Imagens foram divulgadas pelas Forças Democráticas da Síria, uma semana após a retomada da cidade.
LONDRES — Fotos mostram militantes do Estado Islâmico (EI) usando civis de escudo humano para escapar da cidade síria de Manbij, no Norte do país. As imagens foram divulgadas pelas Forças Democráticas da Síria (SDF, na sigla em inglês), uma semana após a retomada do município.
Apoiado pelos Estados Unidos, o grupo de combatentes curdos e árabes não atacou os extremistas para evitar baixas de civis. Acredita-se que os jihadistas tenham ido para o Norte, em direção à fronteira turca.
Combatentes do SDF tomaram o controle total de Manbij após uma ofensiva de 10 semanas, apoiados por ataques aéreos da coalizão lideradas pelos Estados Unidos contra o EI.
Ao perceberem que a cidade seria retomada, entre cem e 200 militantes reuniram membros de suas famílias, simpatizantes e reféns civis, afirmou o porta-voz da coalizão, Col Chris Garver.
Os civis foram então colocadas com os militantes nos veículos que seguiram para o norte, acompanhados por combatentes do SDF e pela coalizão, disse ele.
— Tivemos que tratá-los todos como não-combatentes. Nós não atiramos. Ficamos observando.
Centenas de civis foram libertados no sábado, enquanto outros escaparam.
O Estado Islâmico está usando civis como escudo humano contra os ataques aéreos russos perto da base aérea estratégica de Kuweires, na Síria. Segundo fontes locais, moradores foram sequestrados pelos terroristas e estão senso mantidos reclusos para evitarem a ofensiva da aviação da Rússia.
O mesmo recurso foi utilizado pelo grupo jihadista na semana passada nas proximidades de Damasco. Os militantes do Estado Islâmico prenderam civis alauítas em jaulas e os utilizaram como forma de prevenção contra os ataques aéreos que estão arruinando as forças terroristas na Síria.Neste final de semana, as tropas sírias e as forças do Hezbollah libanês, apoiadas pela aviação russa, conseguiram importantes vitórias em Sheikh Ahmad, que estava sob domínio do Estado Islâmico e fica próxima à base aérea de Kuweires. Os relatos que chegam do campo de batalham preveem que a região estará controlada pelos militares de Damasco em pouco tempo.
Centenas de civis, incluindo muitas crianças, foram sequestrados e têm sido usados como escudos humanos por extremistas do grupo Boko Haram. É o que confirmou um oficial de alta patente do governo da Nigéria, nesta quarta-feira (25). A notícia dos raptos em massa vem na semana em que o país africano se prepara para suas eleições, marcadas para este sábado (28).
Segundo Mike Omeri, porta-voz do governo em assuntos relacionados à luta contra o Boko Haram, várias centenas de pessoas de Damasak, no nordeste do país, foram tiradas de suas casas nos últimos dias. Ele afirma que não sabe especificar quantas foram sequestradas, mas relatórios locais contam o número em torno de 500.
No momento em que as tropas do Chade e do Níger avançaram em direção a Damasak, o Boko Haram começou a realizar os sequestros. “O grupo se dirigiu a escolas primárias e pegaram crianças e adultos para ajudá-los a impedir o avanço das tropas”, disse Omeri.
Próxima à fronteira com o Níger, Damasak foi recapturada do Boko Haram no dia 16 de março, mas a confirmação de sequestros de civis só foi confirmada agora. De volta à cidade, os soldados que lutam contra os terroristas encontraram o local, usado ao longo de meses como base dos terroristas como centro administrativo, completamente deserto.
As tropas do Chade e do Níger, que ajudam a Nigéria nos combates ao grupo, descobriram evidências de valas comuns onde parte dos moradores da cidade foram enterrados, de acordo com o embaixador da ONU no Chade, Mahamat Zene Cherif.
A confirmação das práticas do Boko Haram são confirmadas quase um ano depois de 276 garotas terem sido sequestradas pelos extremistas em Chibok, no nordeste da Nigéria. Dúzias delas conseguiram escapar nos primeiros dias de cativeiro, mas 219 permanecem desaparecidas.
O caso ganhou repercussão internacional e acabou gerando a campanha #BringBackOurGirls (tragam de volta nossas meninas) nas redes sociais.
A batalha da Nigéria contra o Boko Haram é uma das questões centrais das eleições do país, neste sábado. A insurgência dos islâmicos, iniciada seis anos atrás, já matou milhares, incluindo 10 mil somente no ano passado. O Boko Haram promete interromper com violência o processo eleitoral.
Mais de 192 mil pessoas foram forçadas a deixar o país em direção aos vizinhos Camarões, Chade e Níger. Mas a agência para refugiados da ONU diz que a crise não tem recebido apoio internacional suficiente, classificando a situação nigeriana de uma das maiores emergências do mundo.
AP
Damasak, na Nigéria: Boko Haram transformou cidade em desolador e sangrento deserto
No campo de refugiados de Minawao, em Camarões, residentes não têm recebido quantidade suficiente de alimentos e água e sequer há toaletes ou suprimentos médicos para boa parte deles, segundo Isaac Luka, representante dos refugiados.
O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Antonio Guterres, disse que a agência deveria enviar mais recursos para Camarões, mas afirma que apenas 3% por cento do financiamento necessário para cuidar Minawao, lar de 33.000 pessoas, chegou ao campo. “Todos os países do mundo precisam entender que Camarões não está apenas protegendo a si, mas a todos nós”, resumiu.