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Chefe de inteligência dos EUA alerta para aumento de ataques do ISIS em todo o mundo com jihadistas tendo como alvo a expansão global

ISIS é susceptível de acelerar ‘o ritmo e letalidade “dos seus ataques nos próximos meses, uma vez que visa intensificar a sua campanha global de violência, advertiu o diretor da Agência de Inteligência de Defesa dos EUA.

O tenente-general Vincent Stewart destacou os perigos de ‘ramos emergentes’ do grupo jihadista em Mali, Tunísia, Somália, Bangladesh e Indonésia.

Ele também disse que não ficaria surpreso se o ISIS ampliasse suas operações a partir da Península do Sinai, a fim de atingir o coração dos egípcios.

Marine Corps tenente-general Vincent Stewart (foto) destacou os perigos do grupo jihadista 'ramos emergentes' em Mali, Tunísia, Somália, Bangladesh e na Indonésia

Marine Corps tenente-general Vincent Stewart (foto) destacou os perigos do grupo jihadista ‘ramos emergentes’ em Mali, Tunísia, Somália, Bangladesh e na Indonésia

Jihadistas em trem Líbia na província de Tripoli como ISIS continua a expandir-se no país dilacerado pela guerra

Jihadistas em trem líbio na província de Tripoli com ISIS continuando a expandir-se no país dilacerado pela guerra.

Stewart disse que a presença do ISIS no Iraque e na Síria foi apenas o início, com o grupo aparentemente olhando para expandir como parte de seu plano global.

“No ano passado, Daesh (ISIS) manteve-se entrincheirado em campos de batalha no Iraque e na Síria e expandiu globalmente para a Líbia, Sinai, Afeganistão, Nigéria, Argélia, Arábia Saudita, Iêmen e no Cáucaso”, disse Stewart.

O ‘Daesh’ é susceptível de aumentar o ritmo e letalidade de seus ataques transnacionais porque pretende desencadear ações violentas para provocar uma reação dura do Ocidente, alimentando assim a sua narrativa distorcida’ de uma guerra ocidental contra o Islã, disse ele.

Os comentários de Stewart vieram um dia antes dele e outros funcionários de inteligência dos EUA serem definidos para fornecer uma avaliação anual da ameaça mundial ao Congresso.

Ele também disse que não ficaria surpreso se ISIS ampliou suas operações a partir da Península do Sinai, a fim de atingir o coração dos egípcios

Ele também disse que não ficaria surpreso se ISIS ampliasse suas operações a partir da Península do Sinai, a fim de atingir o coração dos egípcios

militantes ISIS no Egito divulgou fotos de um campo de treinamento novo segredo no deserto de Sinai

O grupo militante sunita procura não só aumentar escalada do conflito com o Ocidente, mas também com a minoria do ramo xiita do Islã, assim como grupos extremistas xiitas, como o Hezbollah do Líbano estão alimentando as tensões com os sunitas, disse Stewart.

“Essas ameaças são exacerbadas pelos desafios do Oriente Médio, que agora está enfrentando um dos períodos mais perigosos e imprevisíveis em segurança na última década”, disse ele.

ISIS tem até 25.000 combatentes na Síria e no Iraque, contra uma estimativa anterior de até 31.000, de acordo com um relatório de inteligência dos EUA revelado pela Casa Branca na semana passada.

Autoridades norte-americanas citaram fatores como vítimas do campo de batalha e deserções para explicar a diminuição de aproximadamente 20 % de lutadores, e disse que o relatório mostrou que a campanha liderada pelos EUA para esmagar Estado Islâmico estava fazendo progressos.

Read more: http://www.dailymail.co.uk/news/article-3438421/U-S-intelligence-chief-warns-increased-ISIS-attacks-world-jihadis-target-global-expansion.html#ixzz3zfzh8QHo
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Estado Islâmico mata dois generais no Iraque e avança na Síria

Dois generais iraquianos morreram nesta quinta-feira em um atentado suicida reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) na província de Al-Anbar, um reduto dos jihadistas, que também avançam na Síria.

O general Abdelrahman Abu Raghif, número dois do comando militar na província, e o general de brigada Safin Abdulmajid, comandante da décima divisão, morreram na explosão de um carro-bomba nos subúrbios de Al-Jaraishi, ao norte da capital provincial, Ramadi.

Outros “mártires heroicos” morreram no atentado, segundo um comunicado militar, que não cita um número específico.

Em um comunicado divulgado na internet, o EI, que controla Ramadi e quase toda a província de Al-Anbar, afirma que o ataque contra um quartel-general do exército foi cometido por quatro suicidas.

Na ofensiva de junho de 2014, os jihadistas assumiram o controle de áreas do país, sobretudo ao norte e ao oeste, mas Ramadi não caiu na época, o que aconteceu apenas em maio deste ano, após quase um ano de resistência dos militares.

As operações para recuperar Ramadi não tiveram sucesso, apesar do envio de quase 3.000 soldados iraquianos treinados e equipados pela coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.

A coalizão ataca há mais de um ano as posições jihadistas nesta região de fronteira com a Síria.

Avanço jihadista na Síria

Do outro lado da fronteira, o EI avança na região norte da Síria, onde assumiu o controle de cinco localidades controladas pelas forças rebeldes e entrou na periferia de uma posição chave, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

A ONG citou “dezenas” de vítimas nas fileiras rebeldes, mas não possui números sobre as baixas do EI.

Os jihadistas tomaram o controle de três localidades perto de Marea e entraram na periferia desta cidade, com a explosão de um carro-bomba nesta quinta-feira, segundo o OSDH.

Também se apropriaram de outras duas aldeias mais ao norte, na província de Aleppo (norte), perto da fronteira com a Turquia.

Os jihadistas, que declararam um “califado” nos territórios que controlam no Iraque e na Síria, avançam, apesar do anúncio da Turquia e dos Estados Unidos da criação de uma zona sem o EI na província de Aleppo.

O plano tem o apoio de várias forças rebeldes, sobretudo da influente Ahrar al-Sham. A Frente Al-Nosra, que luta contra o EI, rejeitou a medida e inclusive abandonou algumas posições para não ter envolvimento, deixando algumas áreas nas mãos de outra facção insurgente.

Ao mesmo tempo, o regime sírio e os rebeldes concordaram com um cessar-fogo de 48 horas em três localidades.

Os combates e lançamentos de foguetes cessaram em Zabadani, reduto rebelde próximo a Damasco, e nas localidades xiitas de Fua e Kafraya, na província de Idleb, sob controle do regime do presidente Bashar al-Assad, informou o OSDH.

De 12 a 15 de agosto aconteceu uma primeira trégua, que não foi respeitada por divergências sobre a libertação de prisioneiros.

Mais de 240.000 pessoas morreram na guerra na Síria e centenas de milhares estão detidas. Quase quatro milhões de sírios fugiram para o exterior.

O conflito começou em março de 2011 com manifestações pacíficas reprimidas duramente pelo regime e com o tempo se complicou com várias frentes, nas quais estão envolvidos o regime, as forças rebeldes, os curdos e diversos grupos jihadistas.

http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/08/estado-islamico-mata-dois-generais-no-iraque-e-avanca-na-siria-4834244.html

Quem será capaz de conter o ‘Estado Islâmico’ no Iraque?

No último domingo, as tropas do governo iraquiano abandonaram suas posições na cidade de Ramadi, o que fez com que a capital da maior Província do Iraque – a apenas 112 km de Bagdá – caísse nas mãos do grupo autodenominado “Estado Islâmico”.

A polícia e o Exército fizeram um recuo caótico após dias de intenso combate. O “EI” afirma ter capturado tanques e lançadores de mísseis largados pelos militares.

Eventos semelhantes ocorreram quando o “EI” ocupou Mosul – a segunda maior cidade do Iraque -, Fallujah e Tikrit (todas em 2014), ainda que esta última tenha sido retomada pelo governo.

O que explica a falência do governo iraquiano em enfrentar o “EI”? Será que outras froças armadas – como milícias xiitas – têm poder de fogo para vencer os extremistas?

Corrupção

No papel, as forças militares do Iraque têm tamanho considerável: um Exército de 193 mil e estimados 500 mil policiais e paramilitares, segundo estimativas de 2014 de grupos internacionais de estudos estratégicos.

A agência americana CIA calcula que o “EI” tenha até 31 mil combatentes no Iraque e na Síria – ou seja, numericamente bastante inferior às tropas oficiais. Mas esses números parecem não refletir a realidade do campo de batalha.

Leia mais: ‘Estado Islâmico’ toma cidade histórica na Síria

Leia mais: ‘EI’ infiltra extremistas em barcos de refugiados para Europa, diz Líbia

Jaqueta militar abandonada em área de combate em Mosul, em junho de 2014, após ocupação do 'Estado Islâmico' (AFP)
Jaqueta militar abandonada em área de combate em Mosul, em junho de 2014; organização é alvo de escândalos de corrupção

Uma investigação sobre a corrupção no Exército iraquiano, em novembro de 2014, identificou 50 mil nomes falsos na folha de pagamento da instituição.

Conhecidos internamente como “soldados fantasmas”, eles já não se apresentavam mais para combate ou de fato não existiam. Mas seus salários continuavam a ser pagos.

Falhas organizacionais

A máquina militar de Saddam Hussein foi completamente desmantelada após a derrubada do ex-presidente pelas forças americanas, em 2003, e foi substituída por um Exército nacional não-sectário – ou pelo menos assim se esperava. Mas claramente houve erros no caminho.

Pode ter sido um erro tentar estabelecer um Exército em estilo ocidental, porém sem o preparo suficiente. A saída das forças americanas do país, no fim de 2011, pôs fim ao treinamento e à orientação provida às tropas iraquianas, que ficaram despreparadas para combates futuros.

Além disso, antigos líderes militares da época de Saddam estão hoje entre os mais importantes comandantes do “Estado Islâmico”.

Milícia xiita

Quando Mosul foi dominada pelo “EI”, em junho de 2014, uma aliança de combatentes – chamada Força de Mobilização Popular, com dezenas de milhares de integrantes – foi formada para conter a ameaça do grupo extremista.

Simpatizantes do “EI” em Fallujah, em 2014; apesar de serem numericamente menores que o Exército, grupo rebelde tem conseguido vitórias importantes

O Serviço Árabe da BBC relata que essa força é composta por dois grupos principais: um primeiro oriundo de fortes organizações paramilitares, como a Brigada Badr, braços do Hezbollah e outros (há relatos de que esses soldados sejam apoiados pelo Irã); e um segundo grupo, estimulado por clérigos xiitas a combater o sunita “EI”.

Poucos dias depois de militantes do “EI” terem tomado o controle de Mosul, o mais importante clérigo xiita local fez um chamado às armas.

Leia mais: EUA oferecem recompensa de US$ 20 milhões por líderes do ‘EI’

Segundo relatos recentes de Bagdá, muitos jovens xiitas têm se alistado em mesquitas e treinado para entrar nos campos de batalha.

Mas será que a Mobilização Popular conseguirá derrotar o “EI” em Ramadi?

O grupo conseguiu, recentemente, impor uma derrota militar ao “Estado Islâmico” ao retomar Tikrit. Mas as milícias também foram acusadas por grupos de direitos humanos de promover “ataques de vingança” contra sunitas da região.

Jaafar al-Hussaini, porta-voz do Kataib Hezbollah-Iraq, um dos grupos que integram a Mobilização, disse à BBC que, ainda que as milícias xiitas sejam aliadas próximas do Exército iraquiano, os sunitas não os aceitam nesse papel.

Na Província de Anbar, até mesmo tribos sunitas que apoiam o governo central iraquiano rejeitam a presença da Mobilização como força libertadora na região.

O líder sunita Abdurazak Al-Shamari afirmou recentemente que “ninguém pode libertar áreas sunitas a não ser os seus filhos”.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/05/150521_estado_islamico_avanco_gch_pai

EUA aumenta a partilha de informações com a Arábia Saudita

Os Estados Unidos estão a expandir a sua partilha de informações com a Arábia Saudita para fornecer mais informações sobre potenciais alvos na campanha aérea do reino contra milícias Houthi no Iêmen, disseram autoridades dos EUA à agência de notícias Reuters, no sábado.

As autoridades norte-americanas disseram que o apoio expandido inclui dados de inteligência sensíveis que permitirão aos sauditas rever melhor as metas do reino.

“Expandimos a abertura um pouco mais além do que estamos compartilhando com os nossos parceiros da Arábia Saudita”, disse um oficial dos EUA.

“Estamos ajudando-os a ter uma melhor noção do campo de batalha e o ponto da situação com as forças Houthi. Nós também estamos ajudando a identificar “áreas que eles devem evitar” para minimizar as possibilidades de vítimas civis, disse o funcionário.

A aliada Arábia Saudita teme que a violência possa se espalhar na fronteira que compartilha com o Iêmen, e também está preocupada com a influência do Irã xiita, que negou as acusações de sauditas afirmando que tem prestado apoio militar direto aos Houthis.

Washington tem estado sob pressão para fazer mais para ajudar a aliança liderada pela Arábia Saudita, que teme o avanço Houthi  e que está expandindo a influência do arquiinimigo Irã à sua fronteira.

O papel dos Estados Unidos agora se expandiu em tamanho e escopo, envolvendo “habilitação” mais detalhada das informações de segmentação preparada para os sauditas, com um interesse particular em ajudar os sauditas para evitar vítimas civis, de acordo com as autoridades norte-americanas.

A Casa Branca e o Pentágono não quiseram comentar especificamente quando perguntado sobre a expansão da partilha de informação.

“Os Estados Unidos estão oferecendo aos nossos parceiros necessária e oportuna inteligência para defender a Arábia Saudita e responder a outros esforços para apoiar o governo legítimo do Iêmen”, disse Alistair Baskey, um porta-voz da Casa Branca.

Até há poucos dias, o apoio de inteligência dos EUA se limitou a examinar a informação destinada a ArábiaSaudita para tentar afirmar sua precisão, disseram EUA e autoridades sauditas.

Na segunda-feira, o vice-secretário de Estado, Antony Blinken, falou em termos gerais sobre a cooperação alargada durante uma visita a Riad, sem revelar detalhes.

“A Arábia Saudita está enviando uma forte mensagem para os Houthis e seus aliados, que eles não podem superar o Iêmen pela força”, disse Blinken.

“Temos acelerado entregas de armas como parte desse esforço, aumentamos nossa partilha de informações, e  estabelecemos uma célula de planeamento e coordenação conjunta no centro de operações da Arábia Saudita”, acrescentou.

No início desta semana, um diplomata norte-americano disse que Washington estava acelerando entrega de suprimentos e reforçando a partilha de informações com a aliança liderada pela Arábia audita. O Pentágono disse que está começando a fazer o reabastecimento aéreo de jatos da coalizão de Árabes Unidos – embora fora do espaço aéreo do Iêmen.

http://english.alarabiya.net/en/News/middle-east/2015/04/11/U-S-boosts-intelligence-with-Saudi-in-Yemen-fight-.html

Síria afirma que Estado Islâmico se expandiu após ataques de coalizão dos EUA

Segundo presidente Assad, grupo ganha mil militantes por dia apenas em seu país

WASHINGTON — O presidente sirio, Bashar al-Assad, afirmou em uma entrevista a uma TV americana que o grupo jihadista Estado Islâmico cresceu após o início dos ataques aéreos da coalizão liderada pelos EUA — que atingem alvos do EI na Síria, sem coordenação com Damasco, e no Iraque, com apoio de Bagdá.

Perguntado sobre o quão ele se beneficiava dos ataques aéreos iniciados em setembro, Assad disse ao “60 minutos”, da CBS:

— Às vezes você pode ter benefícios locais, mas se você quiser falar do Estado Islâmico, na verdade o EI se expandiu desde que os ataques começaram.

O presidente sírio luta contra jihadistas desde 2011, quando uma guerra civil eclodiu no país após protestos serem violentamente reprimidos por Assad.

Na entrevista, Assad disse que o EI recruta cerca de mil pessoas por dia apenas na Síria.

— E no Iraque eles estão expandido. Na Líbia e em muitos outros lugares organizações afiliadas à al-Qaeda juraram fidelidade ao EI — essa é a situação.

Embora o Estado Islâmico seja um inimigo comum de Damasco e de Washington, os americanos se recusam a cooperar com o presidente, afirmando que ele é ilegítimo no cargo.

Perguntado se deixaria a Presidência em algum momento, Assad respondeu:

— Quando eu não tiver apoio do público. Quando eu não representar os interesses sírios, e valores.

http://oglobo.globo.com/mundo/siria-afirma-que-estado-islamico-se-expandiu-apos-ataques-de-coalizao-dos-eua-15731280

EI quer mostrar onipresença para ofuscar derrotas, dizem especialistas

Grupo teve seguidas derrotas registradas no Iraque e na Síria.
Tunísia e Iêmen fazem parte de seus esforços para estender influência.

Ao atacar pela primeira vez a Tunísia e o Iêmen, o grupo Estado Islâmico (EI) tenta demonstrar sua capacidade de se expandir e fazer esquecer as seguidas derrotas registradas no Iraque e na Síria, onde proclamou um “califado”, de acordo com especialistas.

“A expansão está no centro da estratégia do EI”, lembra J.M. Berger, coautor do livro “ISIS, the State of Terror”. Por essa razão, “ter proclamado um califado, se aventurado no Egito, Argélia, Nigéria, Líbia e agora na Tunísia e no Iêmen, faz parte de seu esforço para estender a sua influência”.

 Os ataques recentes na Tunísia, onde 21 pessoas morrream no Museu do Bardo, em Túnis, e no Iêmen, que deixaram 142 mortos em atentados contra mesquitas xiitas em Sanaa, permitem ao EI criar uma imagem de onipresença, diz o especialista.

“Criar essa sensação de força é um dos principais objetivos do EI em termos de recrutamento e propaganda”, ressalta Berger.

“Estes ataques são tanto uma demonstração de força quanto uma mensagem à comunidade internacional: o EI se tornou um ator global”, concorda Mathieu Guidère, professor de estudos islâmicos na Universidade de Toulouse, no sul da França.

O grupo quer transmitir a mensagem de que é “capaz de atacar em qualquer lugar e a qualquer hora, pois tem adeptos prontos a morrer por seus objetivos em todos os lugares”, acrescenta.

Mas, para os especialistas, esta imagem de invencibilidade, forjada nas ofensivas no Iraque e na Síria, e sustentada pelos vídeos de suas atrocidades, começa a tornar-se frágil.

Nos últimos meses, os jihadistas foram expulsos de várias regiões do Iraque, ao norte, e estão prestes a perder Tikrit, um dos seus redutos atualmente cercado pelas forças armadas iraquianas.

Na Síria, o EI sofreu um duro revés contra os curdos, apoiados pelos bombardeios aéreos da coalizão antijihadista na emblemática cidade do Kobane. Os curdos também avançam em outras frentes, inclusive em seu principal reduto, a província síria de Raqa.

Nestas batalhas, o EI perdeu milhares de combatentes, mas também poços de petróleo e gás, que são alvo de bombardeios aéreos e que eram uma importante fonte de financiamento para o grupo jihadista.

No sábado (21), voluntário junto a um grupo xiita aponta sua arma durante confronto com o Estado Islâmico nas imediações de Tikrit, ao norte de Bagdá, no Iraque (Foto: AP Photo)No sábado (21), voluntário junto a um grupo xiita aponta sua arma durante confronto com o Estado Islâmico nas imediações de Tikrit, ao norte de Bagdá, no Iraque (Foto: AP Photo)

Efeito de compensação
Por estas razões, os especialistas acreditam que os ataques recentes são um meio de desviar a atenção do contexto menos favorável do “califado”.

Thomas Pierret, especialista no Islã contemporâneo, afirma que “há certamente uma lógica compensação para os reveses sofridos na Síria e no Iraque”. E “se ainda existe uma expansão, deve-se mais às atividades terroristas do que ao califado propriamente dito”, diz o professor da Universidade de Edimburgo.

Além disso, ao cometer ataques na Tunísia e no Iêmen, o EI visa “compensar” o fato de que estes dois países “não têm uma verdadeira presença regional”, acrescenta.

Os especialistas salientam, contudo, que é difícil determinar o nível de coordenação entre os autores destes ataques e o comando central do grupo terrorista.

As informações disponíveis mostram que “os terroristas na Tunísia foram treinados na Líbia. Outros ataques podem muito bem ser planejados localmente”, diz Berger.

O que é certo, diz ele, é que o EI tentará, “absolutamente, a cada semana, ocupar as manchetes dos jornais e mostrar sinais de expansão em outros lugares” para além do Iraque e da Síria.

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/03/ei-quer-mostrar-onipresenca-para-ofuscar-derrotas-dizem-especialistas.html

Crise na Nigéria está se espalhando por toda região, alerta ONU

A crise no nordeste da Nigéria está se espalhando por toda a região à medida em que os combates entre o governo nigeriano e o grupo rebelde Boko Haram se intensificam, afirmaram aos jornalistas na sede da ONU em Nova York (EUA), nesta quinta-feira (19), o diretor de operações do Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), John Ging, e a diretora dos Programas de Emergência do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Afshan Khan, após sua recente visita à cidade de Yola, próximo à fronteira da Nigéria com Camarões.

Nas últimas semanas, o Boko Haram realizou ataques deixando vítimas civis no Chade, em Camarões e em Níger. De acordo com Ging, mais de 1 milhão de pessoas já foram deslocadas pelo conflito e cerca de 6.300 civis mortos. “O povo no nordeste da Nigéria tem sofrido imensamente”, disse.

Ele explicou também que a crise também tem impacto na segurança alimentar da região e em todo o Sahel.

“Com a proximidade da estação das chuvas e os recursos das comunidades ficando escassos, precisamos com urgência mobilizar assistência para ajudar as pessoas e apoiar as comunidades locais e organizações que fizeram muito até agora”, disse Ging, ressaltando que a região do Sahel é ainda muito dependente da produção de alimentos da Nigéria. Ele acrescentou que o OCHA injetou 28 milhões de dólares do Fundo Central de Repostas de Emergência da ONU para possibilitar um aumento na ação humanitária na Nigéria, Camarões, Chade e Níger.

De acordo com Khan, o conflito é um dos mais mortais em termos de impacto nas crianças, com meninas sendo estupradas e forçadas a casamentos precoces e milhares de meninos recrutados a força como crianças-soldado.

“Além dos números e das estatísticas estão histórias muito reais impactando as pessoas de uma forma trágica”, disse. “Mas, apesar de tudo que passaram, as mulheres que encontramos mantiverem uma força inabalável, coragem e determinação para reconstruir suas famílias, comunidades e país.”

http://nacoesunidas.org/crise-na-nigeria-esta-se-espalhando-por-toda-regiao-alerta-onu/

Autora de livro sobre o Estado islâmico desvincula o expansionismo terrorista do “salafismo radical”

‘Há uma aliança jihadista em formação’

Autora de livro sobre o Estado Islâmico prevê expansão do grupo para o Cáucaso e outras regiões da Ásia e critica ‘fracasso da liderança do Ocidente’

Especialista em terrorismo e autora do recém-lançado “A Fênix Islamista: o Estado Islâmico e a reconfiguração do Oriente Médio” (Ed. Bertrand Brasil), a italiana Loretta Napoleoni afirma que o Estado Islâmico (EI) está em fase de expansão, aglutinando outros grupos jihadistas sob sua influência.

Quase um ano se passou desde o anúncio da criação do califado na Síria e no Iraque. Já é possível ter uma ideia do quão grande e poderoso o Estado Islâmico pode ficar nos próximos anos?

Sim, o que vemos agora é a formação de uma frente global no mundo muçulmano com o grupos como o Boko Haram, os grupos líbios e parte da al-Qaeda na Península Arábica jurando aliança ao Estado Islâmico. Acho que nos próximos meses teremos uma expansão dessa frente para o Cáucaso, a Ásia Central, países como o Afeganistão e o Paquistão, e o Sudeste Asiático. As características dessa frente não seriam necessariamente ligadas ao salafismo radical, mas sim uma forma do Estado Islâmico se apresentar como um elemento anti-imperialista contra as oligarquias corruptas do mundo muçulmano e os poderes estrangeiros que os apoiam.

O Estado Islâmico recebeu apoio de grupos de diversas partes do mundo como a Nigéria, o Iêmen e as Filipinas. Esse apoio fortalece a posição do grupo na Síria e no Iraque ou podemos ver o início de “colônias do califado” se espalhando pelo planeta?

A aliança dos grupos funciona como uma espécie de federação. O Boko Haram não vai receber ordens diretas do califa, mas eles estarão ligados ideologicamente, combinarão estratégias e estarão em constante comunicação, ainda que definitivamente não estejamos falando dos Estados Unidos do Estado Islâmico. A meta é nos assustar, já que somos o inimigo comum, e essas alianças fazem o Estado Islâmico parecer muito mais forte do que ele realmente é. Será uma federação sob o nome do califado, mas na qual todas os envolvidos serão independentes, até porque qualquer um pode abraçar a bandeira do grupo.

O Estado Islâmico recebeu um enorme contingente de jihadistas europeus. Como esses combatentes, que cresceram em sociedades com valores ocidentais, podem influenciar a formação do novo Estado na Síria e no Iraque?

Os jihadistas europeus saem de um cenário de enorme marginalização e se tornam importantes no combate, mas é isso o que eles fazem: combater. Há uma clara divisão de trabalho na estrutura do Estado Islâmico. Os estrangeiros estão envolvidos na luta e nas negociações de reféns ocidentais, mas não têm poder de comando. A administração, se é que podemos chamá-la assim, está toda nas mãos de iraquianos, e a parte burocrática do Estado Islâmico está toda nas mãos de locais. Nenhum estrangeiro vai impactar as políticas do grupo.

Ao contrário da al-Qaeda, que realizava atentados em países ocidentais, o Estado Islâmico tem se mostrado menos atuante no chamado “terrorismo clássico”, ainda que ataques de “lobos solitários” aliados ao grupo tenham acontecido no Canadá, na França e na Tunísia. Até que ponto o Estado Islâmico é uma verdeira ameaça para a segurança dos países ocidentais?

O Estado Islâmico em si não é uma ameaça. Não estamos falando da possibilidade de invasões em países ocidentais. A ameaça real são mais ataques como esses, que o grupo saberá explorar, como aconteceu na Tunísia, onde os atiradores tinham turistas estrangeiros como alvos. A narrativa apresentada pelos políticos é muito semelhante à usada pelo governo britânico contra o IRA nos anos 1970. Havia centenas de pessoas morrendo todos os anos, é verdade, mas a percepção que o Reino Unido tinha na época e que o Ocidente tem hoje, de que as estruturas políticas estão ameaçadas, é errada.

No livro, o Estado Islâmico é apresentado como um grupo capaz de equilibrar a violência e a barbárie com programas assistencialistas e um cuidado pela infraestrutura dos territórios dominados. Como acontece esse equilíbrio?

Há perseguição contra as minorias, mas não chamaria a relação que o Estado Islâmico mantém hoje com a população sob seu controle, de opressão, uma vez que são sunitas lidando com sunitas ou membros de minorias que se converteram. É uma população muito homogênea, e isso facilita o controle sobre o território. Há muito envolvimento dos líderes tribais locais, e sem a permissão desses líderes, o Estado Islâmico não teria chegado a lugar nenhum. Os líderes tribais perceberam que poderiam se beneficiar da ascensão do Estado Islâmico e foram muito eficazes ao estabelecer sua liderança junto ao grupo.

Em “A Fênix Islamista”, você destaca a habilidade do Estado Islâmico de se tornar independente de seus financiadores ao assumir o controle da região. É possível dizer que a guerra contra o grupo não é apenas militar, mas também econômica?

Não, porque agora já é tarde demais para uma batalha econômica. Cometemos erros gravíssimos. Deveríamos estar atentos ao que estava acontecendo na Síria e nos países do Golfo Pérsico, mas não prestamos atenção suficiente. O Estado Islâmico tem o controle do petróleo e do contrabando nas mãos. Agora, a única maneira de derrotá-los economicamente seria arrasar o território, mas para isso seria necessário atingir a população civil, o que de certa forma já é o que estamos fazendo agora. No entanto, essa nunca poderia ser uma política oficial.

Os curdos da Síria acusam a Turquia de apoiar o Estado Islâmico. A mesma acusação foi feita pelo ex-presidente iraquiano Nouri al-Maliki com relação aos sauditas, e o secretário americano de Estado, John Kerry, afirmou que as tropas de Assad evitaram enfrentar o grupo para enfraquecer o Exército Livre da Síria. Quem realmente está apoiando o Estado Islâmico?

É um movimento jihadista global. Não há nenhum poder estabelecido patrocinando o Estado Islâmico e o motivo para isso é simples: o grupo é uma ameaça a todos eles. O califa é encarado como um descendente direto de Maomé, e acima dele só estariam Alá e seu profeta. Apesar das acusações, o clã dos Saud sabe que, uma vez estabelecido, o califado não se relacionará com ninguém em níveis de igualdade. Certamente há pessoas poderosas que acreditam que possam um dia se beneficiar com o crescimento do Estado Islâmico, mas nenhuma delas representa um governo.

O fato do combate ao Estado Islâmico ter colocado lado a lado inimigos como os Estados Unidos e o Irã pode trazer melhorias a essas relações?

Acho que negociar com o Irã neste caso foi um enorme erro. Não há nenhum estratégia de longo prazo e trazer os iranianos para o combate é uma medida muito perigosa. Esse é o tipo de política externa que nos levou à situação que vivemos hoje. O que você acha que acontecerá quando as forças iranianas se instalarem no Iraque? Elas irão galvanizar toda a resistência sunita, e fortalecer o Estado Islâmico fazendo com que a situação no Norte do Iraque se degenere em uma nova guerra.

O Estado Islâmico não precisa que Assad perca a guerra. Ele já provou que pode se estabelecer sozinho, e isso é um exemplo do fracasso de liderança global do Ocidente. Todos seguem os Estados Unidos, e os países europeus não parecem ter noção do que estão fazendo.

http://oglobo.globo.com/mundo/ha-uma-alianca-jihadista-em-formacao-15661352

ONU teme expansão do Estado Islâmico para o Afeganistão

Enviado das Nações Unidas afirma que recrutamento de pequenas milícias e aumento de atividades são preocupantes

NOVA YORK – O Conselho de Segurança da ONU fez um alerta nesta quinta-feira para a expansão do Estado Islâmico para o Afeganistão. As Nações Unidas temem que pequenos grupos radicais islâmicos possam se fundir e formar uma célula no país, que tem como principal ameaça os também sunitas do Talibã. Comandantes do grupo foram mortos por ataques aéreos americanos no país no último mês.

A presença de militantes do EI no Afeganistão foi confirmada pela missão de apoio da ONU ao país, a Unama. O enviado das Nações Unidas a Cabul, Nicholas Haysom disse que a ameaça é crescente.

— A presença do grupo é preocupante, mas a participação dele em território afegão não se deve tanto à função intrínseca na área, mas ao potencial dele de oferecer uma alternativa para outros grupos insurgentes isolados possam se manifestar — relatou, antes de acalmar os ânimos e dizer que os jihadistas “ainda não estabeleceram raízes profundas”.

Testemunhas afegãs viram no início do ano bandeiras do EI substituindo antigas bandeiras do Talibã em diversos pontos do país. Em janeiro, militantes do grupo afegão relataram que outros insurgentes estabeleceram contato com o autoproclamado califa da organização, Abu Bakr al-Baghdadi, e representantes das Defesas americana e afegã reconheceram que havia recrutamento do grupo no país. Até mesmo foram relatadas milícias ex-extremistas que querem combater os radicais jihadistas.

Revelou-se recentemente que o Estado Islâmico movimenta anualmente cerca de US$ 1 bilhão traficando heroína produzida em áreas do Talibã no Afeganistão.

Drones americanos mataram recentemente Hafiz Waheed, um comandante do grupo em solo afegão, assim como haviam feito com um tio seu que era comandante do Talibã e chegou a ficar preso em Guantánamo.

O EI tem territórios na Síria e no Iraque, e o Afeganistão é separado do país do ex-ditador Saddam Hussein pelo Irã. De maioria xiita, Teerã teme que uma expansão do grupo possa significar ataques ou até uma invasão em seu território.

Uma nova onda de violência marcou o Afeganistão em 2014, sendo este o ano mais violento desde 2009. Quase 3.700 civis foram mortos no país, denunciou a ONU. Atualmente, o governo americano mantém 10 mil soldados no país, e gradualmente reduzirá a quantidade até o fim da presença em 2016, ao final do segundo mandato de Barack Obama.

A organização jihadista atualmente tem contribuído para uma escalada no terror na Líbia com sua filial, além de ter aprovado uma cooperação com o Boko Haram na Nigéria.
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Que perigo traz a aliança entre Estado Islâmico e Boko Haram?

Recentemente, o grupo autodenominado “Estado Islâmico” (EI) aceitou formar uma aliança com o Boko Haram, da Nigéria. Mas o ato foi apenas simbólico ou o pacto eleva as ameaças de jihadismo ao redor do mundo?

“Definitivamente, a ameaça agora é muito maior”, afirma o jornalista da BBC Hausa (parte do serviço africano da BBC) Aliyu Tanko, que acompanha de perto a atuação do grupo africano.

Na opinião de Tanko, a aliança significa uma nova “porta de entrada” para o jihadismo.

Ou seja, aqueles que estão dispostos a lutar em prol dos extremistas islâmicos têm agora a opção de ir para o norte da Nigéria.

Já o porta-voz do EI, Abu Mohadmed Al-Adnani, em uma gravação divulgada na quinta-feira para informar que o grupo aceitava o juramento de lealdade do Boko Haram, classificou a aliança como “uma nova porta para emigrar à Terra do Islã e do combate”.

E, com isso, ele anunciou que o califado, o sistema de governo organizado em torno de um califa por meio do qual o EI pretende apagar as fronteiras atuais e redesenhar os mapas, passará a se estender até a África Ocidental.

Intercâmbio difícil

Especialistas dizem que aliança pode soar como convocatória a jihadistas.

Mas especialistas entrevistados pela BBC afirmam ser improvável que a aliança se materialize com intercâmbio de jihadistas ou troca de informações para a realização de ataques.

Milhares de quilômetros ─ e muitas fronteiras ─ dividem Mossul, bastião do EI no norte do Iraque, e Gwosa, quartel-general do líder do Boko Haram, Abubaker Shekau, na Nigéria.

“E além de distantes, são dois cenários completamente diferentes”, diz Jesús Díez Alcalde, do Instituto Espanhol de Estudos Estratégicos, órgão ligado ao Ministério da Defesa da Espanha.
Embora ambos os grupos compartilhem de uma visão salafista e fundamentalista do Islã, “Iraque e Síria são árabes e na Nigéria predominam as etnias negras”, diz Alcalde.

“Por isso acredito que seja difícil o intercâmbio em termos práticos”, acrescenta.
No entanto, na semana passada, o presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, disse que militantes do Boko Haram estavam viajando a campos de treinamento do Estado Islâmico.

Em declarações à rádio pública Voice of America, dos Estados Unidos, Jonathan não especificou em quais países se encontram esses campos.

“Você pode criar todos os cenários possíveis e especular”, disse à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, Aminu Gamawa, advogado e analista especializado em jihadismo baseado em Washington. Gamawa avalia que, até agora, há pouca evidência do impacto dessa aliança.

Ele se refere a teorias como a que supõe que o território controlado pelo Boko Haram no norte da Nigéria, nos arredores do deserto do Saara, facilitaria um intercâmbio de armas e de militantes em toda a Líbia.
“Não está claro como será organizada a relação entre os dois grupos e se uma rede será realmente formada.”

Aliança ou colaboração ocasional?

Na Nigéria, Abubaker Shekau lidera insurgência de milhares de combatentes

Gamawa acrescenta que, ao jurar lealdade ao líder do EI, Abubaker Al-Baghdadi, também conhecido como califa Ibrahim, o chefe do grupo extremista mais forte na África vai obedecer às suas ordens.

Abubaker Shekau, do Boko Haram, lidera uma insurgência de milhares de combatentes, cerca de 9 mil, segundo o especialista de segurança Tom Keatinge ─ com uma receita líquida anual estimada em US$ 1 milhão (R$ 3,2 milhões). O grupo começou a se rebelar em 2009 e ganhou notoriedade com o sequestro de mais de 200 meninas em Chibok. As meninas foram raptadas em abril do ano passado e ainda permanecem desaparecidas.

“Além disso, é preciso ter em mente que o Boko Haram se dividiu em diferentes facções”, acrescenta Gamawa.
O instituto de pesquisa com sede em Bruxelas Internacional Crisis Group estima que são seis os subgrupos e que eles operam com grande autonomia em todo o norte e centro da Nigéria.

Nesse sentido, Alcalde, do Instituto Espanhol de Estudos Estratégicos, não acredita que o EI vai dizer ao Boko Haram como e onde atacar, muito mais pelas dificuldades pragmáticas do que por uma improvável submissão de Shekau a Al-Baghdadi.

Apoio à Propaganda
Boko Haram ganhou notoriedade mundial com sequestro de mais de 200 meninas, que permanecem desaparecidas
Ambos os especialistas e Jonathan Hill, analista do King’s College de Londres, também entrevistado pela BBC Mundo, destacam que o maior impacto da união entre os dois grupos será verificado pela ótica da propaganda.

Para Hill, na verdade, é essa a razão que levou o Boko Haram a jurar fidelidade ─ e o EI a aceitá-la.

“O Boko Haram busca atenção em um momento que está sob pressão do Exército nigeriano” e seus aliados, diz ela.
“Além disso, (o grupo) busca atrair os holofotes para a África Subsaariana, uma região muito menos midiática do que o Iraque ou a Síria, apesar de o saldo de mortos também ser muito alto.”

“Ao unir-se ao EI, o Boko Haram ganha visibilidade, já que passa a poder se apresentar como algo muito maior”, acrescenta.

“E o EI, por sua vez, consegue manter o momentum quando o combate contra o jihadismo começa a ganhar força no Iraque.”

De acordo com especialistas entrevistados, aliança fortalece máquina de propaganda do jihadismo
Alcade concorda com Hill. Ele argumenta que ambos os grupos vivem um momento de relativo enfraquecimento e que esse foi um dos motivos para a união.

Em 18 de janeiro deste ano, antes mesmo da oficialização do pacto, a união entre o EI e o Boko Haram já dava frutos. Nasceu no Twitter o primeiro perfil oficial do grupo extremista africano. Rapidamente, ganhou a adesão de várias contas do Estado Islâmico.

Como resultado, os vídeos do Boko Haram passaram a ser produzidos de forma mais sofisticada, uma indicação da colaboração do EI, segundo os especialistas.

“Eles querem mostrar que a expansão jihadista não tem limites”, diz Alcalde.
Para o especialista espanhol, mesmo que a união “dos dois grupos jihadistas mais sanguinários da atualidade” seja simbólica, ela agrava a ameaça.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/03/150317_boko_haram_ei_alianca_lgb