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Nigerianas sofrem exploração sexual para pagar a fuga à Europa

CATÂNIA, Itália – A nigeriana Isoke Aikpitanyi, de 38 anos, chegou à Itália com a perspectiva de trabalhar. Acabou presa em uma rede de prostituição, explorada pelas máfias italiana e nigeriana. Isoke foi humilhada, espancada, violentada pelos traficantes e obrigada a trabalhar nas ruas de Turim por 10 euros o programa.

O tráfico de nigerianas para exploração sexual na Itália tem sido denunciado há pelo menos três décadas, mas atraiu novamente a atenção da comunidade internacional quando as autoridades perceberam que os contrabandistas estão usando a rota do Mediterrâneo para infiltrar suas vítimas.

 No primeiro semestre deste ano, pelo menos 3,6 mil nigerianas chegaram à Itália de barco, pela travessia entre a costa líbia para a Sicília. O número representa o dobro do ano passado, o maior salto da última década. Mais de 80%, segundo a Organização Internacional para as Migrações, ligada à ONU, foram traficadas para exploração sexual em bordeis da Itália e de outros destinos europeus.

Muitas vêm acompanhadas do “marido”, mas, como não têm documentos, é difícil saber se estão falando a verdade. As autoridades acreditam que muitos destes acompanhantes façam parte da rede de tráfico e sejam também explorados para trabalho escravo ou para pedir dinheiro nas ruas — uma nova fonte de renda para a máfia.

Essas pessoas estão sendo trazidas de seus países já com este fim, pelas mãos da mesma rede de atravessadores que lucra com o fluxo de refugiados tentando chegar à Europa.

— Eles não sabem que serão explorados. Ninguém acredita que esse tipo de coisa ainda exista, mas a escravidão moderna é uma realidade perversa — diz Isoke. Ela conseguiu escapar pelas mãos de um cliente, com quem fugiu, e hoje ajuda meninas a fazer o mesmo.

Ao chegar à Itália, são obrigadas a assumir uma dívida pela viagem que chega a 40 mil euros, segundo Isoke, a serem pagos com “trabalho”. Muitas são exploradas ao longo do caminho, principalmente na Líbia, sob ameaça de morte ou de serem devolvidas à Nigéria.

Com isso, o tráfico para fins de exploração sexual chegou a níveis sem precedentes, alertou a ONU.

— Temos percebido aumento no número de menores de idade desacompanhadas — revela Lucia Borgh, da ONG Borderline.

De um lado, a possibilidade de obter asilo garante a permanência das mulheres no país, evitando o risco de serem deportadas, o que representa prejuízo para os criminosos. De outro, quando têm o pedido negado elas se tornam presas fáceis dos traficantes.

— Essas mulheres escapam da miséria, de conflitos, da violência por grupos armados como Boko Haram, para serem exploradas na Europa — diz o eritreu Abraha Tewolde, na Itália há 40 anos. Ele trabalha como tradutor para organizações humanitárias e, no tempo livre, percorre as ruas tentando identificar focos de exploração.

Segundo ele, os criminosos se beneficiam de falhas no sistema de recepção italiano. Após desembarcar nos portos da Itália, os que chegam pelo Mediterrâneo são registrados e encaminhados para abrigos em diferentes cidades, onde vivem por conta própria à espera de decisão sobre o pedido de asilo. As mulheres têm simplesmente desaparecido desses centros.

As autoridades estimam que 120 mil mulheres sejam exploradas para prostituição na Itália, um terço delas nigerianas.

Leia mais: http://oglobo.globo.com/oglobo-20051963#ixzz4JVd3qnrJ

Anistia Internacional denuncia rotina de abusos sexuais a refugiadas na Líbia

Imigrantes relataram realidade de tortura e violência em ponto-chave da rota da imigração

RIO — Assassinato, cativeiro, perseguição religiosa e exploração sexual. Este é o pesadelo enfrentado pelos refugiados que passam pelo território líbio enquanto tentam escapar da guerra e da pobreza em seus países de origem. A Anistia Internacional recolheu depoimentos de imigrantes sobre os sofrimentos desumanos a que já foram submetidos por traficantes e grupos armados na Líbia. E, para as mulheres, os abusos sexuais sistemáticos parecem uma realidade praticamente inevitável neste longo caminho: elas já tomam anticoncepcionais antes de viajar, como medida de precaução para o momento em que se depararem a esta difícil realidade.

“A Líbia está cheia de crueldade” foi o nome escolhido para o relatório da organização humanitária publicado nesta sexta-feira. As entrevistas incluíram conversas com 90 imigrantes, que conseguiram chegar a centros de acolhimento a refugiados à Puglia e à Sicília, duas regiões da costa italiana. Eles haviam sobrevivido aos abusos na Líbia e às perigosas travessias que já fizeram milhares de vítimas no Mediterrâneo.

— Desde terem sido sequestrados, encarcerados durante meses embaixo da terra e sofrir abusos sexuais de grupos armados até serem golpeados, explorados ou baleados por contrabandistas de pessoas, traficantes ou grupos criminosos, os refugiados e imigrantes descreveram em assustadores detalhes os horrores que foram obrigados a suportar na Líbia— disse Magdalena Mughrabi, representante da Anistia Internacional.

A Anistia Internacional conversou com 15 mulheres, que relataram uma vida de medo constante dos estupros durante a jornada na costa líbia. A médicos, psicólogos e assistentes sociais, muitas delas disseram que já se preocupavam em tomar anticoncepcionais para evitarem uma possível gravidez decorrente destes abusos. A maioria destes crimes é cometida pelos traficantes de pessoas ou por membros de grupos armados — muitas vezes enquanto elas são mantidas em casas privadas ou armazéns abandonados.

ESTUPROS SISTEMÁTICOS

Aos 22 anos, a jovem eritréia Ramya relatou ter sido estuprada duas vezes por traficantes enquanto era mantida em cativeiro em um campo perto de Ajdabya, no Nordeste da Líbia, após ter entrado no país em março de 2015.

— Os guardas entravam, escolhiam qual mulher eles queriam e a levavam para fora. As mulheres tentavam recusar mas, quando você tem uma arma apontada na sua cabeça, você não tem de verdade uma escolha se você quer sobreviver. Eu fui estuprada duas vezes por três homens. Eu não queria perder a minha vida — disse.

Outras mulheres contaram ter testemunhado uma série de estupros em meio à sensação de medo instaurada entre os refugiados. Uma das histórias é a de uma jovem que foi abusada por cinco homens de uma vez, porque um dos contrabandistas achou que ela não tinha pagado pelo transporte. As testemunhas relatam que, embora este fosse um engano do traficante, ninguém teve coragem de impedi-lo.

Antoinette, de 28 anos, também disse ter sido mantida em cativeiro recentemente durante sua fuga de Camarões, em abril de 2016:

— Eles não ligam se você é uma mulher ou uma criança. Eles usavam varas para nos bater e atiravam no ar. Talvez porque eu tinha uma criança eles não me estupraram, mas eles estupraram mulheres grávidas e solteiras. Eu vi isso acontecer.

SEM ÁGUA, SEM COMIDA

Outros refugiados contaram diversos tipos de dramas enquanto atravessavam a Líbia. Não raro, eles são mantidos em condições deploráveis: sem água e comida, agredidos, abusados e insultados. As suas famílias são pressionadas a pagar pelo seu resgate. E, quem não tivesse o dinheiro, deveria trabalhar de graça sob regime forçado para quitar a dívida. Tudo isso embaixo de tortura e pressão psicológica.

Vindo da Eritreia, Semre, de 22 anos, disse ter visto quatro pessoas morrerem de doenças e fome enquanto eram mantidas em cativeiro até que suas famílias pagassem pelo seu resgate. Dentre elas, havia um menino de 14 anos e uma mulher de 22 anos.

— Ninguém os levou ao hospital, então nós mesmos tivemos que enterrá-los.

Em seu relatório, a Anistia Internacional fez um apelo para que o governo de unidade nacional da Líbia, que é apoiado pelas Nações Unidas, volte os olhos ao drama humanitário que recai sobre a migratória. A ONG também pediu que a comunidade internacional tome ações para atacar os fatores que geram os fluxos migratórios e aumentar o número de pessoas recebidas no exterior.

— O governo de unidade nacional deve pôr fim aos abusos cometidos por suas proprias forças e milicias aliadas. E deve garantir que ninguém, incluindo membros de grupos armados, continuem a cometer graves abusos, incluindo possíveis crimes de guerra, com impunidade — afirmou Magdalena.

Centenas de milhares de pessoas viajam à Libia enquanto fogem, sobretudo, de países da Ádruca Subsaariana. Na esperança de chegar aos países europeus, eles tentam deixar para trás a guerra, a perseguição e a extrema pobreza. Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), atualmente há mais de 264 mil refugiados e imigrantes no território líbio. A Organização das Nações Unidas (ONU) calcula que 4.937 pessoas morreram enquanto tentavam cruzar o Mediterrâneo da Líbia para a Europa desde 19 de abril de 2015.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/anistia-internacional-denuncia-rotina-de-abusos-sexuais-refugiadas-na-libia-19623760#ixzz4DJ0HRRCw
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Turquia: Contrabando de Refugiados, Tráfico Humano para Exploração Sexual

por Uzay Bulut

  • Quadrilhas de traficantes de pessoas convencem pais de meninas que suas filhas terão uma vida melhor na Turquia. Os pais recebem de 2.000 a 5.000 Liras Turcas (US$700 a US$1.700) como “valor da noiva”, uma soma gigantesca para uma família síria pobre.
  • “Meninas entre doze e dezesseis anos são chamadas de pistaches, entre dezessete e vinte de cerejas, de vinte a vinte e dois de maçãs e acima disso de melancias”. — Trecho de um relatório sobre a Turquia elaborado pela organização End Child Prostitution, Child Pornography and Trafficking of Children for Sexual Purposes (ECPAT).
  • Muitos muçulmanos têm dificuldade, até asco, em se assimilar à cultura ocidental. Muitos parecem ter como objetivo importar para a Europa a cultura da intimidação, estupro e abuso da qual fugiram.
  • Em que pese o fato das desesperadas vítimas serem seus irmãos e irmãs muçulmanos, os ricos estados árabes não acolhem refugiados. As nações nesta região estão cansadas de saber que os candidatos a asilo trarão consigo problemas, tanto sociais quanto econômicos. Para muitos muçulmanos ricos do sexo masculino, como os sauditas de mais idade, é mais conveniente comprar crianças sírias da Turquia, Síria ou Jordânia como escravas sexuais baratas.

No Dia Internacional da Mulher, 8 de março, os veículos de comunicação turcos fizeram acobertura da vida trágica e da morte de uma noiva Síria, ainda criança.

No último mês de agosto em Aleppo, Mafe Zafur, de 15 anos de idade, contraiu matrimônio com seu primo Ibrahim Zafur em uma cerimônia de casamento segundo o rito islâmico. O casal se mudou para a Turquia, mas o casamento acabou em seis meses quando seu marido, de uma hora para outra, a expulsou de casa. Sem ter onde morar, Mafe encontrou refúgio junto ao seu irmão de 19 anos e a outro primo de 14, em um caminhão abandonado.

Em 8 de março, Mafe cometeu suicídio, ao que consta com uma arma de fogo. A única coisa encontrada em seu bolso foi a certidão de casamento escrita à mão.

Mafe Zafur é apenas mais uma das inúmeras jovens sírias vítimas de casamento infantil. Grupos de direitos humanos denunciam abusos ainda mais graves cometidos por gangues contra os aproximadamente três milhões de sírios que fugiram da Síria para a Turquia.

Um relatório detalhado sobre as refugiadas sírias, candidatas a asilo e imigrantes na Turquia, emitido ainda em 2014 pela Associação dos Direitos Humanos e Solidariedade pelos Oprimidos (conhecido em turco como Mazlumder), relata casos de casamentos infantis forçados, poligamia, assédio sexual, tráfico de pessoas, prostituição e estupro que criminosos perpetram contra os sírios na Turquia.

De acordo com o relatório Mazlumder, as sírias estão sendo exploradas sexualmente por aqueles que tiram vantagem de sua privação. Crianças, principalmente meninas, são as que mais sofrem.

Evidências, tanto testemunhais quanto periciais, indicam que em todas as cidades onde há assentamentos de refugiados sírios, a prostituição aumentou drasticamente. As jovens entre as idades de 15 e 20 anos são as mais frequentemente prostituídas, contudo, meninas com não mais de treze anos também são exploradas.

Secil Erpolat, uma advogada da Comissão dos Direitos da Mulher da Ordem dos Advogados na província turca de Batman, salienta que se paga a muitas meninas sírias, muito jovens ainda, entre 20 e 50 Liras Turcas (entre US$7 e US$18). Não raramente os clientes pagam com alimentos ou outros produtos que elas precisam desesperadamente.

Mulheres que atravessaram a fronteira ilegalmente e chegaram sem passaporte correm altíssimo risco de serem sequestradas e vendidas como prostitutas ou escravas sexuais. Gangues de criminosos trazem refugiadas a cidades ao longo da fronteira ou a terminais de ônibus locais onde o “contrabando de refugiadas” se transformou em uma importante fonte de renda.

Quadrilhas de traficantes de pessoas convencem pais de meninas que suas filhas terão uma vida melhor na Turquia.

Os pais recebem de 2.000 a 5.000 Liras Turcas (US$700 a $1.700) como “valor da noiva”, uma soma gigantesca para uma família síria pobre, para contrabandear suas filhas para o outro lado da fronteira.

“Muitos homens na Turquia praticam a poligamia com meninas ou mulheres sírias, mesmo sendo ilegal na Turquia”, conforme ressalta ao Gatestone Institute o advogado Abdulhalim Yilmaz, presidente da Comissão de Refugiados de Mazlumder. “Há homens na Turquia que se casam com a segunda ou a terceira mulher síria sem sequer registrá-la oficialmente. Consequentemente essas meninas estão desprovidas de situação jurídica na Turquia. Privação econômica é um fator importantíssimo nesse sofrimento, mas também é um fenômeno religioso e cultural, uma vez que o casamento com crianças é permitido pela religião”.

Na Turquia, mulheres e crianças sírias também sofrem assédio sexual no trabalho. Aquelas que conseguem um emprego ganham pouco, o bastante talvez para se alimentar, trabalham duro por muitas horas para receber esse pouco. Elas também estão sujeitas a, seja o que for, que se faça com elas enquanto trabalham durante essas horas sem fim.

Uma menina síria de 16 anos, que mora com a irmã em Izmir, contou a Mazlumder: “por sermos sírias e termos vindo para cá para fugir da guerra, eles nos consideram pessoas de segunda classe. Minha irmã fazia o curso de direito na Síria, mas a guerra obrigou-a a abandonar a faculdade. Agora homens desempregados com filhos pedem-na em casamento. Eles querem tirar vantagem da nossa situação”.

Se forem curdas, são discriminadas em dobro, primeiro como refugiadas, depois como curdas. “Aqui as organizações de ajuda humanitária ajudam somente as refugiadas árabes, quando ficam sabendo que somos curdas, os assistentes dessas organizações simplesmente vão embora ou nos ajudam muito pouco e não voltam mais”.

A organização End Child Prostitution, Child Pornography and Trafficking of Children for Sexual Purposes (ECPAT) emitiu um relatório detalhado intitulado: “Turquia: status da ação contra a exploração sexual e comercial de crianças“. O relatório ECPAT cita estimativas, a partir do Índice de Escravidão Global de 2014, que a incidência da escravidão na Turquia é a mais alta da Europa, devido em grande parte à preponderância do tráfico para fins de exploração sexual e casamento.

O relatório ECPAT cita um estudo do Departamento de Estado dos Estados Unidos de 2013: “a Turquia é o destino, passagem e país de origem de crianças submetidas ao tráfico sexual”.

O relatório ECPAT continua,

“Há risco de candidatas a asilo, ainda bem jovens, sumirem dos centros de acomodação e ficarem vulneráveis aos traficantes”.

“Teme-se que relatos do campo de refugiados Zaatari gerido pela ONU para sírios na Jordânia, sejam igualmente verdadeiros para os campos na Turquia: homens mais velhos da Arábia Saudita e de outros países do Golfo estão tirando vantagem da crise síria para comprar noivas adolescentes a preços irrisórios”.

“Evidências indicam que também está havendo tráfico de crianças entre a Síria e a Turquia, operado por casamenteiros que traficam meninas não refugiadas da Síria previamente encomendadas segundo a idade. Meninas entre doze e dezesseis anos são chamadas de pistaches, entre dezessete e vinte de cerejas, de vinte a vinte e dois de maçãs e acima disso de melancias”.

Aparentemente 85% das refugiadas sírias vivem fora dos campos de refugiados, consequentemente não é possível monitorá-las por meio de agências internacionais.

Muitas refugiadas que estão na Turquia, segundo a advogada e vice-presidente da Associação de Direitos Humanos da Turquia (IHD) Eren Keskin, são forçadas a se prostituírem, fora e até dentro dos campos de refugiados, construídos pelo Departamento Executivo para Gestão de Desastres e Emergência (AFAD) do primeiro ministro turco.

“Há mercados de prostituição em Antep. E todos são lugares controlados pelo estado. Centenas de refugiadas, mulheres e crianças, são vendidas para homens bem mais velhos do que elas”, salienta Keskin. “Constatamos que as mulheres são obrigadas a se prostituírem para poder comprar pão para seus filhos”.

Keskin ressaltou que foram recebidas muitas queixas de estupro, abuso sexual e violência física de refugiadas nos campos nas províncias de Hatay e Antep. “Malgrado todas as nossas tentativas de entrar nesses campos, os responsáveis não nos deram permissão”.

A Associação de Direitos Humanos da Turquia recebeu inúmeras queixas de estupro e violência física de refugiadas sírias na Turquia. (imagem: UNHCR)

Representantes da AFAD, contudo, negam veementemente essas alegações. “Nós fornecemos ensino e assistência médica às refugiadas. É lamentável que depois de toda dedicação e trabalho da AFAD para cuidar das refugiadas nos últimos cinco anos, acusações maldosas e sem fundamento dessa natureza são dirigidas a nós”, segundo assinalou um representante da AFAD ao Gatestone.

“O número de refugiados na Turquia atingiu a cifra de 2,8 milhões. A Turquia conta com vinte e seis centros de acomodação nos quais estão alojados cerca de trezentos mil refugiados. Esses centros são monitorados constantemente pela ONU, há agentes da ONU alojados nesses centros”.

“Poder-se-ia proporcionar emprego a muitas refugiadas de acordo com sua formação e habilidade”, segundo frisou Cansu Turan, assistente social da Fundação de Direitos Humanos da Turquia (TIHV), ao Gatestone.

“Nenhuma delas, no entanto, foi entrevistada sobre formação escolar ou empregos anteriores quando foram registradas pelas autoridades turcas. Por esta razão, elas conseguem trabalhar somente na informalidade e nas piores condições apenas para poderem sobreviver. Isso também abre caminho para a exploração sexual.

“A pergunta de maior relevância é porque os campos de refugiados não estão abertos para o monitoramento civil. Não é permitida a entrada em campos de refugiados. Os campos não são transparentes. Há muitos rumores sobre o que acontece nesses campos. Consequentemente estamos apreensivos sobre o que eles podem estar escondendo de nós”.

Sema Genel Karaosmanoglu, diretora executiva da organização Suporte para a Vida disse ao Gatestone:

“Em nossos centros públicos, onde damos suporte aos refugiados, encontramos pessoas vítimas de tráfico humano, violência sexual e violência com base em gênero”.

“A entrada nos campos continua proibida, não há transparência, uma vez que só é possível entrar com autorização de importantes instituições governamentais. Conseguimos ter acesso aos campos administrados pelos municípios nas províncias de Diyarbakir, Batman e Suruc, Urfa”.

Um representante da AFAD, no entanto, disse ao Gatestone que “os centros de acomodação são transparentes. As organizações que desejarem entrar naqueles lugares, terão que requerer uma permissão para que nós a avaliemos. Milhares de veículos de imprensa já entraram nos centros de acomodação para filmar e investigar como a vida é naqueles locais”.

“O presente número de refugiados já é demasiadamente alto”, conforme ressalta o advogado Abdulhalim Yilmaz, presidente da Comissão de Refugiados de Mazlumder. “Muitos estados árabes, incluindo a Arábia Saudita e o Bahrein, não acolheram sequer um único refugiado sírio até agora. E há dezenas de milhares de refugiados aguardando nas fronteiras da Turquia”.

Se as mulheres e crianças soubessem o que as esperam na Turquia, elas jamais pisariam em solo daquele país.Este é o resultado inevitável quando uma determinada cultura, a cultura islâmica no caso, não tem a mínima consideração em relação aos direitos das mulheres. Muito pelo contrário, é uma cultura de estupro, escravidão, abuso e discriminação que amiúde explora precisamente os mais vulneráveis.

O execrável é que a Turquia é o país no qual a União Européia está confiando a responsabilidade para “solucionar” o gravíssimo problema dos refugiados e migrantes.

A comunidade internacional precisa proteger os sírios, isolar regiões do país de modo que mais pessoas não queiram abandonar seus lares e se tornarem refugiados ou candidatos a asilo em outros países. Quem sabe muitos sírios até voltem para suas casas.

O Ocidente sempre abriu os braços para receber pessoas de países muçulmanos que estejam passando por momentos difíceis, como por exemplo Sayed Pervez Kambaksh, afegão de 25 anos, estudante e jornalista que foi espancado, preso e condenado à morte em 2007 por fazer o download de uma matéria sobre os direitos das mulheres e por questionar o Islã.

A Suécia e a Noruega foram os países que ajudaram Kambaksh a fugir do Afeganistão em 2009, auxiliando-o a embarcar em uma aeronave do governo sueco. Kambaksh, ao que consta, encontra-se agora nos Estados Unidos.

Diversos países, no entanto, se tornaram vítimas de estupros, assassinatos e outros crimes cometidos justamente por aqueles que entraram no continente como refugiados, candidatos a asilo ou migrantes.

A Europa está passando por um problema de segurança, conforme visto nos ataques terroristas em Paris e Bruxelas. Muitos muçulmanos têm dificuldade, até asco, em se assimilar à cultura ocidental. Muitos parecem ter como objetivo importar para a Europa a cultura da intimidação, estupro e abuso da qual fugiram.

Seria mais justo e realista se países muçulmanos que compartilham o mesmo background linguístico e religioso dos refugiados sírios e, que sejam de preferência mais civilizados e humanitários do que a Turquia, pudessem pelo menos assumir alguma responsabilidade no tocante aos seus irmãos e irmãs muçulmanos. Em que pese o fato das desesperadas vítimas serem seus irmãos e irmãs muçulmanos, os ricos estados árabes não acolhem refugiados. Não vimos nenhuma demonstração com cartazes de “Refugees Welcome!“. As nações sabem que os candidatos a asilo trarão consigo problemas, tanto sociais quanto econômicos. Para muitos muçulmanos ricos do sexo masculino, como os sauditas de mais idade, é mais conveniente comprar crianças sírias da Turquia, Síria ou Jordânia como escravas sexuais baratas.

Mulheres e crianças não são, para muitos, seres humanos que merecem ser tratados de maneira humana. São apenas objetos sexuais cujas vidas e dignidade não têm valor algum. As sírias estão aí para serem abusadas e exploradas. A única maneira que eles conseguem pensar em ajudar as mulheres é “casando” com elas.

Uzay Bulut, nascida e criada como muçulmana, é uma jornalista turca do Oriente Médio.

http://pt.gatestoneinstitute.org/7840/turquia-refugiados-trafico-sexual