Segundo diretor, operações planejadas servem para compensar perdas territoriais
WASHINGTON — O diretor da CIA, John Brennan, dirá ao Congresso durante uma sessão na quinta-feira que os extremistas do Estado Islâmico estão fazendo treinamentos e preparando operações com combatentes para realizar novos ataques no Ocidente, utilizando táticas de guerrilha para compensar suas perdas territoriais recentes no Iraque e na Síria.
De acordo com um discurso preparado por Brennan para a Comissão de Inteligência do Senado, o grupo está montando um aparato para “dirigir e inspirar ataques contra inimigos externos”, com base nos ataques recentes a Paris e Bruxelas.
“O EI tem um grande quadro de combatentes ocidentais que potencialmente poderiam realizar estes ataques”, diz uma seção do texto.
Outra ameaça que preocupa a CIA são os chamados lobos solitários, que agem de forma independente, sem comando de grupos terroristas. Ele afirmará que o grupo tem intensificado seus apelos por ataques nos países ocidentais, como os EUA e a França. O massacre que deixou 49 mortos na boate gay Pulse, em Orlando, é um exemplo visto como adequado ao citado por Brennan.
Enquanto executava o maior ataque armado da História dos EUA, o atirador Omar Mateen ligou para uma emissora televisiva local. Ele se identificou como o responsável pela tragédia e afirmou suas conexões com o Estado Islâmico em uma mistura de inglês e árabe, segundo um produtor da TV que atendeu ao telefone.
A poucos quilômetros da casa noturna, Matthew Gentili recebia diversas ligações de espectadores que tentavam descobrir o que acontecia. Dentre tantos telefonemas, ele relata que uma das conversas foi inesquecível.
— Você sabe sobre o tiroteio? — uma voz masculinha perguntou a Gentili.
— Sim, estou recebendo ligações. Estou ouvindo relatos de um tiroteio — o produtor respondeu.
— Sou o atirador. Sou eu. Eu sou o atirador.
Em seguida, Gentili diz que se tornou muito difícil entender o interlocutor. Ele falava rapidamente em uma mistura de inglês e uma língua que lhe parecia ser árabe fluente.
Quando o atirador voltou a falar em inglês, citou o jihadismo como sua motivação pelo crime. Ele se recusou a dizer de onde estava ligando.
— Eu fiz isso pelo Estado Islâmico — disse ele.
— Tem algo mais que você queira dizer? — respondeu Gentili.
— Não.
Mateen, então, desligou abruptamente o telefone. Embora agentes do FBI não tenham sido capazes de confirmar que tratava-se efetivamente do atirador, o conteúdo da ligação e o horário — logo após a conversa com a polícia — fazem sentido no contexto daquela noite, segundo os veículos de imprensa local que ouviram a gravação da conversa.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/cia-estado-islamico-prepara-taticas-de-guerrilha-para-atacar-ocidente-19516789#ixzz4BjzM9lWB
© 1996 – 2016. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.