação internacional. O general Yahya al Houthi garante que “entre as bombas utilizadas encontrámos algumas de origem britânica outras francesas, mas a maioria vem dos Estados Unidos. O que foi largado no Iémen, sobretudo na província de Marib, são bombas químicas, bombas de fósforo branco para além de bombas de fragmentação”.

Sempre acompanhados por elementos do grupo Ansar Allah, visitámos uma das montanhas que circundam a capital Sana. Os rebeldes garantem que a região de Jebel faj Attan foi atingida por bombas de neutrões e que provocaram uma enorme destruição na região.

Durante esta visita não nos foram mostradas quaisquer provas sobre a utilização deste tipo de arma de destruição em massa.

Mas o coronel Abdalillah Al Mutamayz afirma que “os especialistas identificaram o tipo de arma usada aqui e garantiram-nos que se tratou de uma bomba de neutrões uma vez que provocou muitos estragos, as montanhas transformaram-se em fragmentos perigosos e atingiu quem morava nas proximidades”.

Esta informação não foi confirmada por qualquer entidade independente e muitos especialista garantem que é impossível tratar-se de uma bomba de neutrões tendo em conta tipo de destruição.
De qualquer forma, a área atingida pela explosão ultrapassa os dois quilómetros. Quanto às vítimas, são centenas, de acordo com fontes do Ministério da Saúde.

Os relatórios divulgados pelas forças da coligação garantem que os bombardeamentos tinham como objetivo destruir depósitos de armas escondidos nas montanhas. Além disso, a força das explosões foi potenciada pelo arsenal que existia nesses depósitos dos Houthis e forças fiéis a Ali Abdullah Saleh.

Um país a morrer de fome

As consequências desta guerra, que conheceu um frágil cessar fogo que não fui nunca respeitado, para a população são devastadoras. A maior parte das cidades do Iémen foram palco de combates. O sofrimento dos civis é impossível de contabilizar e aumenta a cada dia uma vez que os bens de primeira necessidade são escassos.

Um morador da capital explica que “com o bloqueio não tenhos farinha para fazer pão, a água é racionada e não há outros alimentos. A fronteira principal foi bloqueada, a entrada da cidade de Hodeida foi fechada e não entram os navios com ajuda humanitária. As centrais eléctricas do Iémen foram destruídas”.

O Iémen já era considerado um dos países árabes mais pobres, mas guerra agravou o cenário: dos 26 milhões de iémenitas, 21 milhões vive em condições de pobreza. Entre eles 9 milhões sobrevive em condições de miséria sem nada para comer. Um outro morador garante que “há crianças que morrem por causa da seca. Não somos capazes de lhes dar nem sequer um copo de leite. Já vi crianças a morrer à fome, mulheres que abortam porque não ter o que comer. Não temos qualquer tipo de cuidados básicos”.

Muitos iemenitas atingidos por este conflito fazem manifestações semanais em frente às instalações daONU na capital para pedir ajuda e exigir a intervenção da comunidade internacional.

Al Mufti Taiz Sheikh Aqil ibn Sahl, é um dos ansiões de Sana e faz muitas perguntas :
“O que fazem as Nações Unidas pelo Iémen? O que tem feito por nós? Até agora têm sido incapazes de levantar o bloqueio e ajudar-nos com alimentos, medicamentos ou segurança. O que vamos fazer? “

Do lado da ONU há muitas justicações para esta falta de ação. Jamie McGoldrick, representante das Nações Unidas garante que “as restrições à importação de alimentos, medicamentos e combustíveis são difíceis de contornar para o público em geral mas também para nós. Além disso, fizemos um pedido à comunidade internacional de mil e 800 milhões de dólares para ajuda humanitária. Nesta altura, estamos no quinto mês do ano e recebemos apenas 16%.”

Milhares de pessoas foram obrigadas a abandonar as próprias casas. Outras tantas deixaram mesmo de ter casas. Sobrevivem nos campos de refugiados…onde não existe quase nada. De acordo com as últimas estimativas da ONU, no Iémen há quase três milhões de deslocados.

Uma refugiada entrevistada pela euronews explica que “não temos nada aqui. Não temos roupa, não temos comida, não temos água. A nossa situação é muito difícil, sofremos muito, comemos lixo, temos muitas doenças, passamos fome. Não conseguimos ir aos hospitais. Não nos resta mais nada a não ser pedir a ajuda de Deus…”

http://pt.euronews.com/2016/06/03/iemen-a-guerra-esquecida/

A tragédia no meio do negócio de armas: Porque não se fala do Iémen?

Contam-se mais de seis mil mortos, metade deles civis. Milhões de habitantes tiveram de abandonar as suas casas. 83% da população necessita de ajuda urgente. E, no entanto, o mundo parece prestar pouca atenção ao que se passa no Iémen, um país que há mais de um ano é dilacerado por uma guerra civil.

A negligência mundial traduz-se por este simples facto: a ONU tentou recolher fundos para acudir a um povo faminto e obteve apenas 16% do que solicitou.

O jornalista da euronews Mohammed Shaikhibrahim foi até ao Iémen, onde encontrou as partes em conflito: por um lado, o governo apoiado por uma coligação árabe; por outro, os Houthis, um movimento rebelde coadjuvado por desertores do exército. Numa reveladora reportagem, mostra até que ponto este país está destruído, fala com civis que tentam sobreviver ao fogo cruzado, observa o armamento que está a ser utilizado, incluindo bombas de fragmentação e mísseis, supostamente fornecidos por países ocidentais e pelo Irão. Para ver, em duas partes: “Iémen: A guerra esquecida” e “Iémen: O paraíso para os negociantes de armas”.

Mohammed Shaikhibrahim dá ao Insiders um relato pessoal da experiência que viveu numa sociedade “preparada para o combate” (“A guerra faz parte da cultura iemenita“).

O Insiders dá também voz a Pieter Wezeman, especialista em armamento do SIPRI – o Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo -, que salienta o papel da Europa, da Arábia Saudita e do Irão neste conflito (“O bloco europeu é um grande fornecedor de armas ao Médio Oriente”).

http://pt.euronews.com/2016/06/03/a-tragedia-no-meio-do-negocio-de-armas-porque-nao-se-fala-do-iemen/

Vergonha para a Humanidade

Nos últimos dias, centenas de civis morrem em crimes de guerra na Síria

Na tarde de quarta-feira, duas bombas de barril, artefato dos mais destrutivos e letais, foram lançadas contra prédios de uma área civil em Aleppo, no Noroeste da Síria. O responsável pelo ataque esperou que as equipes de emergência pudessem transportar os que restavam vivos para o hospital al-Quds, onde médicos e enfermeiros começaram a trabalhar freneticamente para socorrê-los e famílias se amontoaram no portão de entrada em busca de informações sobre parentes feridos. Minutos depois, lançaram a terceira bomba sobre unidade.

Entre os mais de 50 corpos retirados dos escombros, até a tarde de ontem, estava o do único pediatra restante na cidade, doutor Wasem Maaz. Como outros mortos no ataque, ele trabalhava voluntariamente. Muitas das crianças sob seus cuidados também morreram, soterradas no prédio reduzido a ruínas. As cenas são chocantes demais para serem exibidas, mas não podem ser ignoradas pela História. São registros da barbárie ocorrida sob os olhos da comunidade externa. O ataque aconteceu durante um cessar-fogo que deveria ser mantido até o fim das negociações de paz, ainda infrutíferas, em Genebra.

Em entrevista à coluna, por telefone, o presidente da Médicos Sem Fronteiras espanhola, responsável pelas operações da organização na Síria, José Antonio Bastos, vê no ataque uma ação premeditada e proposital contra agentes de ajuda humanitária e de saúde, como tática de guerra.

Diante do impasse em Genebra sobre sua permanência no poder, o presidente Bashar al-Assad, que tem apoio da Rússia, intensificou bombardeios nos últimos dias para tentar cercar o leste de Aleppo e estrangular a oposição, deixando-a sem saída e sem acesso a suprimentos, comida, assistência humanitária ou médica, matando-a aos poucos — e a população, já exausta e faminta, com ela.

Centenas de civis morreram nos ataques dos últimos dias. “Embora não haja evidências sobre quem é o responsável por este ataque, nós sabemos que Assad tem usado bombas de barril contra alvos civis. No contexto da guerra na Síria, somente seu Exército e aliados dispõem de força aérea, e os ataques ocorreram contra áreas da oposição. Com isso, aliado ao fato de que temos testemunhado uma tentativa do governo de cercar Aleppo, é possível afirmar que, provavelmente, o ataque ao hospital faz parte dessa ofensiva”, disse Bastos. “Esse hospital era um dos mais antigos ainda em operação e todas as partes desse conflito sabiam de sua existência e localização, o que nos leva a crer que foi ataque deliberado.”

Diante dos ataques dos últimos dias, as equipes médicas estavam operando com toda o pessoal. “Nós sabíamos que uma ofensiva maior estava por vir”, disse Jose Antonio. Mas ninguém poderia imaginar que seria contra o hospital. “Já não há como estar seguro em Aleppo.” Antes uma cidade moderna de cinco milhões de habitantes, Aleppo tem hoje 250 mil civis sitiados pelos confrontos e aterrorizados. Até o ataque ao hospital, restavam apenas 25 médicos na cidade. No mês passado, ao menos quatro outros hospitais foram atacados.

Nos últimos anos, as atrocidades do Estado Islâmico chocaram o mundo e serviram para criar um clima de terror com o qual o grupo conquistou avanços. Mas o horror beneficiou sobretudo o governo de Assad.

“Todas as partes do conflito cometeram agressões contra civis. A violência do EI é bem conhecida, mas enquanto o mundo estava preocupado com o grupo, em termos quantitativos e no que diz respeito ao uso de bombas de barril… O governo sírio tem mais a ser responsabilizado”, diz José Antonio. “O nível de violência e desumanidade é geral, mas o número e a violência dos ataques pelo governo sírio têm sido maiores.”

Nos conflitos, equipes de busca e resgate, hospitais e áreas onde há civis devem ser poupados, segundo as convenções de Genebra, e ataques contra tais alvos são crimes de guerra.

“Bombardear um hospital é, em qualquer circunstância e sem sombra de dúvidas, um crime de guerra. Mas um ataque como este, sem nenhum alerta prévio e da forma premeditada como tem sido feito, com uma bomba lançada no hospital onde feridos, equipes de resgate e de saúde, além de famílias, se aglomeravam como consequência de dois outros ataques anteriores, vai muito além. É uma vergonha para a Humanidade.”

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/vergonha-para-humanidade-19201867#ixzz47JlBchaC
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Pena de morte bate recorde global dos últimos 25 anos, diz ONG

O ano passado registrou o recorde de execuções penais no mundo dos últimos 25 anos. Em 2015, pelo menos 1.634 pessoas sofreram a pena de morte nos cinco continentes, índice que representa um aumento de 54% frente ao ano anterior. E, embora a onda de oposição à pena capital ganhe força em termos políticos, alcançando mais de dois terços dos países, os severos métodos de execução e o número de pessoas que ainda devem enfrentar execuções no mundo continuam a preocupar organizações internacionais.

De todas as execuções registradas em 2015, quase 90% se concentram em apenas três países: Irã, Arábia Saudita e Paquistão. O relatório ressalta que, embora quatro países tenham abolido completamente a pena de morte no ano, as execuções sauditas cresceram em 76% na comparação ao ano anterior, alcançando pelo menos 158 pessoas.

Já o governo iraniano aplicou a pena capital a pelo menos 977 pessoas neste período, em sua maioria por conta de crimes relacionados a drogas. Segundo a Anistia Internacional, a execução de infratores juvenis — que cometeram crimes antes dos 18 anos — no Irã viola a legislação internacional.

Além dos crimes ligados às drogas, a maioria das execuções pelo mundo foram decorrentes de adultério, blasfêmia, corrupção, sequestro e questionamento das políticas de líderes nacionais. Após a condenação, os métodos de execução variaram entre decapitação, enforcamento, injeção letal e fuzilamento.

Nos próximos anos, outras milhares de mortes deverão ser levadas a cabo por diferentes governos. Em 2015, pelo menos 1.998 pessoas foram levadas ao corredor da morte para esperar o dia da sua execução — situação em que, no fim de 2015, se encontravam pelo menos 20.292 pessoas pelo mundo.

No entanto, não se sabe quanto o número global de pessoas executadas ainda pode ser maior, já que a China não divulga as suas execuções. Organizações internacionais acreditam que milhares de pessoas sejam executadas ao ano no país, que é considerado o maior aplicador da pena de morte do mundo.

Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/mundo/pena-de-morte-bate-recorde-global-dos-ultimos-25-anos-diz-ong-19027489.html#ixzz453X9ZvCK

Um terço das crianças sírias nasceu durante a guerra, aponta Unicef

Cerca de 7 milhões vivem em condições de pobreza.

AMÃ, Jordânia — Mais de 80% das crianças sírias foram afetadas nos cinco anos de guerra no país, apontou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nesta segunda-feira. Cada vez mais menores são forçados a trabalhar, se unir a grupos armados ou a se casarem jovens. Cerca de 7 milhões de crianças vivem em condições de pobreza.

Um terço dos sírios menores de 18 anos, ou cerca de 3,7 milhões de menores, nasceram depois da revolta contra o presidente Bashar Assad, que eclodiu em 2011 e se transformou em uma guerra civil.

A Unicef disse que tinha verificado quase 1.500 crimes graves contra crianças em 2015, incluindo assassinatos e sequestros. A agência acredita que o número real é ainda maior.

Desde o início do conflito, mais de 250 mil pessoas morreram e quase metade dos 23 milhões de habitantes do país foram deslocados.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/um-terco-das-criancas-sirias-nasceu-durante-guerra-aponta-unicef-18869835#ixzz42siE0mdH
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Liberdade de religião está cada vez mais comprometida

Os cristãos estão cada vez mais impossibilitados de se reunirem para adorar a Deus

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De acordo com informações da agência de notícias Associated Press, 86 pessoas foram mortas em ataques do Boko Haram, só no mês de janeiro, na Vila Dalori, e em alguns campos de refugiados no nordeste da Nigéria. Em um dos ataques, três mulheres-bomba estavam entre os militantes islâmicos. O relatório indica que os militantes do Boko Haram estavam fortemente armados e resistiram às forças militares durante um bom tempo. Os sobreviventes disseram que a polícia demorou demais a chegar e agora temem novos ataques.

“Enquanto os militares nigerianos lutam contra o Boko Haram, nas principais cidades do norte do país, o grupo continua crescendo e se estabelecendo, tão perigoso e tão brutal como nunca. Eles têm os focos principais e determinam as regiões que vão atacar, então aumentam o número de homens-bomba e suicidas. O crescimento desse grupo extremista tem surpreendido os nigerianos e compromete seriamente a liberdade de religião nessas terras, especialmente porque o governo não consegue mais garantir a segurança dos cidadãos de forma geral. Eles parecem atacar à vontade. Os cristãos estão cada vez mais impossibilitados de se reunirem para adorar a Deus”, explica um dos analistas de perseguição.

A Nigéria está em 12º lugar na Classificação da Perseguição Religiosa deste ano e as principais fontes de perseguição são o extremismo islâmico e numa extensão menor: defesa tribal, corrupção organizada e a criminalidade. A perseguição está focada em todos os tipos de cristianismo em muitos estados do norte. O nível de pressão sobre os cristãos na Nigéria é comparável ao do ano passado e a violência continua bem alta. Ore por essa nação.

Leia também
Portas Abertas visita cristãos no nordeste da Nigéria

https://www.portasabertas.org.br/noticias/2016/03/liberdade-de-religiao-esta-cada-vez-mais-comprometida

Em três meses, Grécia recebeu quase meio milhão de migrantes

Quase meio milhão de migrantes ilegais chegaram à Grécia nos últimos três meses de 2015, informou nesta quinta-feira (10/03) a missão europeia de fronteiras, Frontex. A maioria teria tomado a chamada rota dos Bálcãs rumo a outros países da União Europeia.

A agência registrou 484 mil casos na rota do leste do Mediterrâneo até a Grécia, através da Turquia, entre outubro e dezembro do ano passado, e 466 mil na rota dos Bálcãs. Muitos destes teriam atravessado a fronteira da Croácia, através da Sérvia, para reentrar no território da União Europeia (UE).

Esses dados elevaram o número de travessias ilegais da fronteira da UE para 978,3 mil no último trimestre de 2015, atingindo um novo recorde desde que a Frontex iniciou a coleta de dados, em 2007. Dos que chegaram à Grécia, majoritariamente nas ilhas próximas à costa da Turquia, 46% eram de refugiados sírios, e 28%, de afegãos.

A agência registrou uma queda na chegada de migrantes à Itália a partir da Líbia, mas observou, em contrapartida, um aumento dos que partiram do Marrocos rumo à Espanha, ainda que a quantidade desses casos seja considerada baixa.

Refugiados se acumulam nas fronteiras da Grécia

Foram registradas 2,8 mil travessias ilegais através da rota do oeste do Mediterrâneo no último trimestre de 2015, configurando um número recorde para essa época, duas vezes maior do que no mesmo período de 2014.

Turquia: acordo não é retroativo

O ministro turco para Relações com a União Europeia, Volkan Bozkir, afirmou nesta quinta-feira que o acordo firmado entre Ancara e Bruxelas no início da semana, que prevê a readmissão de migrantes em solo turco, não é válido para os que já se encontram na Grécia, mas apenas para os que lá chegarem após o pacto entrar em vigor.

Citado pela agência estatal de notícias Anadolu, Bokzir disse que o número de migrantes que o país aceitará de volta será de milhares ou dezenas de milhares, mas não de milhões.

Ele afirmou que seu país vai cumprir suas obrigações para obter a liberação dos vistos de viagem para a UE até o dia 1º de maio. O bloco prometeu enviar 6 bilhões de euros para ajudar a Turquia a lidar com o grande fluxo de refugiados e acelerar as conversações sobre o processo de adesão do país à UE.

Ancara, por sua vez, se comprometeu a conter o fluxo migratório para o continente. Mais de 130 mil migrantes teriam chegado à Europa nos primeiros meses de 2016, segundo estimativas da ONU.

RC/rtr/afp

http://www.dw.com/pt/em-tr%C3%AAs-meses-gr%C3%A9cia-recebeu-quase-meio-milh%C3%A3o-de-migrantes/a-19106045

Dias de migração irregular chegaram ao fim, diz Tusk

Após cúpula da UE, presidente do Conselho Europeu cita avanços em negociações com Turquia em troca de ajuda para conter fluxo migratório. Países do bloco analisam propostas de Ancara até encontro na próxima semana.

Os chefes de Estado e governo da União Europeia (UE) concordaram nesta segunda-feira (07/03) em analisar até a próxima semana as propostas apresentadas por Ancara em troca do apoio para frear a chegada de refugiados à Europa. Após a cúpula da UE e da Turquia, em Bruxelas, líderes europeus afirmaram ter alcançado as linhas gerais para um possível acordo.

“Os dias de migração irregular para Europa chegaram ao fim”, afirmou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, acrescentando que os líderes da União Europeia consideram oferecer mais dinheiro à Ancara em troca de ajuda para conter o fluxo migratório. Tusk confirmou ainda que a Turquia receberá de volta migrantes apreendidos em águas turcas.

Refugiados aguardam na fronteira da Grécia em acampamento improvisado

Depois de 12 horas reunidos, os líderes europeus concordaram também em facilitar o acesso a vistos para cidadãos turcos na Europa e acelerar as negociações para o ingresso da Turquia na UE.

O presidente francês, François Hollande, disse que a cúpula trouxe “a esperança de que a questão dos refugiados possa ser resolvida com solidariedade na Europa e eficiência na cooperação com a Turquia”. Hollande ressaltou que Ancara é fundamental para interromper a chegada de migrantes à Grécia.

A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, afirmou que foram “dados passos qualitativos” na cúpula e ressaltou que um acordo entre o bloco e Ancara pode ser fechado no encontro marcado para os dias 17 e 18 de março.

Propostas turcas

No início da cúpula, a Turquia apresentou um plano, no qual solicitou mais 3 bilhões de euros à UE até 2018, além dos 3 bilhões já prometidos em novembro. Além disso, Ancara pediu a isenção de visto para cidadãos turcos na União Europeia e a aceleração das negociações para o ingresso do país no bloco.

Em troca, a Turquia se compromete a acolher todos os refugiados que chegarem à Grécia e não obtiverem asilo e está disposta a readmitir todos os imigrantes que não vêm da Síria e todos os que foram interceptados em suas águas territoriais, além de adotar medidas enérgicas contra os traficantes de pessoas.

CN/rtr/afp/ap

http://www.dw.com/pt/dias-de-migra%C3%A7%C3%A3o-irregular-chegaram-ao-fim-diz-tusk/a-19100654

Europa está à beira de crise humanitária, diz Acnur

 

Genebra – O rápido acúmulo de imigrantes nas fronteiras do norte da Grécia cria o risco de um desastre humanitário, disse o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) nesta terça-feira.A agência pediu planejamento e acomodações melhores para as pelo menos 24 mil pessoas retidas em solo grego, incluindo 8,5 mil Idomeni,  onde centenas de imigrantes atacaram a fronteira na segunda-feira e a polícia da Macedônia disparou gás lacrimogêneo para dispersá-las. “A Europa está à beira de uma crise humanitária em grande parte autoinduzida”, disse o porta-voz do Acnur, Adrian Edwards, em entrevista à imprensa.

“As condições de superlotação estão causando falta de alimento, abrigos, água e saneamento. Como todos nós vimos ontem (segunda-feira), as tensões vêm se acumulando, alimentando a violência e favorecendo os traficantes de pessoas”, afirmou.

Os imigrantes ficaram retidos na Grécia depois que a Áustria e outros países ao longo da rota migratória dos Bálcãs impuseram restrições em suas divisas, limitando o número de pessoas com permissão de passar.

O Acnur também exortou todos os países-membros da União Europeia a aprimorarem os mecanismos de registro e processamento de postulantes a asilo constantes de seus procedimentos nacionais, assim como por meio do esquema de redistribuição europeu.

“A Grécia não consegue lidar com esta situação sozinha”, disse Edwards.

Apesar do compromisso de realocar 66 mil e 400 refugiados da Grécia, até agora os Estados só prometeram 1.539 vagas, e só 325 pessoas foram de fato transferidas, acrescentou.

Cerca de 131 mil e 724 refugiados cruzaram o Mar Mediterrâneo em janeiro e fevereiro, mais do que na primeira metade de 2015, disse o Acnur. Outros 410 morreram no mar.

http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/europa-esta-a-beira-de-crise-humanitaria-diz-acnur