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Fronteira em Pacaraima sem a presença do exército facilita ingresso ilegal de venezuelanos

Por Andréa Fernandes

RORAIMA – Ao assinar o Decreto da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), na última terça-feira (28/08), o presidente Michel Temer ampliou o poder de polícia das Forças Armadas na faixa de 150 km nas fronteiras do Brasil com a Venezuela e República Cooperativa da Guiana, abrangendo a cidade de Pacaraima na fronteira venezuelana, a capital Boa Vista e Bonfim, na divisa da Guiana.

Assim, foram enviados 300 militares que se uniram aos 370 homens (270 na Venezuela e 100 na Guiana) para fiscalizar e patrulhar as fronteiras. Como consequência do decreto, criou-se um posto volante nas rodovias BR 174 e 401 e a definição de que a Força Nacional atuaria nas ruas de Pacaraima e nos arredores de abrigos em Boa Vista, porém, imagens divulgadas ontem (31.08) pelo ativista Nando Abreu na fronteira com a Venezuela próxima ao hospital Délio Tupinambá, no bairro Vila Nova, mostram a fronteira completamente desguarnecida sem a presença de militares.

Conforme as imagens do vídeo postado pelo ativista nas redes, há facilidade extrema para o ingresso de venezuelanos de forma ilegal sem qualquer possibilidade de registro e identificação. Não há no local barreiras impossibilitando a entrada ilegal no território brasileiro, o que mostra não ser confiável a informação oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de que atualmente apenas 30,9 mil venezuelanos estariam vivendo no Brasil, sendo 99% em Roraima, que teria aumentado sua população total em 10% após início da migração.

A estimativa divulgada na quarta-feira(29) pelo IBGE aponta que aproximadamente 10 mil venezuelanos teriam cruzado a fronteira nos seis primeiros meses de 2018, porém, esse levantamento tem como base dados da Coordenação Geral da Polícia de Imigração da Polícia Federal a partir de 2015, ano em que segundo a instituição governamental aproximadamente mil venezuelanos viviam no Brasil, configurando, assim, o aumento dessa população estrangeira em 3.000%. No entanto, fica clarividente que na base para e levantamento de informações necessárias à confecção de suas estatísticas, o IBGE não se reporta ao número de imigrantes ilegais que teriam ingressado durante todo esse período devido porosidade das fronteiras reconhecida recentemente por Temer, que ao autorizar envio de 300 militares outorgando-lhes “poder de polícia” utiliza medida paliativa para conter críticas da opinião pública, uma vez que foi autorizado o emprego das Forças Armadas em ações de Garantia da Lei e da Ordem num período por demais exíguo entre 29 de agosto a 12 setembro, na fronteira norte e leste e nas rodovias federais do estado.

Terminando o prazo contemplado na GLO decretada por Temer, o serviço de fiscalização e patrulhamento do exército continuará deficitário.

Ao ser entrevistado por jornal Folha BV, a assessoria de comunicação da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, informou o seguinte: 

O Exercito continuará com seu trabalho de fiscalização e patrulhamento das fronteiras e irá intensificar sua presença nas rodovias, com o estabelecimento de postos de bloqueio e controle de estradas” .

E ainda:

A única diferença é que esses militares passam a ter poder de polícia. Se ocorrerem conflitos como aqueles onde os venezuelanos foram expulsos da cidade, os militares poderão agir para conter o tumulto. Agora as Forças Armadas tem competência legal para intervir”.

Dessa forma, ao que parece, a real preocupação do governo Temer é evitar conflitos promovendo a segurança dos venezuelanos em solo brasileiro, e não promover medidas eficazes para evitar o descontrole da imigração, inclusive, com ingresso de número incerto de venezuelanos de forma ilegal através de fronteiras não vigiadas, o que gerou contundente crítica do Secretário Chefe da Casa Civil, Frederico Linhares, que acusa o decreto de ser limitado ao não atender as reais necessidades do estado.

Nós entendemos que efetivamente, o GLO é uma ação que não soluciona o problema de fato. É uma ação pontual e muito rápida que vence no dia 12 de setembro, de modo que o legado disso é muito pouco, em relação a um problema que precisa ter uma solução de longo e médio prazos. Hoje a grande prioridade são recursos para a saúde e um hospital de campanha em Boa Vista”.

Inobstante, o desguarnecimento da fronteira que possibilita ingresso de venezuelanos ilegalmente no território brasileiro, ocasionando, inclusive, problema de segurança, o governo federal continua promovendo ações priorizando a atendimento de venezuelanos em detrimento de brasileiros, o que ficou demonstrado na manhã desse sábado (1/09), quando a cidade de Pacaraima teve corte de energia elétrica – apagões são comuns no município – mas, no posto de triagem do exército para recepção de venezuelanos na fronteira um gerador de energia garantia o atendimento num dia com fluxo pequeno de refugiados, garantia esta, que não é conferida com eficiência aos pacientes do único hospital de Pacaraima, que segundo  R7 Notícias, já registrou óbito de uma mulher em meio a um apagão que durou 24 horas sem o funcionamento dos geradores.

Imagem Fernando Abreu

Andréa Fernandes é jornalista, advogada, internacionalista e presidente da ONG Ecoando a  Voz dos Mártires, que em sua representação em Roraima – através da advogada Sandelane Moura – vem defendendo os interesses do povo de Roraima acusando injustamente de “xenofobia”.

 

 

 

 

Governo da Nigéria diz que conquistou principal refúgio do Boko Haram na floresta

O exército nigeriano conseguiu retirar militantes grupo extremista Boko Haram de seu último acampamento na floresta da Sambisa, informou o presidente do país, Muhammadu Buhari.

“Os terroristas não têm mais lugar para se esconderem”, afirmou Buhari, em um comunicado. O último acampamento do grupo teria sido desmontado na última sexta-feira.

O exército local investiu em uma grande ofensiva nas últimas semanas dentro da floresta, uma antiga reserva no nordeste do país.

Especula-se que algumas das meninas sequestradas de uma escola em 2014 ainda sejam mantidas como reféns na floresta, depois de delatos de um pequeno grupo de estudantes que conseguiu escapar.

O presidente Buhari afirmou em seu comunicado que os esforços para encontrar as meninas desaparecidas serão intensificados. Ele prosseguiu, parabenizando as forças armadas pela operação, classificando o aparente sucesso como “aguardado há muito tempo e muito gratificante”.

“Quero usar esta oportunidade para homenagear a determinação, coragem e resiliência das tropas da operação em finalmente entrar e esmagar os insurgentes do Boko Haram que resistiam”, afirmou.

Floresta ocupada pelo Boko Haram fica no estado de Borno, no nordeste nigeriano
Image captionFloresta ocupada pelo Boko Haram fica no estado de Borno, no nordeste nigeriano

O exército recapturou áreas importantes do território, anteriormente controladas pelo Boko Haram desde o início da ofensiva militar, em fevereiro.

Os militantes do grupo extremista ainda realizam ataques suicidas no nordeste da Nigéria e em países vizinhos, como Niger e Camarões.

Acredita-se que os homens do Boko Haram tenham matado mais de 15 mil pessoas e deixado outras 2 milhões sem moradia nos últimos sete anos de insurgência na região.

O líder Abubakar Shekau, que prometeu lealdade ao autoproclamado Estado Islâmico, defende uma leitura do Islã que proibe muçulmanos de participarem de qualquer atividade política ou social associada com a sociedade ocidental.

Sobreviventes

A insurgência do Boko Haram é vista como a principal ameaça de segurança para a Nigéria, o país mais populoso da África, com 170 milhões de habitantes, e principal produtor de petróleo do continente.

O grupo foi fundado em 2002 na cidade de Maiduguri, pelo clérigo muçulmano Mohammed Yusuf, que também fundou na época um complexo religioso que incluía uma escola islâmica.

O Boko Haram ampliou seus objetivos com uma série de ataques em 2009, mas Yusuf foi morto depois de ser capturado pelo Exército.

O novo líder do grupo, Abubakar Shekau, disse que sua organização ‘não será vencida pelas forças de segurança’.

Sua principal empreitada aconteceu em 2014, quando 276 estudantes foram levadas pelo grupo de uma escola na cidade de Chibok.

Em maio do ano passado, a agência Reuters conversou com algumas das jovens que conseguiram fugir após o sequestro.

“Todos os dias nós testemunhávamos a morte de uma de nós e esperávamos nossa vez”, disse na época Asabe Umaru, de 24 anos, sequestrada com seus dois filhos pelo Boko Haram.

Ela era parte de um grupo de 300 mulheres e crianças que estavam na floresta da Sambisa, no norte da Nigéria, e que foram libertadas pelo Exército nigeriano naqule mês.

Durante o resgate em Sambisa, segundo as sobreviventes, algumas delas foram apedrejadas até a morte quando o Exército se aproximou.

No cativeiro, “eles não deixavam a gente se mover um centímetro,” afirmou a jovem na época. “Tínhamos que ficar em um só lugar. Estávamos amarradas.”

Segundo sobreviventes, elas eram vigiadas até quando iam ao banheiro.

Outra mulher disse em entrevista à Reuters que elas recebiam apenas uma refeição por dia.

“Éramos alimentadas apenas com milho seco à tarde, que não estava bom para o consumo humano”, afirmou Cecilia Abel. Isso levou muitas à desnutrição, doenças e morte.

À época, as sobreviventes disseram ainda que, quando foram pegas, os militantes mataram homens e meninos mais velhos na frente de suas famílias antes de levar mulheres e crianças para a floresta.

http://www.bbc.com/portuguese/internacional-38429330

ONU: Forças sírias mataram 82 civis em suas casas em Aleppo

Mais de cem crianças desacompanhadas estão presas em prédio sob ataque, diz Unicef

ALEPPO — As forças governamentais sírias estão entrando em casas de civis no Leste de Aleppo e matando moradores, informou a ONU nesta terça-feira, citando relatos de fontes locais. O Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas disse ter provas confiáveis de que 82 civis foram mortos a tiros em quatro áreas da cidade. No momento em que os combates chegam ao fim, ONU e Cruz Vermelha apelam para que os civis sejam protegidos.

Além disso, o Unicef alertou que cerca de cem crianças desacompanhadas estão presas em um prédio sob pesado ataque.

— De acordo com relatos alarmantes de um médico na cidade, muitas crianças, possivelmente mais de cem, desacompanhadas ou separadas de suas famílias, estão presas em um prédio no leste de Aleppo — informou o diretor regional do Unicef Geert Cappelaere.

Enquanto isso, o porta-voz Rupert Colville relatou o avanço das tropas e os relatos de execuções. Segundo Colville, entre os mortos estão 11 mulheres e 13 crianças. Para ele, parece ter havido um “colapso completo da Humanidade em Aleppo”

— Ontem à noite (segunda-feira), recebemos novos relatos profundamente perturbadores de numerosos corpos estendidos nas ruas — afirmou Colville, do Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas. — Os moradores não foram capazes de recuperá-los, devido ao bombardeio intenso e a seu medo de ser baleado.

Depois de quatro anos ocupando a área Leste da cidade, os rebeldes estão à beira da derrota. De acordo com uma fonte militar síria, o Exército e aliados tomaram controle total de distritos abandonados pelos insurgentes durante a retirada de Aleppo.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) advertiu que os civis não tinham nenhum lugar seguro para ir. Por sua vez, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, manifestou-se “alarmado pelos relatos de atrocidades contra um grande número de civis”.

CONFRONTOS DEIXAM RASTRO DE DESTRUIÇÃO EM ALEPPO

  • Sírios deixam suas casas em bairro controlado por rebeldes durante operação do regime para retomar áreas insurgentes em AleppoFoto: STRINGER / AFP

  • Combatente pró-governo carrega nos braços uma mulher que foi ferida enquanto tentava fugir com a sua família dos combates em AleppoFoto: GEORGE OURFALIAN / AFP

  • Prédios ficaram destruídos no distrito de Sheikh Saeed, em Aleppo, após retomada pelas forças do regime do presidente sírio, Bashar al-AssadFoto: GEORGE OURFALIAN / AFP

  • Sírios fogem com seus pertences dos combates em Aleppo; batalha entre insurgentes e governo está em fase final após avanços em série do governo pelo territórioFoto: STRINGER / AFP

  • Soldados sírios fazem patrulha em bairro que era controlado por insurgentes; ofensiva do governo provocou fuga em massa de civisFoto: GEORGE OURFALIAN / AFP

  • Combatentes do Exército Livre da Síria disparam arma contra aviões militares no bairro de Mashhad, em AleppoFoto: STRINGER / AFP

  • Fumaça surge em área controlada por insurgentes durante intensos combates em Aleppo, epicentro da guerra civil síriaFoto: ABDALRHMAN ISMAIL / REUTERS

  • Soldados pró-governo se sentam perto de destroços de prédios após retomada do distrito de Sheikh SaeedFoto: STRINGER / AFP

A recaptura de toda a área rebelde de Aleppo constitui a maior vitória em campo de batalha até o momento para o presidente sírio, Bashar al-Assad, e sua coalizão militar de tropas sírias, Força Aérea russa, Irã e milícias xiitas.

A derrota deixa os rebeldes sem presença significativa em quaisquer das principais cidades da Síria. Eles ainda mantêm parte de áreas no campo de Aleppo e a província de Idlib.

Após dias de intensos bombardeios em áreas tomadas por rebeldes, o número de ataques aéreos e bombardeios caiu consideravelmente na noite de segunda-feira, disse um repórter da Reuters na cidade.

No entanto, uso de foguetes continuou em áreas tomadas por rebeldes, relatou o Observatório Sírio para Direitos Humanos. Rebeldes e forças do governo ainda lutam em pontos ao redor do enclave reduzido, relatou o grupo monitoramento com sede em Londres.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/onu-forcas-sirias-mataram-82-civis-em-suas-casas-em-aleppo-20637167#ixzz4SljQXVZt

ISIS corta água para civis em Mosul

Estado islâmico desliga o abastecimento de água para áreas de Mosul que podem ser liberadas pelo exército iraquiano para manter os civis sob controle.

À medida que o exército iraquiano avança em Mosul, o último baluarte do Estado islâmico no Iraque, o ISIS corta a água e a eletricidade de alguns dos distritos que em breve poderão ser libertados pelo exército iraquiano.

“[ISIS] corta a eletricidade para as estações de água que alimentam vários bairros onde as tropas iraquianas estão avançando”, disse à CNN Zuhair Hazem al-Jabouri, um funcionário da cidade de Mosul responsável pela energia e água. “Eles estão privando as pessoas de água potável no leste de Mosul. Eles querem forçar as pessoas a se retirarem com eles para usá-las como escudos humanos”.

A U.N. não conseguiu verificar independentemente os relatórios, mas disse que essa estratégia estava de acordo com a conduta do ISIS em outros lugares onde ele tem se esforçado para manter o controle sobre as populações civis, que não tem escrúpulos em usar como escudos humanos.

A situação humanitária foi agravada quando um dos principais canos de água da cidade foi atingido durante os combates. A perda da tubulação cortou a água a 650.000 pessoas, de acordo com Al-Jazeera.

Estamos enfrentando uma catástrofe humanitária “, disse Hussam al-Abar, membro do conselho provincial de Mineul em Nineveh.” Serviços básicos como água, eletricidade, saúde e alimentos são inexistentes “.

Estimativas do número de civis ainda dentro de Mosul variam de um milhão a 1,5 milhão de pessoas.

http://www.clarionproject.org/news/isis-cuts-water-civilians-mosul

França: Jihad Infecta o Exército e a Polícia

por Yves Mamou

  • Alguns policiais se recusaram abertamente a proteger sinagogas ou observar um minuto de silêncio em homenagem aos mortos, vítimas de ataques terroristas.
  • O fato de policiais estarem armados e terem acesso ao banco de dados da polícia só aumenta a angústia.
  • Em julho de 2015 quatro homens, um deles veterano da marinha, foram notificados a se apresentarem para interrogatório. Eles haviam planejado se infiltrar em uma base da marinha no sul da França, capturar um oficial de alta patente, decapitá-lo e publicar as fotos da decapitação nas redes sociais.

De acordo com um memorando confidencial, datado de janeiro de 2016, emitido pela unidade antiterrorista do ministro do interior francês, a França já hospeda 8.250 islamistas radicais (um crescimento de 50% em um ano).

Alguns desses islamistas foram para a Síria para se juntarem ao Estado Islâmico (EI), outros se infiltraram em todas as esferas da sociedade, começando pela polícia e forças armadas.

Um memorando confidencial vazado do Departamento de Segurança Pública, publicado peloLe Parisien, detalha 17 casos de policiais radicalizados entre 2012 e 2015. Particularmente foram enfatizados os casos de policiais que ouvem e transmitem cânticos muçulmanos enquanto rondam as ruas.

Alguns desses policiais se recusaram abertamente em proteger sinagogas ou observar um minuto de silêncio em homenagem aos mortos, vítimas de ataques terroristas.

Além disso, a polícia foi alertada a respeito de uma policial que incitava o terrorismo no Facebook, chamando sua farda de “farrapo imundo da República” enquanto limpava suas mãos nela. Em janeiro de 2015, imediatamente após os ataques à redação da revista Charlie Hebdo e ao supermercado kasher Hypercacher em Vincennes, que deixou 17 mortos, ela publicou em sua página do Facebook: “ataque mascarado conduzido por sionistas covardes… Eles precisam ser mortos”.

O fato de policiais estarem armados e terem acesso ao banco de dados da polícia só aumenta a angústia.

Embora o quartel-general da polícia de Paris alegue que casos como este são raros, ela achou por bem realizar reavaliações semanais em relação a qualquer comportamento que exceda o princípio de separação da igreja do estado, como acontece com policiais muçulmanos que aparentam inclinação à radicalização. Patrice Latron, que administra o gabinete do superintendente de polícia de Paris, disse ao Le Parisien que se trata de um fenômeno “extremamente marginal”.

Não são apenas os policiais que estão apreensivos, as forças armadas francesas também estão preocupadas. Não há estatísticas sobre o número de soldados muçulmanos servindo nas forças armadas francesas, mas tem-se como certo que há muitos, e que são vulneráveis às influências islamistas, dado que a França está envolvida militarmente na África contra a Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQIM) e também contra o Estado Islâmico no Oriente Médio. Desde o ataque contra o Charlie Hebdo em janeiro de 2015, contudo, a maior operação militar da França tem sido mesmo em solo francês: Encontram-se posicionados 10.000 soldados armados na França para proteger sinagogas, escolas judaicas, estações de trens e metrôs, e também algumas mesquitas, para mostrar aos muçulmanos que a República Francesa não os vê como inimigos. Sua missão não é mais a de ser simplesmente uma força suplementar e sim como explica o Le Figaro, para “implementar permanentemente operações militares dentro do país”.

Já no início de 2013, durante a 5ª conferência parlamentar sobre segurança nacional, o Coronel Pascal Rolez, assessor do diretor assistente da unidade de “contra intervenção” do Departamento de Proteção, Segurança e Defesa (DPSD), declarou: “estamos observando um crescimento da radicalização nas forças armadas francesas, particularmente desde o caso Merah”. Lembremo-nos que Mohammed Merah, um jovem muçulmano francês, assassinou três soldados franceses em Toulouse e Montauban, além de assassinar quatro judeus franceses em uma escola em Toulouse.

Em 2012 Mohammed Merah, um muçulmano francês, assassinou três soldados franceses, além de assassinar quatro judeus franceses em uma escola. Hoje, considerando os inúmeros casos de soldados e policiais muçulmanos franceses se radicalizando, os serviços de segurança temem o perigo de “terem em suas fileiras agentes das forças de segurança atacando seus colegas”.

A fim de identificar membros das forças armadas que estão sendo radicalizados, o DPSD leva em conta mudanças no modo de se vestir, licenças recorrentes por motivo de doença, viagens, furto de suprimentos ou de equipamento militar.

Desde os ataques ao Charlie Hebdo e ao supermercado kasher em Paris em janeiro de 2015, a mídia tem observado vários indícios de radicalização no exército francês.

Em 21 de janeiro de 2015 a emissora de rádio RFI anunciou que cerca de 10 soldados franceses desertaram e se uniram à luta jihadista na Síria e no Iraque. Isso foi confirmado pelo Ministro da Defesa Jean-Yves Le Drian, com a cautela de afirmar que são casos “extremamente raros”. Aparentemente um desses veteranos ocupa o posto de “emir” em Deir Ezzor na Síria e lidera um grupo de cerca de 10 combatentes franceses treinados por ele pessoalmente. Os outros desertores franceses são especialistas em explosivos ou paraquedistas, alguns vieram das unidades de comando da Legião Estrangeira Francesa.

Também em janeiro de 2015, depois dos ataques em Paris, a polícia descobriu que “Emmanuelle C”, assessora da gendarmaria (corpo de soldados da força policial na França) de 35 anos, havia se convertido ao Islã em 2011 e estava em um relacionamento com Amar Ramdani, procurado por tráfico de drogas e armas. Ramdani é cúmplice de Amedy Coulibaly, que perpetrou a chacina em Montrouge e no Hypercacher em Paris. Ramdani estava sendo monitorado pela divisão de inteligência do departamento de polícia (DRPP) na área “pública” do forte em Rosny-Sous-Bois (Seine-Saint-Denis). No forte fica a unidade científica da gendarmaria. Quanto a Emmanuelle C, ela foi acusada de ter violado mais de 60 vezes a segurança do arquivo do suspeito (FPR). Ela foi sentenciada a um ano de prisão, com suspensão condicional da pena e expulsa da gendarmaria.

Em julho de 2015, a imprensa revelou que aproximadamente 180 detonadores e 10 barras de explosivos plásticos foram roubados de um depósito do exército perto de Marselha. Os investigadores obviamente suspeitaram de cumplicidade interna, uma vez que os perpetradores pareciam estar muito bem informados. As investigações apontam em duas direções: terrorismo islâmico ou crime organizado, a investigação continua.

Em 16 de julho de 2015 o Presidente François Hollande revelou que tinha sido frustrado um ataque a uma base militar francesa. Três dias depois, quatro homens, um deles veterano da marinha, foram detidos. Eles confessaram que haviam planejado se infiltrar em uma base da marinha no sul da França, capturar um oficial de alta patente, decapitá-lo e publicar as fotos da decapitação nas redes sociais.

Em 6 de março de 2016, o veterano das forças armadas, “radicalizado” Manuel Broustail, foi detido quando descia de um avião no Marrocos. Segundo o jornal francês Presse Ocean, Broustail estava levando em sua mala um facão, quatro facas de cozinha, dois canivetes, um bastão retrátil, um capuz preto e um botijãozinho de gás. Veterano das forças armadas francesas e convertido ao Islã, Broustail já tinha sido posto sob prisão domiciliar por um longo período em Angers (Maine-et-Loire) dias depois dos execráveis ataques em Paris nos quais 130 pessoas foram assassinadas. Ele está sendo monitorado pelas agências de segurança francesas desde que foi dispensado do exército em 2014. A mídia parece estar preocupada que um indivíduo desses, que carrega armas desse tipo, possa passar pelos controles de segurança do aeroporto, pegar um avião e deixar o país.

De acordo com Thibaut de Montbrial, especialista em terrorismo e presidente do Centro de Estudos de Segurança Interna o risco é “a possibilidade de agentes das forças de segurança atacarem seus colegas. Alguém de farda atacando uma pessoa usando a mesma farda. Na França um cenário desses não é impossível. As forças de segurança precisam ter em mente esse risco”.

Yves Mamou, radicado na França, trabalhou por duas décadas como jornalista para o Le Monde.

http://pt.gatestoneinstitute.org/7739/franca-jihad-exercito-policia

Governo da Síria retoma cidade histórica do Estado Islâmico: entenda as consequências

Um representante do Exército afirmou à TV estatal síria que a recaptura da cidade marca o começo do colapso do Estado Islâmico.

O Exército sírio vinha ganhando terreno há dias, apoiado pela artilharia aérea russa. Fontes militares afirmam agora que o Exército tem “controle total” da cidade.

O Estado Islâmico havia tomado o controle de Palmira, cidade declarada Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco (braço da ONU para educação, ciência e cultura), em maio de 2015.

Localizada em meio ao deserto e próxima a um oásis, Palmira abriga ruínas de uma cidade que foi um dos centros culturais mais importantes do mundo.

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Image captionImagem de 2009 mostra um dos tempos históricos de Palmira

Conhecida na região por “Tadmur”, fica em uma área estratégica na estrada entre a capital da Síria, Damasco, e a cidade de Deir al-Zour.

A cidade reúne arte e arquitetura dos séculos 1 e 2, que combinam técnicas greco-romanas com tradições locais e influências persas. Antes da guerra na Síria, mais de 150 mil pessoas visitavam a cidade por ano.

Imagens divulgadas no sábado pelas Forças Armadas da Síria mostram helicópteros e tanques atacando posições na cidade. A data do registro não pôde ser verificada de forma independente.

O Observatório Sírio para Direitos Humanos, um grupo de monitoramento da guerra síria com base na Inglaterra, afirmou que ainda havia tiroteios no leste da cidade, mas que a maior parte das forças do EI havia recuado.

Dividendos para Assad

Para Lina Sinjab, correspondente da BBC no Líbano, a retomada marca uma vitória para o presidente Bashar al-Assad, que deseja mostrar ao mundo que é um aliado na luta contra o terrorismo.

“Apoiadas por aviões de combate russos e milícias xiitas, as forças do governo recuperaram a cidade histórica e agora estão perto de controlar uma área ampla do país”, afirma Sinjab.

Image copyrightSANA EPA
Image captionCombates em Palmira; retomada fortalece discurso de presidente sírio, diz correspondente da BBC

A correspondente afirma, contudo, que moradores e observadores questionaram a decisão de Assad de retirar suas tropas de Palmira em 2015, abrindo caminho para os militantes do EI.

Em maio de 2015, centenas de combatentes do EI cruzaram centenas de quilômetros pelo deserto, sem serem interrompidos, até chegar a Palmira, enquanto o governo se concentrava em bombardear áreas tomadas pela oposição e cheias de civis.

Para Sinjab, Assad agora garantiu uma posição mais forte nas negociações de paz. “Ele será certamente visto como um solucionador de problemas, mas muitos dizem que ele é a fonte dos problemas”, diz.

Destruição

O EI destruiu sítios arqueológicos após tomar o controle de Palmira, o que motivou forte reação pelo mundo. Dois templos de 2 mil anos, uma arca e torres funerárias foram deixados em ruínas.

A Unesco classificou os atos como crime de guerra.

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Image captionImagem divulgada pelo Estado Islâmico mostra fumaça saindo do templo de Baal-Shamin, monumento da época romana

O grupo extremista islâmico já havia se engajado na destruição sistemática de acervos de museus e bens de inestimável valor histórico e cultural no Iraque.

O EI diz ver a herança cultural antiga como um desafio para a lealdade do povo iraquiano ou sírio ao próprio grupo.

Destruir esse patrimônio seria, portanto, uma forma de rejeitar a “pauta nacionalista” que as estátuas, templos e até cidades históricas representam, afirma David Roberts, do Departamento de Estudos de Defesa do King’s College, de Londres.

Segundo Roberts, os militantes do EI se veem motivados a atacar o politeísmo onde quer que esteja, e rejeitam a adoração de “ídolos” e dos locais erguidos para tal.

O chefe do órgão de patrimônio da Síria, Mamoun Abdelkarim, prometeu reparar os danos o tanto quanto seja possível, de forma a enviar uma “mensagem contra o terrorismo”.

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/03/160327_palmira_retomada_tg

Quênia diz ter matado chefe da Inteligência do al-Shabaab

Mahad Karate morreu ao lado de outros dez comandantes e mais de quarenta combatentes em ataque do Exército do Quênia.

MOGADÍSCIO — Um ataque aéreo matou o chefe da Inteligência do Al-Shabaab, informou nesta quinta-feira o Exército do Quênia. O coronel David Obonyo, porta-voz dos militares, indicou que Mahad Karate morreu junto a outros dez comandantes do grupo e 40 extremistas de menor cargo em um acampamento de Nadris, no Sul da Somália. Ele coordenava um campo de treinamento entre as cidades de Buale e Sakow com dezenas de recrutas quando foi alvo do bombardeio.

A organização, que é ligada à al-Qaeda, nega que Karate tenha sido morto. O histórico do líder extremista — também conhecido como Abdirahim Mohamed Warsame — lista ativa participação no ataque a uma base militar queniana na cidade de el-Ade, em janeiro deste ano. Segundo o Al-Shabaab, 100 militares foram mortos na investida extremista.

O Departamento de Estado americano ainda registrou que ele teve papel importante no atentado à Universidade de Garissa, no Quênia, que deixou 150 vítimas em abril passado. No mesmo mês, as autoridades dos EUA o incluíram no rol de terroristas.

O al-Shabaab também é responsável por atentados em países vizinhos que tenham enviado tropas para respaldar o governo central. O Quênia, por exemplo, contribui com quatro mil homens às forças da União Africana, que deslocou ao todo 22 mil soldados ao solo somaliano para combater os extremistas.

Em agosto de 2011, quando as forças de paz apoiadas pela ONU entraram no país, os terroristas foram expulsos da capital Mogadishu, mas ainda ocupam grandes áreas ao sul da Somália com o objetivo de instituir um Estado islâmico na região.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/quenia-diz-ter-matado-chefe-da-inteligencia-do-al-shabaab-na-somalia-18699468#ixzz40XH4WJp7
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Exército turco atira em curdos durante funeral

O exército turco atacou diversos curdos durante um funeral apesar de estarem portando bandeiras brancas. Não houve qualquer ataque das vítimas, conforme pode se constatar no vídeo abaixo:

Trata-se de mais uma irrefragável violação dos direitos humanos praticada pelo exército do tirano Erdogan, amigo pessoal do presidente dos Estados Unidos.

‘EI foi derrotado em Ramadi’, declara governo iraquiano após retomar território

Após semanas de ataques intensivos, as forças iraquianas conseguiram retomar o controle de Ramadi – localizada 100 quilômetros a oeste de Bagdá – neste domingo. O grupo que se autodenomina “Estado Islâmico” mantinha o domínio da região considerada estratégica para os extremistas, mas se retirou após a ofensiva do Iraque.

A retomada do território foi considerada pelo governo iraquiano uma vitória sobre o “EI”. Segundo um porta-voz, a área está sob completo domínio do Iraque, sem nenhum sinal de membros do grupo extremista por ali.

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Ainda assim, o porta-voz admitiu que é possível que haja uma pequena resistência deles nos próximos dias.

Ramadi estava sob controle do “EI” desde maio, e o fato era visto como uma grande e vergonhosa derrota para o exército iraquiano. O território é estratégico já que a cidade é a capital de Anbar, maior província do Iraque, dividindo fronteira com Síria, Jordânia e Arábia Saudita.

Ataques

Nos últimos dias, as tropas do exército iraquiano foram abrindo caminho com armadilhas entre ruas e prédios enquanto avançavam em direção ao centro de Ramadi, reconquistando os distritos dos arredores aos poucos.

Assim que pararam de ouvir os tiros dos extremistas e confirmaram que a área estava sem nenhuma movimentação humana, os iraquianos retomaram de vez o território.

“O complexo está completamente sob nosso controle, não há nenhuma presença de membros do ‘EI’ nele”, disse o porta-voz dos militares, Sabah al-Numani, à Reuters.

“Com o controle do complexo, isso significa que eles foram derrotados em Ramadi. O próximo passo é eliminá-los também em outras áreas por aqui ou ao redor da cidade.”

Image copyrightReuters
Image captionExército iraquiano foi avançando aos poucos até retomar domínio da região

Não está claro o número de membros do “EI” que estavam na região de Ramadi, mas algumas estimativas falam em pelo menos 400. Também não há informações sobre possíveis feridos do exército iraquiano. As tropas acreditam que os militantes extremistas que sobraram podem ter ido para o nordeste da região.

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O comandante das operações militares de Anbar, Ismail al-Mahlawi, disse à agência de notícias AP que a luta havia sido difícil e que eles tiveram de enfrentar armadilhas e homens-bomba.

A preocupação também permanece para as centenas de famílias que foram capturadas pelo “EI” na linha de frente, segundo o repórter da BBC em Bagdá, Thomas Fessy.

Mas, apesar de a paz na região ainda não ter sido completamente reestabelecida, a agência de notícias AFP relata que houve comemorações nas ruas de diversas cidades iraquianas.

A operação para retomar o controle de Ramadi começou em novembro, mas teve um progresso lento, principalmente porque o governo optou por não usar a poderosa força paramilitar xiita que ajudou a recuperar a norte da cidade de Tikrit, para evitar o aumento das tensões sectárias.

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/12/151227_iraque_ei_ramadi_rm

Exército nigeriano é acusado de massacre de civis xiitas

Episódio teria acontecido durante manifestação que supostamente atacou general.

ABUJA – O Senado nigeriano abriu um inquérito para investigar denúncias de um massacre contra civis xiitas em Zaria, no Norte do país. Segundo grupos muçulmanos, de direitos humanos e independentes, soldados teriam matado a sangue frio cidadãos sem confronto e enterrado seus corpos em valas comuns. O Exército anunciou uma investigação própria.

Segundo as Forças Armadas, o confronto começou quando um grupo teria atacado um general durante uma manifestação na cidade. Em resposta, invadiram a casa do chefe de um grupo islâmico, num suposto confronto que “deixou mortos”, admitiu o Exército.

O episódio foi tão violento que chegou a destruir casas no entorno. Não se sabe o número dos mortos nos ataques, condenados internacionalmente.

— Não há dúvida de que hhouve perda de vida substancial por conta dos militares. Mortes extrajudiciais devem levar os responsáveis à Justiça — disse MK Ibrahim, diretor local da Anistia Internacional.

O presiden iraniano, Hassan Rouhani, questionou seu par nigeriano, Muhammadu Buhari, por telefone. O país persa apoia a comunidade xiita e chegou a chamar seu embaixador para consultas.

O Exército nigeriano é frequentemente acusado de violações de direitos humanos e crimes de guerra, como estupro e destruição de casas. O contexto das operações se dá através dos ataques do Boko haram, radical sunita.

http://oglobo.globo.com/mundo/exercito-nigeriano-acusado-de-massacre-de-civis-xiitas-18314943