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Brincando com fogo: jihadismo no Brasil

Por Gil Carlos Montarroyos[1]

O Brasil é um excelente país com todos. Diversos povos e etnias vieram para o Brasil desde o período colonial até hoje. Judeus europeus, portugueses, espanhóis, italianos, russos, ucranianos, alemães, ciganos, árabes, japoneses, chineses, coreanos, etc. Nosso povo é receptivo, alegre e via de regra, trata muito bem os imigrantes. Por muito tempo esses imigrantes eram muito bem-vindos e quase não haviam problemas com imigrantes. Todavia, esse cenário mudou drasticamente no final da década de 60, vindo a se deteriorar com maior velocidade no final dos anos 80 e início da década de 90 do século XX.

Em meados da década de 90, surgiram os primeiros relados da presença de terroristas islâmicos no sul do país, mais especificamente, na tríplice fronteira. Mas, quais foram os motivos pelos quais presenciamos o início desse fenômeno? Segundo alguns eruditos na temática, o conflito árabe-israelense.

Mas, o que o Brasil tem a ver com o conflito árabe-israelense? Na prática nada! Todavia, no período que antecedeu o atentado a Embaixada de Israel na Argentina 1, em 17 de março de 1992 e dois anos depois, o atentado na AMIA ( Associação Mutual Israelita Argentina), precisamente em 18 de julho 1994, houve intensa movimentação de grupos terroristas conhecidos, mais precisamente o Hizballah (Grupo terrorista libanês auto intitulado de Partido de Deus) na região da tríplice fronteira. Vale salientar que, até então nunca tínhamos casos concretos de terroristas islâmicos no Brasil.

Entretanto, no documento “Homeland Security Digital Library”, as agências de inteligência estadunidenses apontaram a presença de terroristas do Hamas, Hizballah e Al Qaida na tríplice fronteira, desde meados da década de 80, informação disponível para consulta no link: <https://www.hsdl.org/?view&did=1012>, pp. 48-50.

Há uma forte presença árabe-libanesa em todo o sul do Brasil, mais precisamente na região da tríplice fronteira. Por isso, há relatos de inteligência que afirmam a presença de terroristas islâmicos ligados ao Hizballah, Hamas e Al Qaeda nessa região. Segundo dados do GTD – Global Terrorism Database 2, o atentado da AMIA, foi planejado e executado pelo grupo terrorista libanês Hizballah.

Desde então, o aumento das atividades jihadistas apenas cresceu no Brasil, principalmente nas universidades públicas brasileiras, sempre apoiados por partidos políticos de inclinação marxista, camufladas como apoio à causa palestina. Podemos citar como exemplo fático o total apoio do Partido dos Trabalhadores (PT) com essa agenda, conferir link https://www.pt.org.br/deputados-fazem-ato-em-defesa-da-palestina/, Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), conferir link http://psol50.org.br/2018/02/06/em-nota-psol-reafirma-apoio-a-luta-do-povo-palestino/; Partido Comunista do Brasil (PC do B), conferir link https://pcdob.org.br/documentos/mocao-ao-povo-palestino/ , Partido Democrático Trabalhista (PDT), conferir link http://www.pdt.org.br/index.php/crimes-de-israel-2/, dentre outros.

O 11 de Setembro, e e Jihad na Construção do Califado Global

Em 11 de setembro de 2001, o mundo presenciou o até então maior ataque  jihadista ao Ocidente: o símbolo da força e poder estadunidense foi derrubado após uma série de ataques aos prédios do World Trade Centre e Pentágono, nos EUA. Esse evento cataclísmico, frente a maior potência militar e econômica do planeta, desencadeou uma série de ações de combate ao jihadismo em todo o planeta, certamente o Brasil não ficou de fora.

Porém, cerca de duas semanas antes dos atentados aos EUA, autoridades brasileiras foram alertadas por fontes de inteligência acerca da intensa presença jihadistas na cidade de Cascavel, no Paraná, inclusive, com informações de campo, contendo sólidas informações da presença de uma célula terrorista na cidade de Cascavel, que inclusive, os mesmos haviam adquirido passaportes brasileiros no intuito de irem para América do Norte, usando como porta de entrada, coyotes mexicanos, afim de permanecerem ilegais nos EUA, e fora dos radares da inteligência Norte Americana.

Entretanto, ao invés de as autoridades brasileiras investigarem de forma profissional as informações repassadas, as mesmas negligenciaram a informação, até quando o evento aconteceu. Somente após os eventos do 11 de setembro, o governo brasileiro passou a encarar o problema com responsabilidade, conforme o relatório do governo estadunidense “Homeland Security Digital Library”, pp. 49, disponível para consulta no link <https://www.hsdl.org/?view&did=1012>.

Todas as agências de inteligência globais afirmam categoricamente sobre forte presença de jihadistas no Brasil. Infelizmente não apenas na tríplice fronteira, pois o problema já se espalhou por todo o país.

A “Primavera Árabe”

Em 2010, o Oriente Médio e o norte da África foram sacudidos por uma série de revoltas populares que ainda trazem consequências para a região. Habitantes de países como Tunísia, Líbia, Egito e Síria foram às ruas para protestar contra governos repressivos e reivindicar melhores condições de vida. O movimento ganhou o nome de Primavera Árabe. Desde o início da denominada “Primavera Árabe”, vários regimes ditatoriais da África do Norte e Oriente Médio capitularam, gerando uma onda de revoltas e guerras civis, produzindo uma massa de refugiados sem precedentes desde a II Guerra Mundial.

Todo esse fluxo migratório trouxe consigo uma série de problemas em relação aos refugiados e para onde os mesmos migraram. Ondas de estupros, assassinatos de mulheres, sequestros, e pedofilia espalharam-se por esses países, tais como Alemanha, Suécia, Finlândia, Noruega, França, Grécia, Chipre, Espanha, etc. O Brasil não ficou imune a essa onda de refugiados. Muitos foram trazidos por ONGS internacionais, pelo Comitê de Refugiados da ONU e também pelo governo brasileiro, que à época era presidido pela ex-presidente Dilma Roussef 3. Praticamente todos os refugiados islâmicos foram alocados em cidades do interior brasileiro, causando em alguns casos, estranheza nos residentes locais.

Jihadismo nas Periferias do Brasil

Desde a invasão aliada ao Iraque, após o 11 de setembro, houve uma dispersão islâmica por todo o mundo, e não foi diferente para o Brasil.  Houve um boom da população islâmica no Brasil. Desde 2001, os números só aumentam. No Brasil, ainda que os muçulmanos sejam por enquanto uma minoria, são merecedores de maior atenção, pois fazem parte do grupo religioso que mais cresceu nas periferias, ou seja, em função dos fluxos migratórios, pelo maior contato com a religião através dos meios eletrônicos (mídias e Internet) e muitos casos pela conversão.

É sabido que há um processo de islamização das periferias do Brasil, e que esse “fenômeno” é percebido com atenção e preocupação pelas autoridades brasileiras. As regiões que mais vêm sentido esse aumento são as regiões Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Norte. Madrassas estão se multiplicando em ritmo acelerado nas periferias, tanto das grandes cidades, como em cidades majoritariamente cristãs no nordeste brasileiro.

Cidades sem qualquer histórico da presença de muçulmanos estão no mapa do Islã no Brasil, com Centros Islâmicos, Madrassas e em alguns lugares, até mesquitas. Para conferência, favor acessar o link: < http://arresala.org.br/institutos-islamicos#1514844286775-355d7475-fee4>.

Com o advento da Copa do Mundo do Brasil, começaram a haver casos de planejamento de atos terroristas nos estádios da Copa em todo o país. Células terroristas islâmicas ligados ao ISIS ou DAESH[2], em diversos estados do Brasil, começaram a se mobilizar para praticarem algum ato da jihad (Guerra Santa praticada contra muçulmanos apóstatas e não-muçulmanos, com o intuito de implantar o Califado Global) em solo brasileiro.

Diversas prisões foram feitas de terroristas ligados a esse grupo terrorista de orientação salafista no Brasil. Neste meio tempo, foi aprovada a lei Nº 13.260, de 16 de março de 2016, denominada de “Lei antiterrorismo” pelo legislativo brasileiro, com o intuito de criar um regimento legal para calcar as forças de seguranças brasileiras de condições jurídica a fim de coibir e reprimir casos de terrorismo no país. Foi com base nessa lei que os diversos indivíduos presos foram condenados.

Apesar do avanço com a promulgação da débil Lei Antiterror, nosso país ainda continua vulnerável a atentados terrorista, face a ineficiência das nossas forças de segurança, pouco investimento em inteligência, ingerência de ONGS internacionais nas prisões desses terroristas, bem como, o lobby islâmico contra a lei antiterror, via de regra com o apoio incondicional dos partidos de orientação marxista no país. A bem da verdade, o risco ainda é muito alto, pois, mesmo com a lei já promulgada, houveram dois grandes atentados terroristas com forte influência islâmica em ambos. O Brasil está brincando com fogo!

Imagem Irã News

[1] Internacionalista e Historiador com estudos focados em terrorismo islâmico.

[2] O Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), ou Estado Islâmico do Iraque e da Síria (EIIS), é uma organização jihadista islamita de orientação salafita e Uaabista que opera majoritariamente no Oriente Médio. Também é conhecido pelos acrônimos na língua inglesa ISIS ou ISIL. O nome em árabe, ad-Dawlat al-Islāmiyah fī al-ʿIrāq wa sh-Shām, leva ao acrônimo Da’ish, ou Daesh.

Cresce ameaça terrorista na América Latina: Grupo islâmico “Hezbollah” planejou atentados em larga escala no Chile, Bolívia e Peru

Por Amir Kater

            O brasileiro já está habituado a ouvir que há toda sorte de grupos radicais na América Latina e que há campos de treinamento desses grupos em determinados países, sendo que alguns deles são patrocinados por ouro nazista, como na Argentina, por exemplo. Contudo, as evidências consolidam o entendimento da ampliação das atividades terroristas na região, pois segundo informação do diário saudita Okaz, as forças de segurança sul-americanas invadiram um depósito da organização terrorista Hezbollah nos arredores da capital boliviana e impediram os planos de atacar a Bolívia, Chile e Peru[1], sendo apreendidos materiais que demonstravam capacidade para fazer uma bomba de 2,5 toneladas que seria utilizada num veículo também apreendido.  O local de armazenamento se encontrava em La Paz, onde em 2016, num voo da GOL, três australianos foram detidos com explosivos a caminho do Brasil[2]. Talvez, não haja conexão entre os fatos, mas os mesmos demonstram que a América Latina vem sofrendo o que há muito aconteceu na Europa enquanto as comunidades árabes muçulmanas iam se instalando.

         Não há motivo, também, para não pensar mais amplamente e inserir a Argentina – que já sofreu ataque em 1992 contra a AMIA[3], uma instituição judaica, deixando um grande número de mortos, incluindo crianças – bem como não se pode eximir de risco o Brasil[4], com sua tríplice fronteira apinhada de radicais islâmicos, que encontram na fácil passagem a condição de contrabandear toda espécie de objetos, incluso armas, como é bem sabido, além de poderem ter “o repouso do guerreiro” e o “sumiço” temporário de suas atividades junto aos seus grupos, células ou partidos.

            Grupos como o “Hezbollah” possuem vasta experiência na confecção de explosivos, mísseis com alcance superior a 300 quilômetros, tal qual  já visto sendo disparados contra Israel, inimigo histórico do grupo terrorista. Com isso, podemos começar a vislumbrar a real fragilidade dos países da América Latina, por vários motivos, como facilidade de entrada e saída de suas fronteiras, uma facilidade enorme em corromper agentes da lei, entes políticos, que independente de como sejam corrompidos, já estão alinhados com a agenda global de implementação da “imigração refujihadista” islâmica, que vem impondo seu sistema teo-político irascível e assassino para com os que não comungam de seus ideais, travestidos de “religião da paz”.

            Ainda na seara dos explosivos, se percebe que os mecanismos, materiais e outros insumos poderiam levar a cabo a confecção de um artefato explosivo que poderia chegar a pesar, 2,5 (duas e meia) toneladas, além de um veículo, tipo mini-van, que estava sendo preparado para receber artefatos explosivos.

            Chama a atenção o fato que a operação ocorre logo após a divulgação de um relatório do jornal do Kuwait que cita o comandante adjunto da Guarda Revolucionária Iraniana como sendo o responsável pelos armamentos e plantas que estavam em posse dos integrantes do “Hezbollah” no Líbano, onde hoje estão fortemente estabelecidos. Percebemos, mais uma vez, que o Irã aparece como fomentador de ataques terroristas, direta ou indiretamente, o que, por sinal, já é desde sempre uma prática desse país.

            “ De acordo com o relatório traduzido e distribuído pelos pesquisadores do MEMRI, fábricas que o Irã estabeleceu recentemente no Líbano estão a uma profundidade de mais de 50 metros e são protegidas contra bombardeios. Os mísseis são fabricados em diferentes alas das fábricas e, finalmente, são montados em uma unidade.” É o que consta de uma das partes da matéria assinada por Mordechai Sones (Israel National News | Traduce: © estadodeisrael.com)

              Há denúncia, ainda, da época em que Israel destruiu uma fábrica de armas no Sudão, tal instalação fabricante de armas pertencente ao Irã, que por sua vez, forneceu armas ao “Hezbollah” com o apoio da Síria, que permite ser usada como intermediária, e que acaba por facilitar o desenvolvimento por parte dos guardas revolucionários de ações para construção de fábrica de armas no Líbano.

              Sabido, mais do que informado é que alguns peritos foram levados à Universidades de Teerã, para o desenvolvimento de fábricas de todo tipo de armamento, sempre subterrâneas, com grande profundidade abaixo do solo para maior dificuldade de detecção, assim como fizeram com algumas prisões.

“Estas plantas foram construídas a uma profundidade de mais de 50 metros e acima destes, existem diferentes camadas de diferentes tipos de barricadas que os aviões israelenses não são capazes de atingi-las.  Além disso, os mísseis não são fabricados numa instalação, mas em algumas partes em várias plantas e finalmente reunidos em uma única unidade. “

            Essas fábricas foram gradativamente transferidas para o controle do grupo terrorista “Hezbollah”, e, atualmente, estão sob supervisão e funcionamento integral a mando e controle do mesmo grupo.

      Percebe-se todas as condições necessárias para criar artefatos dos mais variados e mísseis que poderiam cobrir grandes distâncias, como mencionado no início deste, de vários tipos como: mísseis terra-terra, mísseis terra-mar, bombas de luz, barcos lançadores de torpedos, além de UAVs por espionagem e armas mísseis, porta-aviões, mísseis anti-tanque e barcos blindados.

          O material encontrado poderia atender a demanda de até cinco grandes atentados. Entretanto, cabe salientar que a cooperação entre jornalistas, órgão de segurança e outras instituições têm conseguido grande êxito em impedir que se lancem ataques contra entes públicos, aeroportos e pontos turísticos.

         Não obstante, temos que tomar mais atenção à política externa, em realidade, a política mundial das esquerdas, que se alinham em prol da islamização do globo, ou boa parte dele. Podemos, no Brasil, começar analisando pelo desarmamento da população, as políticas de gênero, a deturpação escolar quanto a questões como sexo, agenda de de doutrinação política, com pessoas como Deborah Duprat, Procuradora Federal, que disse abertamente: “…nossas crianças não pertencem aos pais, mas sim ao estado…”(sic), basicamente, numa política hitleriana, que se alinha como muito sabemos  a algumas das práticas islâmicas com relação à doutrinação dos professantes “infiéis” doutras visões religiosas ou teo-políticas.

        Cabe o aviso: Hoje todo cuidado é pouco, ainda mais em países com baixa atenção à segurança nacional, às suas fronteiras, com uma população idiotizada por discursos populistas e distribuição de recursos pífios que só maquiam a realidade do que se engendra na calada da noite, com projetos, políticas, desvios e envio de valores para grupos terroristas, alinhamento com países que fomentam o terror em favor da instalação dum governo único, e sob o poder da cimitarra dos senhores da espada.

Fonte da Imagem: Brasil Soberano e Livre

[1] http://www.radioworld.com.sv/grupo-terrorista-hezbollah-en-sudamerica-desbaratan-atentados-masivos-en-bolivia-chile-y-peru/

[2]http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/11/australianos-sao-impedidos-na-bolivia-de-viajar-com-dinamite-para-o-brasil.html

[3] https://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2006/10/25/ult1807u31822.jhtm

[4] http://veja.abril.com.br/mundo/investigacao-de-atentado-na-argentina-aponta-ramificacoes-de-rede-terrorista-no-brasil/

Em áudio, ex-chanceler argentino reconhece Irã como responsável por atentado a Amia

‘Eles, faz 18 anos, puseram a bomba’, afirma Héctor Timerman na gravação

BUENOS AIRES — Duas gravações de áudio mostram o ex-chanceler argentino Héctor Timerman admitindo que o Irã foi responsável pelo atentado contra a Associação Mutual Israelita da Argentina (Amia). As gravações foram divulgadas pelo jornalista Daniel Santoro, em um programa de rádio do país, e fazem parte do material utilizado por ele para escrever o livro “Nisman debe morir” (“Nisman deve morrer”), sobre o promotor argentino Alberto Nisman, que investigava o atentado e tinha pedido o indiciamento, em fevereiro de 2013, da então presidente, Cristina Kirchner, de Timerman e de outros envolvidos.

— Eles, faz 18 anos, puseram a bomba — afirma Timerman, referindo-se ao Irã, em um diálogo telefônico de 2012, com Guillermo Borger, ex-diretor da Amia.

Na conversa, o ex-chanceler tenta convencer Borger a seguir com as negociações para que fossem entregues pelo governo de Terrã os iranianos acusados pelo atentado. O ex-diretor da Amia queria tentar outro interlocutor para negociar a entrega à Justiça dos suspeitos, já que o “Irã não é um interlocutor” confiável, enquanto Timerman rebate dizendo que não há outra via para as negociações. Em dado momento, Borger sugere que seria bom “poder negociar com outros”, ao que o ex-chanceler responde:

— Se fossem outros, não teriam colocado a bomba.

Às 9h53m, em 18 de julho de 1994, um furgão branco, carregado de explosivos, chocou-se contra o prédio da Associação Mutual Israelita da Argentina (Amia), em Buenos Aires, matando 85 pessoas e ferindo 300. Foi o maior episódio de terrorismo da História do país. A principal suspeita recaiu sobre o Irã, acusado de apoio ao grupo fundamentalista islâmico Hezbollah para organizar o atentado. E em setembro de 2007, o então presidente da Argentina, Néstor Kirchner, denunciou na ONU a falta de cooperação iraniana nas investigações.

Em janeiro de 2013, os governos de Cristina Kirchner e de Mahmoud Ahmadinejad assinaram um Memorando de Entendimento, que incluía a criação de uma Comissão da Verdade, e em maio o promotor Alberto Nisman emitiu um novo parecer, denunciando um possível encobrimento do governo argentino em troca de vantagens econômicas iranianas. Um ano mais tarde, o acordo foi considerado inconstitucional pela Justiça argentina.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/em-audio-ex-chanceler-argentino-reconhece-ira-como-responsavel-por-atentado-amia-18338342#ixzz3upRRZI7U

Começa julgamento por acobertamento do ataque a centro judeu argentino

Um tribunal argentino começa nesta quinta-feira (6) a julgar o ex-presidente Carlos Menem e outros 12 acusados por acobertar e desviar provas no processo sobre o atentado contra o centro judeu AMIA, que deixou 85 mortos em Buenos Aires, em 1994.

Menem, no entanto, não compareceu à primeira audiência, e o anúncio de sua ausência por problemas de saúde foi recebido com vaias no tribunal. O advogado de defesa afirmou que seu cliente de 85 anos vai acompanhar a audiência por vídeoconferência.

Outro réu ausente foi o ex-chefe dos serviços de inteligência Hugo Anzorreguy, que também deve seguir a audiência por videoconferência de uma clínica, onde está internado devido a uma infecção.

Junto ao agora senador Menem e Anzorreguy, o destituído juiz Juan José Galeano, que era encarregado da instrução, e um ex-dirigente da comunidade judia figuram entre os réus que enfrentarão o Tribunal Oral Criminal Federal 2 na capital.

Desde 18 de julho de 1994, quando foi realizado o pior atentado da história argentina, em um tradicional bairro comercial de Buenos Aires, parentes das vítimas reclamam justiça.

A Justiça argentina acusa ex-funcionários do Irã de terem organizado o ataque contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) e de terem encarregado o grupo armado libanês Hezbollah de realizar o ataque, algo que Teerã sempre negou.

Mas os que estarão agora no banco dos réus não são acusados do atentado em si, e sim de terem ocultado provas e obstruído as investigações.

Entre outros delitos, os réus são acusados de violação dos meios de prova, falsidade ideológica, acobertamento, abuso de autoridade e peculato e, em alguns casos, coação de testemunhas, privação abusiva da liberdade e prevaricação (por resolver com base em provas adulteradas).

Este é o segundo julgamento relativo ao atentado contra a AMIA, depois que, em 2004 outro processo foi anulado por um tribunal que absolveu todos os acusados argentinos de promover apoio logístico.

Entre eles estava Carlos Telleldín, um vendedor de carros roubados acusado de ter fornecido a picape repleta de explosivos que fez o prédio vir abaixo, causa pela qual voltou a ser processado em 2014.

Telleldín, que já cumpriu dez anos de prisão preventiva, estará novamente no banco dos réus por ter cobrado US$ 400 mil para culpar falsamente vários policiais envolvidos e também absolvidos em 2004.

O ex-juiz federal Juan José Galeano, que estava encarregado da investigação desde o primeiro momento, é acusado pelo pagamento de US$ 400 mil a Telleldín, episódio que foi gravado.

Galeano alegou que este pagamento ilegal era imprescindível para esclarecer o atentado.

Entre os acusados também estarão dois ex-comissários, apontados por terem perdido centenas de horas de escutas telefônicas, dois ex-promotores e, inclusive, Ruben Beraja, que era presidente da Delegação de Associações Israelitas Argentinas (Daia) nos anos 1990.

Menem é acusado de ter recomendado ao juiz que abandonasse a chamada ‘pista síria’, que envolvia o cidadão dessa origem Alberto Kanoore Edul. As famílias de ambos, imigrantes da Síria, mantinham vínculos.

A hipótese síria supõe uma vingança do então presidente da Síria, Hafez El-Assad, a quem Menem negou fornecer material militar sob pressão dos Estados Unidos, apesar de suas promessas pré-eleitorais, quando recebeu uma importante ajuda financeira para sua campanha eleitoral.

Além das pistas iraniana e síria, outra linha jamais investigada apontou para um grupo de extrema-direita argentino.

Sobre o ex-presidente já pesa uma condenação de sete anos de prisão por contrabando de armas para a Croácia e o Equador entre 1991 e 1995, mas isso só será efetivado quando ele perder o fórum privilegiado de senador.

Mistério eterno

Três associações de familiares das vítimas e os policiais falsamente acusados constituem os autores da ação neste julgamento.

Diana Malamud, dirigente da Memória Ativa, que agrupa os familiares de vítimas da AMIA, e viúva do atentado, afirmou que espera por condenações exemplares de prisão para todos os acusados.

“Eles são responsáveis pelo fato de hoje não termos chegado à verdade”, afirmou.

Quase 140 testemunhas falarão durante este julgamento, cujo início demorou três anos desde que acabou a instrução, iniciada em 2000.

A pedido do Memória Ativa, Paulo Vannuchi, observador internacional da Comissão Inter-Americana de Direitos Humanos, estará presente no julgamento.

A questão da AMIA ressurgiu em janeiro passado, quando o promotor da causa desde 2004 foi encontrado morto em seu apartamento, em um episódio ainda não esclarecido.

Ele acusaria a presidente Cristina Kirchner de tentar encobrir os iranianos envolvidos no atentado, ao assinar, em 2013, um memorando entre Buenos Aires e Teerã para permitir o interrogatório dos indiciados no Irã.

A denúncia do promotor morto foi rejeitada em três instâncias judiciais por inexistência do delito.

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2015/08/06/comeca-julgamento-por-acobertamento-do-atentado-contra-centro-judeu-amia.htm