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ONGs apelam contra fechamento do maior campo de refugiados do mundo

ONU e grupos denunciam ilegalidade de proposta, tomada por motivos de segurança, mas que pode piorar ainda mais situação de terrorismo.

NAIRÓBI – O governo do Quênia provocou apelo internacional após anunciar um grande investimento para encerrar as atividades no campo de refugiados de Dadaab, o maior do mundo. De acordo com o Executivo, o local tem suspeitas de que sirva de abrigo para os radicais islâmicos somalis do al-Shabaab, aliados da al-Qaeda. Mas a ONU e várias ONGs apelaram contra a decisão.

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Mais de um milhão de civis vivem sob cerco na Síria, apontam ONGs

ONU alerta que centenas de milhares de civis podem ficar sem suprimentos se forças do governo conquistarem região de Aleppo.

BRUXELAS — Prestes a completar cinco anos de guerra civil, a situação na Síria só se agrava. Nesta terça-feira, um relatório divulgado por várias organizações internacionais alertam que mais de um milhão de sírios vivem sob cerco em 46 cidades e classificam a crise como muito mais grave do que a ONU aponta. Enquanto mais de 30 mil estão retidos na fronteira com a Turquia após intensos confrontos entre o regime e rebeldes, as Nações Unidas afirmam que centenas de milhares de civis podem ficar sem suprimentos de comida se as forças do governo tiverem sucesso em sua ofensiva na região de Aleppo.

“Há mais de um milhão de sírios que vivem sitiados em vários lugares de Damasco e sua região, assim como em Homs, Deir Ezor e na província de Idlib”, asseguram a ONG holandesa PAX e a americana The Syria Institute em um relatório conjunto.

Desde a semana passada, forças oficiais sírias, apoiadas pelos ataques aéreos da Rússia e por combatentes do Irã e do grupo libanês Hezbollah, lançaram uma grande operação na região ao redor de Aleppo, que está dividida entre o governo e os rebeldes há anos. O ataque para retomar a região representa uma das mais importantes reviravoltas nos cinco anos de guerra civil, que já matou 250 mil pessoas e expulsou 11 milhões de suas casas.

A ONU teme que o avanço governamental interrompa a principal passagem de fronteira turca até Aleppo, que há muito tempo vem servindo como o único meio de sobrevivência dos ocupantes de territórios dominado pelos insurgentes.

“Se o governo da Síria e seus aliados cortarem a última rota de fuga remanescente no leste da cidade de Aleppo, isso deixaria até 300 mil pessoas que ainda residem na cidade privadas de ajuda humanitária, a menos que um acesso através da fronteira possa ser negociado”, afirmou o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários em um boletim urgente.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/mais-de-um-milhao-de-civis-vivem-sob-cerco-na-siria-apontam-ongs-18638567#ixzz3zg8awazP
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Imigrantes em barcos à deriva relatam mortes em briga por comida

Imigrantes resgatados de um barco que ficou à deriva por semanas no Sudeste Asiático disseram que cerca de cem pessoas morreram em brigas por comida a bordo.

Segundo eles, alguns foram apunhalados, outros enforcados, golpeados até a morte com tábuas de madeira ou lançados ao mar.

Milhares de imigrantes de Bangladesh e Mianmar estão à deriva após serem impedidos de desembarcar na Indonésia, Malásia e Tailândia – após ações de autoridades marítimas destes países, que estariam, segundo ONGs, promovendo um “ping-pong humano” nas águas do Índico.

A maior parte dos imigrantes é da minoria étnica muçulmana rohingya, que sofre perseguição em Mianmar. Já os imigrantes de Bangladesh estão em busca de emprego.

Leia mais: Rohingyas – o povo muçulmano que o mundo esqueceu

“Uma família foi golpeada até morrer com tábuas de madeira. O pai, a mãe, o filho. E depois jogaram seus corpos no mar”, disse Mohammad Amin, um dos sobreviventes.

Os relatos sobre as brigas por comida a bordo foram dados por alguns dos 700 imigrantes ilegais que foram resgatados por pescadores na Indonésia na sexta-feira. As informações não puderam ser verificadas pela BBC, mas pelo menos três pessoas disseram a mesma coisa.

A agência de migrações da ONU estima que 8.000 pessoas estejam a deriva no mar do sudeste asiático.

Credito: BBC
Imigrantes ficaram no mar por cerca de dois meses

Apesar de 700 pessoas terem sido resgatadas na sexta-feira, quando o barco em que viajavam começou a afundar, outras duas embarcações com centenas de pessoas a bordo seguem à deriva na região do Golfo de Bengala.

Leia mais: Imigrantes à deriva saltam ao mar para pegar comida jogada de helicópteros

A situação pode piorar: nesta segunda-feira, pescadores disseram que o governo da Indonésia ordenou que eles não resgatassem mais imigrantes, ainda que os barcos estivessem afundando. Os pescadores, no entanto, afirmaram que vão continuar salvando os migrantes.

“Eles são seres humanos, precisamos resgatá-los”, disse um pescador que, temendo represálias, não quis se identificar.

Desnutridos e desidratados

Os migrantes que tiveram que lutar por comida queriam desembarcar na Malásia, mas afirmam que a Marinha do país os obrigou a abandonar suas águas territoriais.

A embarcação ficou dois meses no mar e, recentemente, foi abandonada pela tripulação. Os sobreviventes, agora, estão alojados em galpões na costa de Langsa, Indonésia.

Leia mais: 700 imigrantes são resgatados de navio que afundava na Indonésia

Muitos estão desnutridos e desidratados. Recebem atendimento em uma clínica de emergência.

Vários deles são mulheres e crianças.

Perseguição

O governo de Mianmar declarou que não era responsável pela situação dos migrantes e destacou que pode não comparecer a uma cúpula regional convocada para tratar da crise se a questão dos rohingya for um dos temas.

Leia mais: Milhares de imigrantes de etnia muçulmana perseguida ficam à deriva na costa da Tailândia

Enquanto aumenta a preocupação internacional com a situação dos migrantes no mar, o chanceler da Malásia, Anifah Aman, se reuniu com o seu colega de Bangladesh, Abul Hassan Mahmood Ali, no domingo, para discutir a crise.

Credito: BBC
Desnutridos e desidratados, sobreviventes estão sendo atendidos em hospital de emergência

Os rohingyas são uma minoria muçulmana não reconhecida pelo governo de Mianmar, uma país de maioria budista. Os rohingyas não apenas não são considerados cidadãos como também são perseguidos. Eles são submetidos a trabalhos forçados e não têm direito à propriedade, entre outras restrições.

“O governo está nos torturando”, disse Zukura Khotun, mãe de três filhos que embarcou com a esperança de se reunir com seu marido, que imigrou para a Malásia.

No domingo, foi informado que ao menos cinco embarcações de tráfico de pessoas, com até mil migrantes a bordo, estavam na costa norte de Mianmar.

Já que a Tailândia, Malásia e Indonésia não permitem o desembarque em suas costas, os traficantes de pessoas estão relutantes quanto a iniciar a viagem.

Mas não permitem que os imigrantes abandonem os barcos a não ser que paguem uma quantia em dinheiro, informa Jonah Fisher, correspondente da BBC em Yangun, capital de Mianmar.

Nos últimos três anos, mais de 120 mil rohingyas tomaram o rumo do mar em busca de refúgio em outros países, segundo a agência de refugiados da ONU.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/05/150518_mortes_comida_migrantes_asia_lab

ONGS DENUNCIAM FRACASSO DA ONU NA SÍRIA

Relatório assinado por 21 grupos de direitos humanos critica Conselho de Segurança por não implementar resoluções que ajudariam civis. Em 2014, número de pessoas que precisam de auxílio dobrou para quase 5 milhões.

Um relatório assinado por 21 ONGs, divulgado nesta quinta-feira (12/03), faz duras críticas ao Conselho de Segurança da ONU por ter fracassado na tentativa de implementar três resoluções em 2014 para aumentar a assistência a civis durante a guerra na Síria, que já dura quatro anos e custou a vida de mais de 220 mil pessoas.

As organizações “reprovaram” as potências mundiais e a comunidade internacional pelo que considera uma fraca atuação na guerra civil, que começou como um protesto pacífico e acabou escalando e levando a um sangrento combate entre as tropas do ditador Bashar al-Assad e insurgentes. A séria crise humanitária, lembra o texto, agora afeta toda a região.

“A dura realidade é que o Conselho de Segurança fracassou em implementar essas resoluções”, afirma Jan Egeland, secretário-geral do Conselho de Refugiados da Noruega. “O ano passado foi o mais sombrio nessa terrível guerra. As partes do conflito têm agido de maneira impune e ignorado as demandas do Conselho de Segurança, civis não estão protegidos, e o acesso deles a ajuda não melhorou.”

A grave crise levou o Conselho de Segurança da ONU, marcado por divisões dos integrantes a respeito da situação na Síria, a aprovar três resoluções no ano passado para acabar com mortes e torturas arbitrárias e facilitar a entrada de ajuda humanitária no país. A última delas, aprovada em dezembro, amplia a entrega de assistência além da fronteira, em áreas sob controle rebelde, sem necessidade de autorização do governo em Damasco.

No relatório de 27 páginas, as organizações afirmam que o número de pessoas que precisam de ajuda em áreas difíceis de serem alcançadas praticamente dobrou no ano passado, chegando a 4,8 milhões. E o número de crianças vítimas do conflito subiu para 5,6 milhões.

O diretor regional da ONG Save the Children, Roger Hearn, destacou que muitas crianças não podem sequer ir às escolas na Síria, por as instalações estarem destruídas ou por seus pais terem medo de enviá-las por medo de ataques.

“Enquanto trabalhadores humanitários heroicos arriscam suas vidas para oferecer assistência e serviços essenciais, milhões de sírios estão fora de seu alcance, não só pela violência e a piora da situação, mas também pela falta de financiamento e por obstáculos burocráticos”, lamentou Hearn.

Desde que os conflitos começaram, em março de 2011, mais de 220 mil pessoas morreram e 1 milhão ficaram feridas. Cerca de quatro milhões de sírios fugiram do país, e outros 7,6 milhões encontram-se desalojados. Segundo a ONU, 12,2 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária no país.

http://www.dw.de/ongs-denunciam-fracasso-da-onu-na-s%C3%ADria/a-18309512