Por Gil Carlos Montarroyos[1]
Não é nenhuma novidade que a situação Venezuela – Brasil vem paulatinamente se deteriorando, ao ponto de chegar a total ruptura das relações diplomáticas do Brasil com o regime socialista venezuelano. A última eleição deixou claro que a maioria absoluta dos brasileiros não mais comunga com a agenda comuno-bolivarianista, muito embora hajam atores no cenário político brasileiro alinhados com o regime venezuelano.
Em face desse distanciamento e da percepção mais clara dos males perpetrados pelas gestões petistas, muito em relação aos abusos do Partido dos Trabalhadores com o dinheiro público e com a coisa pública brasileira, alocados criminosamente em ditaduras em toda América Latina, África e também no mundo islâmico, percebe-se nesse caso, que o alinhamento comuno-bolivarianista-islâmico não é coisa de teoria da conspiração ou retórica de campanha. Vários fatos embasam essa argumentação, inclusive, o fato do segundo na cadeia de comando do grupo terrorista libanês Hizballah, Tareck El Aissami[2] ser o vice-presidente da Venezuela.
O regime venezuelano está muitíssimo atrelado ao modelo islamo-socialista implantado por Hassan Al Banna e Sayyd Qutb desde a fundação da Irmandade Muçulmana no Egito, em 1922, evocando ideias revolucionárias claramente leninistas, para implantação da ditadura do proletariado, na visão de um pan-arabismo-salafista no mundo islâmico, com pretensões expansionistas para todo mundo no intuito da construção de uma grande Ummah (islamização total da humanidade).
Vale salientar que o envolvimento das esquerdas latino-americanas com grupos terroristas islâmicos não é um fato novo. Como já elencamos, essa relação incestuosa remonta ao período de fundação da Irmandade Muçulmana, perpassando à criação da OLP (Organização para Libertação da Palestina), atual Fatah, bem como na criação do Hizballah.
Todo o imbróglio presenciado na Venezuela não está nem perto de ser resolvido. Há fatos que corroboram a presença de atores do sistema internacional como China e Rússia, membros permanentes do CSNU (Conselho de Segurança das Nações Unidas), no problema venezuelano, servindo-lhe de anteparo político junto à ONU. Não obstante a tudo isso, fica claro, pelo menos a quem possui um pouco de conhecimento geopolítico, que a Venezuela passou a ser um ponto de pressão junto aos EUA, já que, ao que tudo indica, a desestabilização da América Latina, apesar de não ser algo novo, entrou de vez na agenda sino-russa.
É aqui que entra todo o protagonismo político brasileiro. Potência regional sine quaestione, em algum momento nós teremos que agir, e não falo apenas no contexto político, mas, principalmente militar. Há movimentos evidenciando que há um prenúncio de uma possível ação militar internacional na Venezuela, apesar das constantes negativas dos principais atores políticos regionais. O fato é que, nossa soberania terá que ser defendida em caso de agressão venezuelana, condição essa que já entrou nos cálculos dos estrategistas militares dos EUA, Colômbia e Brasil.
Outro fator de grande preocupação é a constante presença de membros do alto escalão do grupo terrorista islâmico Hizballah na Venezuela, além do vice-presidente, segundo na hierarquia da facção terrorista, bem como alguns atores que trabalham arduamente na manutenção de Nicolás Maduro no poder, como exemplo podemos citar a Rússia e o Irã.
Segundo fontes de inteligência, ocorreram várias tentativas do governo iraniano de influenciar nas últimas eleições brasileiras, fato que veio à tona após o twiter do Especialista em Segurança Nacional e Política Externa da Fox News, mencionar uma possível interferência do regime iraniano na eleição presidencial do Brasil, conforme print abaixo.
Vale ressaltar que todas essas informações foram veiculadas por órgãos de comunicação internacionais. Desde 1992, no mínimo, conhece-se da presença de agentes da Guarda Revolucionária Iraniana atuando na América do Sul (desde o atentado à embaixada israelense em Buenos Aires).
Não obstante a todos os fatos exaustivamente noticiados sobre a atuação do Hizballah no problema venezuelano, há também fortes evidências da atuação do referido grupo terrorista com a facção criminosa paulista PCC[3]. Entretanto, como quem manda no Hizballah é o regime iraniano, entendemos que há pelo menos mais um ator estatal agindo nas sombras na Venezuela com operações secretas, tanto para salvaguardar o regime, como para ampliar sua influência no principal ator político sul-americano – o Brasil, ajudando diretamente a maior facção criminosa do país, bem como em uma atuação direta sobre partidos de esquerda como o Partido dos Trabalhadores (PT)[4], o Partido Socialismo e Solidariedade (PSOL), o Partido Comunista do Brasil (PC do B), o Partido Democrata Trabalhista (PDT) e outros.
Nicolás Maduro e o seu animus belli
Desde o início da crise venezuelana, o ditador Nicolás Maduro vem demonstrando o interesse em iniciar um conflito militar na região. Esse animus belli venezuelano, se exacerbou e muito com o início da campanha presidencial brasileira. Quando ficou evidente as reais chances do então candidato e atual presidente do Brasil, houveram várias manifestações contra o atual presidente, Jair Bolsonaro[5] e sérias provocações ao nosso vice-presidente, Gal. Hamilton Mourão[6] durante a campanha e logo após vencido o pleito.
Todo o engajamento do povo brasileiro contra o projeto de poder idealizado pelo Partido dos Trabalhadores, demonstrou que, em caso de derrota do PT e aliados nas eleições, perder-se-ia o principal aliado do regime na América Latina, o que de fato aconteceu. Com a consolidação da vitória do atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, todos os pesadelos do regime se concretizaram. A mudança do paradigma marxista para o de viés liberal conservador, da nova direita brasileira, provocou um verdadeiro pânico no regime de Maduro – financiamento, apoio político, intercâmbio ideológico, tudo ruiu!
Com isso, as provocações do ditador venezuelano ficaram mais incisivas e constantes, principalmente após a aproximação do atual governo brasileiro aos EUA e o seu apoio irrestrito ao presidente interino venezuelano Juan Guaidó[7], causando ainda mais acirramento dos ânimos com o regime de Maduro. Vendo que estava cada vez mais isolado e sem apoio internacional, com exceção do apoio de Cuba, Rússia, China, Irã, Nicarágua, Bolívia e Coreia do Norte, Maduro acelerou o seu alinhamento com esses atores estatais do sistema internacional.
Esse estreitamento de relações com países ditatoriais ou semi-ditaduras, demonstrou que o regime fará o que for preciso para se manter no poder. Portanto, partindo dessa premissa, fica claro que é possível uma intervenção militar na Venezuela a curto prazo, mesmo muitos dizendo o contrário. Como já mencionamos acima, houveram vários episódios e intervenções tanto venezuelana, como de seus aliados para que o Partido dos Trabalhadores não perdesse a eleição.
Há casos de agressões por parte de militantes da esquerda ao eleitores de Jair Bolsonaro[8], quebra-quebra, fraudes[9] em urnas eletrônicas e a suspeita da atuação iraniana[10] em um plano de assassinato do então candidato à presidência Jair Bolsonaro, ou seja, confirmando que houve toda uma série de intervenções da esquerda com uma possível influência direta do regime venezuelano dentro do território brasileiro, a fim de impedir a eleição e a consequente perda de todo e qualquer apoio da potência regional – o Brasil. Com todas essas informações, fica claro que, mesmo que muitos tentem negar, principalmente com a chegada de tropas regulares russas[11] e chinesas[12] à Venezuela, isso sem contar com mercenários russos do Wagner Group[13], que estão atuando ativamente na Venezuela, bem como membros da inteligência cubana, norte-coreana, nicaraguense e boliviana oprimindo e perseguindo com mão-de-ferro os opositores do regime.
Diante dos fatos e de todas as evidências, além é claro de todo o reforço que nossas forças armadas vêm recebendo, fica demonstrado para a maioria dos especialistas que há sim uma preparação para uma possível intervenção militar na Venezuela, com o emprego de pelo menos três países, no intuito de erradicar o risco chamado “Maduro” e suas relações incestuosas com ditaduras, organizações terroristas e criminosas do mundo inteiro – ALEA JACTA EST – A SORTE ESTÁ LANÇADA!
[1] Internacionalista e historiador com estudos voltados ao terrorismo islâmico.
Imagem República de Curitiba
[2] Conferir sitio: <https://oglobo.globo.com/mundo/novo-vice-de-maduro-acusado-de-ligacoes-com-narcotrafico-terror-20734945>.
[3]Conferir links: <https://www.oantagonista.com/brasil/conexao-pcc-com-o-hezbollah/>, < https://istoe.com.br/o-hezbollah-pode-dominar-o-pcc/>.
[4] Conferir os links: <https://www.tercalivre.com.br/relacao-entre-pt-e-ira-e-antiga/>, <http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1388940-5601,00-AO+LADO+DE+AHMADINEJAD+LULA+DEFENDE+DIREITO+DO+IRA+A+PROGRAMA+NUCLEAR+PACIF.html>.
[5] Conferir link: <https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/12/20/venezuela-nao-vai-ter-um-bolsonaro-diz-nicolas-maduro-em-discurso.ghtml>.
[6] Conferir link: <https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2018/12/12/maduro-diz-que-brasil-quer-paz-mas-mourao-e-louco-e-ameaca-dar-licao.htm>.
[7] Conferir link: <https://brasil.elpais.com/brasil/2019/02/28/internacional/1551378266_935933.html>.
[8] Conferir link: <https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/eleicoes/2018/noticia/2018/10/28/rio-tem-relatos-de-agressoes-e-feridos-em-domingo-de-votacao.ghtml>.
[9] Conferir link: <https://folhapolitica.jusbrasil.com.br/noticias/112550662/grupo-hacker-diz-que-urnas-eletronicas-do-brasil-sao-propositalmente-falhas-e-acusa-vulnerabilidades>.
[10] Conferir link: <https://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2018-10-20/deputado-norte-americano-eleicoes-brasil.html>.
[11] Conferir link: <https://oglobo.globo.com/mundo/avioes-militares-russos-carregando-tropas-equipamentos-chegam-venezuela-23546894
[12] Conferir link: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/03/venezuela-inicia-exercicios-com-anfibios-chineses-e-misseis-russos.html
[13] Conferir link: <http://www.defesanet.com.br/russiadocs/noticia/31891/Venezuela—Mercenarios-Russos-do-Grupo-Wagner-em-acao-no-pais/