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Decisão judicial britânica reconhece casamento sob o comando da sharia

Decisão histórica do tribunal britânico reconhece pela primeira vez a lei sharia, já que o juiz decidiu que a esposa casada na cerimônia islâmica pode reivindicar os bens do marido sob a lei do Reino Unido

  • Tribunais britânicos reconheceram a lei da sharia pela primeira vez em uma decisão na quarta-feira
  • Juiz decidiu que uma esposa casada em uma cerimônia islâmica pode reivindicar bens do marido
  • Decisão vem depois que Nasreen Akhter requereu o divórcio de Mohammed Shabaz Khan
  • O casal se casou em um casamento de fé islâmica chamado ‘nikah’ em 1998 

A decisão surgiu depois que Nasreen Akhter queria o divórcio de seu marido, Mohammed Shabaz Khan. O casal se casou em um casamento religioso islâmico em 1998.

Khan queria bloquear o divórcio de Akhter com base no fato de que eles “não são legalmente casados” sob a lei inglesa e dizem que são casados ​​”sob a lei da Sharia apenas“.

A decisão da Alta Corte na quarta-feira disse que sua união deve ser válida e reconhecida porque seus votos tinham expectativas semelhantes de um contrato de casamento britânico.

Isso significa que mulheres casadas em uma cerimônia de fé islâmica terão mais facilidade para garantir o divórcio no Reino Unido, abrindo caminho para que elas reivindiquem metade dos bens do marido. 

O juiz ouviu que o casal, que tem antecedentes paquistaneses, participara de uma cerimônia “nikah” em um restaurante em Southall, oeste de Londres, há quase 20 anos e morava em Pinner, Middlesex.

 

As cerimônias de Nikah caem sob a lei matrimonial BRITÂNICA embora antes da decisão histórica, os tribunais não o reconheceram legalmente como um casamento válido.

O juiz ouviu as provas da Sra. Akhter, um advogado e Sr. Khan, que estava envolvido em um negócio imobiliário e trabalhou em Dubai.

A sra. Akhter disse que a cerimônia do nikah foi conduzida por um imã diante de cerca de 150 convidados.

Ela disse que Khan se tornou seu “marido” e ele a considerou sua “esposa”.  

“Da minha compreensão limitada do Islã no momento em que cumpriu todos os requisitos”, disse ela.

‘Eu o vi como meu marido. Não havia dúvida em minha mente.

Ela acrescentou: “Ele sempre me apresentou como sua esposa”.

 

Com imagem GEN Jurídico e informações Mail Online

Fúria palestina: Trump é culpado ou inocente?

Por Andréa Fernandes

Dias após a decisão histórica de Trump em reconhecer Jerusalém como capital de Israel, as manchetes dos jornais de sábado passaram a ter como protagonista o Iraque, que declarou oficialmente o fim da luta contra o Estado Islâmico após 3 anos de conflito que ocasionou a perda de quase um terço do território iraquiano, incluindo Mosul, a segunda maior cidade do país. Apesar de celebrar a expulsão do grupo terrorista reconquistando o território perdido na “guerra religiosa”, o governo reconhece a possibilidade de jihadistas do grupo terrorista voltarem com atos de guerrilha[1].

Em segundo plano ficou mais um “dia de fúria” palestina” contra Israel estimulado pelas lideranças religiosas e políticas que mantêm a velha prática de usar as populações de Gaza, Jerusalém e Cisjordânia em ações violentas a fim de promover “rios de sangue” para acusar Israel de violações dos direitos humanos ao repelir manifestações irascíveis e contra-atacar os foguetes lançados por terroristas contra a população civil israelense.

Alheia à violência praticamente diária que os palestinos costumavam promover contra israelenses antes da decisão de Trump, a grande mídia fez questão de noticiar que ataques aéreos israelenses mataram dois palestinos em Gaza e acusaram Trump pelo acontecimento[2], como se fosse do presidente estadunidense a culpa pela doutrina religiosa islâmica considerando toda terra de Israel território waqf, sendo esse um dos motivos para a “indisposição permanente” dos palestinos de levarem adiante o processo de paz com Israel. Na verdade, as Forças de Defesa de Israel (FDI) atingiram quatro alvos terroristas em resposta a mais um foguete proveniente de Gaza que atingiu a cidade de Sderot objetivando matar civis israelenses[3].

A falta de divulgação dos “meandros islâmicos” impede a opinião pública de entender alguns “detalhes” do conflito. Assim, faz-se necessário explicar para não-muçulmanos o conceito “waqf”, o qual foi muito utilizado pelo “líder nazislâmico” Amin al-Husseini, intitulado de forma indevida pelos britânicos “grande mufti de Jerusalém”. O famoso líder palestino – que desejava impetuosamente o genocídio de judeus e constava da “folha de pagamento” dos nazistas por seus horrendos serviços de apoio ao Holocausto – chamou a inexistente “Palestina” de “terra waqf.

A palavra “waqf” significa literalmente “detenção” e segundo estudiosos muçulmanos, refere-se “à detenção de uma propriedade para que seu produto ou renda possa estar sempre disponível para fins religiosos ou de caridade. Quando um waqf é criado, a propriedade é detida, ou está “amarrada” para sempre e depois torna-se intransferível”. Dentre as “consequências jurídicas” para uma propriedade waqf, convém citar a dedicação a Alá, a irrevogabilidade, a perpetuidade e a inalienabilidade[4].

Agora, creio que faz sentido explicar que o grande mufti de Jerusalém e outros líderes árabes – à exceção do rei Abdullah, da então Transjordânia (atual Jordânia) – rejeitaram o plano de partição da “Palestina” em dois Estados, um árabe e outro judeu, sugerido pela Comissão Peel em 1937. O motivo? Amin al-Husseini defendeu argumentação religiosa afirmando que a “Palestina” era “terra waqf”, o que a tornava impossível de “ser dividida”, mesmo que minoritariamente com os judeus, sendo, portanto, uma espécie de “legado muçulmano” que deveria ser preservado exclusivamente nas mãos dos árabes “submissos a Alá”. Dessa forma, o Estado judeu não deveria existir… o tempo passou, mas o argumento perpetuou…

Com o estabelecimento do Estado de Israel em 1948, a argumentação religiosa antissemita veio à lume novamente com força através da criação do grupo terrorista Hamas em 1987, que em sua Carta de constituição, no Capítulo III, tem como subtítulo “A Palestina é um waqf islâmico (propriedade concedida, doada)” e no Artigo 11, estipula:

Art. 11- O Movimento de Resistência Islâmica sustenta que a Palestina é um território de Wakf, (legado hereditário) para todas as gerações de muçulmanos, até o Dia da Ressurreição. Ninguém pode negligenciar essa terra, nem mesmo uma parte dela, nem abandoná-la, ou parte dela. Nenhum Estado Árabe, ou mesmo todos os Estados Árabes (juntos) têm o direito de faze-lo; nenhum Rei ou Presidente tem esse direito, nem tampouco todos os Reis ou Presidentes juntos, nenhuma organização, ou todas as organizações juntas – sejam elas palestinas ou árabes – têm o direito de faze-lo, porque a Palestina é território Wakf, dado para todas as gerações de muçulmanos, até o Dia da Ressurreição.

Esse é o status legal da terra da Palestina de acordo com a Lei Islâmica. A esse respeito, é igual a quaisquer outras terras que os muçulmanos tenham conquistado pela força, porque os muçulmanos a consagraram, à época da conquista, como legado hereditário para todas as gerações de muçulmanos, até o Dia da Ressurreição. Assim ocorreu quando foi completada a conquista de Al-Sha’m (8) e do Iraque, e os Comandantes dos exércitos muçulmanos enviaram mensagens ao Califa ‘Umar b. Al-Khattab, pedindo instruções a respeito das terras conquistadas – dividi-las entre as tropas ou deixa-las em mãos dos seus proprietários, ou proceder de outra forma[5].

Em parte do Artigo 13, ainda preceitua:

“Não há solução para o problema palestino a não ser pela jihad (guerra santa).”

Os fundamentos totalitários e terroristas com base religiosa do “documento” – que não é contestado pelos defensores da “causa palestina” – podem ser vislumbrados também no seguinte preceito:

Israel existirá e continuará existindo até que o Islã o faça desaparecer, como fez desaparecer a todos aqueles que existiram anteriormente a ele. (segundo palavras do mártir, Iman Hasan al-Banna, com a graça de Alá). 

E se alguém levantar a hipótese de que os “palestinos” não mais enxergam Israel como “território waqf”, aconselho consultar fontes dos seus movimentos espalhados pelo mundo. Num dos muitos sites tecendo distorções brutescas para validar a farsa do “direito” ao território de Israel, assim está escrito: A chamada ‘Palestina Histórica’ é todo território que engloba hoje Faixa de Gaza, Israel e Cisjordânia.[6]

Logo, uma vez que o Estatuto do Hamas corrobora o intento genocida dos seus seguidores, fato este ratificado por suas “autoridades religiosas” que em discursos inflamados nas mesquitas afirmam que “os judeus devem ser massacrados e mortos[7], torna-se debalde toda tentativa de criação de um Estado que não tenha condição mínima de proporcionar fronteiras seguras e pacíficas com Israel. A chamada Palestina é, na forma proposta por suas lideranças, um protótipo de Estado terrorista!

Portanto, culpar Trump por ações terroristas palestinas estimuladas por suas lideranças é uma verdadeira discrepância, uma vez que, conforme percebido pelo próprio presidente dos EUA – apesar das “promessas de campanha não cumpridas” dos presidentes antecessores  – não houve avanço nos processos de paz e muito menos no “acordo de reconciliação” entre as facções palestinas. A campanha de ódio palestino não precisa de “justificativa” para atacar Israel… Sem qualquer ação de Trump, desde janeiro de 2012, mais de 2.530 foguetes e morteiros foram disparados de Gaza e atingiram áreas civis israelenses[8].

O combustível para a “revolta dos palestinos” não está na decisão de um Estado soberano acerca da linha de política externa que adota, e sim, nos escritos sagrados islâmicos. Enquanto o Ocidente  não atentar para o lema do Hamas preconizado no Art. 8º do seu Estatuto, não perceberá que está apoiando a possível criação de mais um Estado totalitário islâmico tão perverso e sanguinário quanto Arábia Saudita e Irã.

O art. 8º dispõe:

Alá é a finalidade, o Profeta o modelo a ser seguido, o Alcorão a Constituição, a Jihad é o caminho e a morte por Alá é a sublime aspiração.

Cabe ao Ocidente escolher entre o “exemplo do profeta Mohammad” e as “ações de Trump, mas particularmente, eu rejeito a ideia de um povo tomar como “modelo” um “profeta”, que ao chegar em Yatrib (Medina) – com metade da população judaica – agiu de forma tão “amistosa”, que em 2 anos não havia mais judeus na referida “cidade sagrada”, os quais foram exilados, escravizados ou assassinados. Se em mais de 90 versos, o Alcorão vaticina que o profeta é o “padrão de vida perfeito” para todos os muçulmanos[9], o “desejo de matança” do Hamas e demais apoiadores realmente encontra amparo no mundo totalitário islâmico, porém seria “justo” a comunidade internacional tentar obrigar o governo israelense a apenas “observar” uma “chuva de foguetes” assassinar os seus nacionais?

Se a “Constituição” do Hamas obriga parte da população a “aspirar a morte por Alá” para criar um Estado islâmico na base da “jihad”, nada impede que Israel use a milenar ética judaica para escolher salvar o seu povo que “aspira a vida”!

Andréa Fernandes é jornalista, advogada, internacionalista e presidente da ONG Ecoando a Voz dos Mártires

Imagem:  EBC Agência Brasil

[1]https://www.theguardian.com/world/2017/dec/09/iraq-formally-declares-end-to-fight-against-islamic-state

[2] https://www.theguardian.com/world/2017/dec/09/israeli-airstrikes-kill-two-in-gaza-as-fallout-from-trump-decision-continues

[3]http://www.jpost.com/Breaking-News/IDF-hits-four-terror-targets-in-Gaza-following-a-rocket-attack-on-Sderot-517510

[4] https://www.lawctopus.com/academike/concept-waqf-muslim-law/

[5] http://www.beth-shalom.com.br/artigos/estatuto_hamas.html

[6] http://vivapalestina.com.br/a-historia-de-um-povo/

[7] https://www.youtube.com/watch?v=WmnpMXOpaM4

[8]http://www.jewishvirtuallibrary.org/palestinian-rocket-and-mortar-attacks-against-israel

[9] https://voiceofeurope.com/2017/12/why-islam-is-a-totalitarian-system-and-a-threat-for-every-non-muslim-civilisation/#.WivQedleo8Q.twitter

 

Os EUA reconhecem Jerusalém como capital de Israel: vem guerra por aí?

Por Andréa Fernandes

Antes de escrever sobre o evento histórico promovido pelos Estados Unidos no momento em que o presidente Donald Trump reconheceu Jerusalém como capital de Israel, resolvi dar uma espiada nas “análises” da galera suprassumo em política internacional e também na mídia árabe. Afinal de contas, nenhum país se importa realmente com os palestinos sob a ótica dos “direitos humanos”, uma vez que o intuito real é deslegitimar Israel na obsoleta oposição midiática comunista ao único país que não se afundou na desordem estimulada pelo ódio religioso e sectarismo, próprios de países muçulmanos.

Tão logo Trump cumpriu com o dever consignado na lei que o Congresso americano aprovou em 1995 – que prevê o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a consequente transferência da embaixada – e que vinha sendo covardemente postergado por seus antecessores, a comunidade internacional explodiu em fúria – não tão “calorosa” quanto os jihadistas que o Ocidente recebeu – criticando a ação americana num flagrante desrespeito à soberania do país.

O vozerio foi fortalecido pela União Europeia, na pessoa da chefe de política externa, Frederica Mogherini – aquela integrante do partido comunista italiano que “tietava” o terrorista Yasser Arafat[1] – irresignada, após o ato de Trump, disse: “acreditamos que a única solução realista para o conflito entre Israel e Palestina é baseada em dois Estados e com Jerusalém como a capital de ambos”[2]. Talvez, a tese dela em ciência política intitulada “A Relação entre Religião e Política no Islã”, seja o motivo de se empenhar em defender a “jihad palestina”, já que as ações criminosas de países muçulmanos não são do seu interesse, e sempre é bom lembrar que a diplomata hipócrita não anda preocupada com a ocupação de 37% do território cipriota pela Turquia, que mantém 40 mil soldados no norte do Chipre, invadido em 1974[3]. Por acaso, Frederica se manifestou na imprensa quando o “sultão Erdogan” avisou que “a Turquia nunca sairá do Chipre[4]? As pautas comunistas sempre privilegiam os “amantes da paz islâmica obtida pela espada”.

Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina – considerado “moderado” pelo Ocidente – ao ser informado por Trump através de telefonema acerca da sua decisão de mudar a embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém acionou seu fiéis “ativistas-terroristas”, que convidaram fotógrafos e cinegrafistas para “visitar” Belém a fim de documentar um “evento importante”, qual seja, palestinos ensandecidos queimando cartazes com imagens de Trump e a bandeira de Israel[5]. O objetivo é simples: promoção da “propaganda de ódio” para levar a opinião pública a acreditar que a política de Trump incendiará a região, o que fez o presidente da Autoridade Palestina afirmar que “os Estados Unidos perderam o papel de mediador no Oriente Médio”[6].

Hoje, Abbas em pronunciamento agressivo afirmou que a “revolta palestina” deve continuar e o líder do movimento Fatah – também considerado moderado pelo Ocidente – disse que “Trump emitiu declaração de guerra contra o povo palestino”[7]. Abbas já havia ordenado o fechamento de escolas e na usual política retaliatória contra inocentes, o prefeito de Belém (ocupada por palestinos), também determinou o desligamento de todas as luzes de natal na área onde cristãos vêm  sofrendo limpeza religiosa desde o início da ocupação palestina. E se alguém vier com a lengalenga de que “palestinos não são ocupantes”, cabe lembrar que antes da Guerra de Independência de 1948, a população original de Ramallah era 90% cristã e de Belém, 80%. Além disso, o “pacisfismo islâmico” dos invasores palestinos proporcionou a seguinte realidade: em 1967, mais da metade dos moradores de Belém eram muçulmanos e Ramallah se tornou uma grande cidade muçulmana[8].

Aliás, vale uma breve digressão: o falecido terrorista Yasser Arafat mudou a demografia de Belém semelhantemente à estratégia de países muçulmanos na atualidade, ou seja, enviando milhares de muçulmanos de campos de refugiados, e como bem salienta o jornalista Giulio Meotti, transformou a cidade – outrora majoritariamente cristã – “num refúgio seguro para terroristas suicidas”, onde cemitérios e conventos foram profanados e cristãos transformados em escudos humanos pela perversa Organização para a Libertação da Palestina (OLP). De sorte que, a OLP e outros grupos islâmicos “ofertaram” aos cristãos nativos as mesmas atrocidades que seus homólogos do Estado Islâmico: casamento forçado, conversões, espancamentos, apropriação de terras, ataques incendiários, boicote comercial, tortura, sequestro, assédio sexual, extorsão, dentre outros crimes mantidos ocultos pela mídia vendida aos interesses árabes.

Após o pronunciamento histórico de Trump, Ismail Haniyeh, líder do grupo terrorista Hamas, fez o que sempre foi sua especialidade: conclamar o terror contra civis inocentes, e para tanto, pediu uma nova “intifada contra o inimigo sionista[9] como condenação à decisão de Trump no melhor estilo “jihad”. Contudo, a “ansiedade sanguinária” não resistiu esperar até o dia 8, quando deveriam ser iniciados os atos de violência, e com isso, os terroristas passaram a efetivar disparos de foguetes contra o território israelense ocasionando “resposta” de Israel direcionada às estruturas militares na Faixa de Gaza[10]. Seguindo a mesma “linha assassina”, o grupo terrorista xiita Hezbollah, financiado pelo Irã, também endossou a necessidade de intifada.

Incitados por suas lideranças, cerca de 3 mil palestinos saíram às ruas em protestos violentos em 30 locais na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, onde dezenas de manifestantes se reuniram perto da fronteira com Israel e lançaram pedras contra os soldados. A violência se intensificou no embate de palestinos contras as forças israelenses e segundo a imprensa palestina, já são 200 palestinos feridos e 1 morto.

Insta esclarecer que o “tom apocalíptico” de alguns jornais descambaram em distorções de ignorância ímpar como aconteceu com ‘O Globo’, ao consignar: “Diante da reação inflamada do mundo árabe, com protestos na Faixa De Gaza e na Turquia, o Exército israelense anunciou o envio de batalhões adicionais ao território palestino da Cisjordânia[11]”. O jornalista nervoso por externar o sensacionalismo de sempre, incluiu indevidamente a Turquia na lista de territórios integrantes do “mundo árabe”. O desespero tomou conta da redação…

De qualquer maneira, o mundo muçulmano é, de certo modo,  imprevisível, e as lideranças  palestinas se esforçam para conseguir o apoio que carecem para promover “arruaça terrorista” ao ponto de desencadear uma verdadeira “guerra”, tentando invalidar o ato legítimo de Trump, porém, deverão primeiro, convencer a monarquia saudita a validar sua ações, visto que numa proposta inusitada de “acordo”, a Arábia Saudita ofereceu a cidade de Abu Dis (próxima à Jerusalém Oriental) como a futura “capital da Palestina”, em vez de Jerusalém Oriental. E se ainda assim, o caro leitor tem dúvida do “apoio” que goza a Autoridade Palestina, cabe informar que Abbas foi pressionado pelo Egito e Arábia Saudita a não processar funcionários israelenses em tribunais internacionais como havia prometido, e decidiu… obedecer a “orientação”[12].

A Organização de Cooperação Islâmica (OIC) se manifestou ontem expressando rejeição à decisão de Trump e informou que convocará uma reunião extraordinária com os representantes dos Estados-membros em Istambul nos dias 12 e 13 de dezembro para “discutir as repercussões da decisão americana e formular uma posição islâmica unificada” sobre a questão[13].

O principal representante da “Palestina’ no Reino Unido, Manuel Hassassian, disse que o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel pelos Estados Unidos equivale a uma “declaração de guerra contra os muçulmanos[14]. Já o Papa Francisco e a ONU apelam para um “diálogo” sobre o status da cidade, mesmo sabendo que não está nos planos dos palestinos essa possibilidade. O Papa ressaltou que se “respeite” o status atual da cidade, pouco se importando que esse pedido absurdo, é, na realidade, um desrepeito ao direito milenar dos judeus à Jerusalém como sua capital indivisível.

Até o momento, as “ameaças explícitas” evidenciadas contra os Estados Unidos advêm do Estado Islâmico e al-Qaeda – grupos islâmicos que vivem em função de ameaças aos “infiéis ocidentais” de modo que não surpreende ninguém a revolta das lideranças dessas facções além do “irmão siamês” Hamas, que objetiva começar nova intifada.

Logo, aguardemos novos “sinais de fumaça islâmica” para sabermos até aonde vai a proclamação de jihad contra Israel e Estados Unidos, já reconhecendo que nessa sexta-feira a promessa de novos protestos se cumpriu em países como Malásia, Indonésia, Iêmen, Turquia, Jordânia, Egito e outros Estados africanos.

Nada mais “inspirador” para um candidato a “Estado terrorista”, que o pedido de suas lideranças exigindo o chamado “Dia de fúria” justamente após as “orações” no dia que é considerado “sagrado” para os seguidores da “religião da paz”.

Publicado originalmente em 08.12.2017, no Portal Gospel Prime

Imagem: g1.globo.com

[1] http://israelstreet.org/2014/11/08/communist-and-islamophile-federica-mogherini-returns-to-ramallah-and-gaza/

[2] https://www.jihadwatch.org/2017/12/eu-vows-push-to-make-jerusalem-capital-for-palestinians-too

[3] http://cyprus-mail.com/2017/07/20/cyprus-marks-43-years-since-turkish-invasion/

[4] https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2017/01/13/erdogan-diz-que-turquia-nunca-saira-do-chipre.htm

[5] https://www.gatestoneinstitute.org/11508/trump-jerusalem-speech-palestinians

[6] http://g1.globo.com/globo-news/jornal-das-dez/videos/t/todos-os-videos/v/mundo-islamico-protesta-apos-trump-reconhecer-jerusalem-como-capital-de-israel/6342958/

[7] https://www.timesofisrael.com/abbas-vows-palestinian-rage-will-continue-well-never-back-down/

[8] https://www.ynetnews.com/articles/0,7340,L-4221651,00.html

[9] https://www.middleeastmonitor.com/20171207-hamas-leader-calls-for-new-intifada-over-trump-decision/

[10] https://www.dn.pt/mundo/interior/jerusaem-israel-ataca-postos-militares-na-faixa-da-gaza-em-resposta-a-projeteis-8971462.html?utm_source=Push&utm_medium=Web

[11] https://oglobo.globo.com/mundo/confrontos-entre-soldados-israelenses-palestinos-deixam-ao-menos-104-feridos-22160770

[12] https://www.middleeastmonitor.com/20171123-under-saudi-egypt-pressure-abbas-retreat-from-prosecuting-israel/#at_pco=smlwn-1.0&at_si=5a29c8f6b0615634&at_ab=per-2&at_pos=0&at_tot=1

[13] http://www.arabnews.com/node/1205411/saudi-arabia

[14] https://g1.globo.com/mundo/noticia/reconhecer-jerusalem-como-capital-de-israel-e-declarar-guerra-diz-enviado-palestino-no-reino-unido.ghtml

 

República Tcheca reconhece Jerusalém como capital de Israel

O parlamento da República Checa votou esmagadoramente em favor de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel.

A votação ocorreu quando Jerusalém celebrou seu 50º aniversário de unificação.

E, ao mesmo tempo que votaram para reconhecer Jerusalém como a capital de Israel, os parlamentares checos votaram também por condenar a UNESCO, o órgão das Nações Unidas que recentemente aprovou uma resolução destinada a condenar os assentamentos de Israel e as chamadas invasões aos territórios palestinos.

  Da comunidade internacional de cristãos e judeus:

“O Parlamento checo aprovou na quarta-feira o reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel no dia de Jerusalém comemorando o 50º aniversário da unificação da cidade sob a soberania israelense. Além disso, a República Checa decidiu condenar a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) na sequência das recentes resoluções anti-Israel.

“112 dos 156 deputados em Praga apoiaram a resolução. Os membros do Parlamento pediram ao seu governo que adotem a resolução e reconheçam Jerusalém como a capital de Israel, ao lado da abertura de negociações diretas e incondicionais com os palestinos.

“O parlamento também condenou as recentes decisões da UNESCO que não reconhecem os direitos dos judeus a Jerusalém e convidam o governo a suspender os pagamentos à UNESCO, à luz da incitação contra Israel e da politização da organização”.

O voto é um evento mundial significativo, dada a divisão que existe politicamente sobre o reconhecimento de Jerusalém – e a oposição de muçulmanos à sua existência como um marco sagrado judaico.

http://pamelageller.com/2017/06/czech-republic-recognizes-jerusalem-israels-capital.html/?utm_source=dlvr.it&utm_medium=facebook

ONU chama comunidade internacional a reconhecer Holocausto dos ciganos pelos nazistas

Ciganos também foram vítimas de detenção arbitrária, trabalho forçado e execuções em massa durante o nazismo. Especialistas da ONU alertaram que desumanização e estigmatização contra essas populações persistem até hoje sob outras formas e pediram mais proteção e garantia do direito à memória para sobreviventes e descendentes.

Na última terça-feira (2) – data que marcou o 72º aniversário do Holocausto dos ciganos, também chamado Pharrajimos, no regime nazista –, especialistas das Nações Unidas pediram à comunidade internacional que reconheça o direito à memória dessa população,ainda marginalizada atualmente.

“Sob o jugo dos nazistas, ciganos foram submetidos a detenção arbitrária, trabalho forçado e execuções em massa”, lembraram a relatora especial da ONU sobre questões de minorias, Rita Izsák-Ndiaye, e o conselheiro especial do secretário-geral para a prevenção de genocídio, Adama Dieng.

“Infelizmente, o ódio, o medo, a desumanização e a estigmatização dos ciganos ainda existem hoje sob outras formas. Ficamos tristes em ver que a violência direcionada contra indivíduos e comunidades ciganas e o preconceito perduram em muitas partes do mundo”, lamentaram.

Os especialistas alertaram que “muito ainda precisa ser feito para estabelecer o direito e a possibilidade de os ciganos lembrarem e rememorarem a data com dignidade”. A relatora e o conselheiro pediram aos Estados-membros que identifiquem e preservem os túmulos e locais de despojo em massa dos corpos das vítimas, permitindo aos sobreviventes o direito à memória e ao luto.

Diante da atual onda de extremismo político e social, a relatora e o conselheiro solicitaram aos Estados-membros que adotem legislações para combater crimes de ódio.

Articular entidades a nível nacional, regional e local também foi considerado fundamental por Izsák-Ndiaye e Dieng para prevenir e erradicar violações dos direitos humanos dos ciganos.

Políticas de integração que envolvam a criação de instituições específicas e a reserva de orçamento para a proteção de ciganos foram outras das recomendações dos dois especialistas, que pediram ainda que as nações onde o Pharrajimos ocorreu tornem o dia 2 de agosto a data oficial para a memória das vítimas.

Today is Day. UN experts urge govts to recognize Roma’s right to remembrance http://ow.ly/73tT302QLwA 

ONU chama comunidade internacional a reconhecer Holocausto dos ciganos pelos nazistas

Alemania reconoce el Genocidio Armenio, Turquía estalla en furia

El voto positivo en el parlamento alemán sobre una resolución que reconoce el genocidio armenio, que Turquía niega categóricamente, pone a prueba la “amistad” entre Ankara y Berlín, declaró el jueves el primer ministro turco, horas antes de la votación que aprobó la iniciativa.
“Este texto no quiere decir nada para nosotros y representará una verdadera prueba de amistad” entre los dos países, declaró el premier turco Binali Yildirim en un discurso en Ankara.
Los 630 diputados del Bundestag, la cámara baja del parlamento alemán, se pronunciaron este jueves sobre una resolución parlamentaria titulada “Recuerdo y conmemoración del genocidio de los armenios y de otras minorías cristianas hace 101 años”, propuesta por los grupos de la mayoría, los conservadores de la Unión Demócrata Cristiana y el Partido Sociademócrata, así como por los Verdes de la oposición.

Hasta 1,5 millones de armenios habrían muerto en 1915 a manos de los turcos

Autorizado con la siguiente mención: http://www.estadodeisrael.com/2016/06/alemania-reconoce-el-genocidio-armenio.html
© estadodeisrael.com

EUA dizem que “Estado Islâmico” cometeu genocídio

Kerry reconhece que grupo terrorista tenta dizimar minorias cristãs e yazidis, além de muçulmanos xiitas na Síria e no Iraque. Medida não deixa claro se serão tomadas novas ações para combater os extremistas.

O secretário de Estado americano, John Kerry, disse nesta quinta-feira (17/03) que o Estado Islâmico (EI) pratica genocídio contra minorias cristãs e yazidis e contra muçulmanos xiitas no Iraque e na Síria.

“O fato é que o Daesh [termo árabe para o EI] mata cristãos por serem cristãos. Yazidis por serem yazidis. Xiitas por serem xiitas”, afirmou Kerry, que acusou os terroristas de crimes contra a humanidade e limpeza étnica. “A visão de mundo do grupo é baseada em eliminar aqueles que não seguem a sua ideologia perversa.”

O Congresso americano vinha pressionando a Casa Branca a apresentar uma investigação sobre a prática de genocídio envolvendo o EI. As conclusões do relatório são baseadas em informações do Departamento de Estado e dos serviços de inteligência.

Apesar de reconhecer a prática, Washington não é legalmente obrigado a tomar ações específicas. Kerry disse que os EUA vão fazer o possível para desmobilizar o grupo, mas não deixou claro se haveria mudanças nas estratégias militares das forças americanas na Síria e no Iraque.

Os EUA têm lançado ataques aéreos contra o grupo, mas não se comprometeu a enviar soldados para combate por terra.

A última vez que o governo americano reconheceu um genocídio foi em 2004, no conflito de Darfur, no Sudão.

KG/rtr/dpa

http://www.dw.com/pt/eua-dizem-que-estado-isl%C3%A2mico-cometeu-genoc%C3%ADdio/a-19123565

Malásia:Islâmicos começam a agir após saída da oposição do governo

“O filho do Dr. M vai fazer muita falta a partir de agora e os cristãos, provavelmente, vão se deparar com muitos julgamentos injustos”

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De acordo com informações do jornal Malay, o filho do Dr. M, como é conhecido o ex-primeiro-ministro da Malásia, Mukhriz Mahathir, foi demitido do cargo de ministro-chefe do estado de Kedah. Uma semana depois, a UCA News divulgou que o tribunal federal tomou uma decisão estranha sobre um caso de divórcio. “O casal hindu tinha dois filhos. O pai se converteu ao islã, sequestrou as crianças e as converteu também, sem o consentimento da mãe. Logo após, veio o divórcio e o pai ganhou a custódia dos filhos. A mãe recorreu e agora o tribunal decidiu dividir a guarda, deixando o menino com o pai e a menina com a mãe”, comenta um dos analistas de perseguição.

Segundo ele, a expulsão do filho do ex-primeiro-ministro mostra como o governo perdeu o controle. Apesar de vários escândalos políticos, o Dr. M e seu filho representavam a oposição, agora, porém, Najib Razak é a principal figura do poder na política da Malásia. “Ele é bom para os islâmicos, mas uma péssima presença para todas as minorias religiosas, em especial a cristã. O caso do pai islâmico mostra claramente como foi fácil ‘agir contra a lei’, como os próprios advogados protestaram. Não houve imparcialidade alguma, a justiça simplesmente favoreceu o islã e não havia ninguém para protestar. O filho do Dr. M vai fazer muita falta a partir de agora e os cristãos, provavelmente, vão se deparar com muitos julgamentos injustos”, observa o analista.

A Malásia, que está na 30ª posição na Classificação da Perseguição Religiosa deste ano, está vivendo um momento revolucionário. Enquanto o cristianismo cresce rapidamente, aumentando o número de convertidos no país, principalmente entre os jovens, a sharia tem se espalhado e se infiltrado na política malaia, ameaçando a liberdade de religião. Existem três tipos de cristianismo no país e todos são afetados pela perseguição: os membros das igrejas históricas, das igrejas protestantes não tradicionais e cristãos convertidos do islamismo. Os últimos enfrentam forte pressão de seus familiares, amigos e vizinhos. Dadas as crescentes restrições impostas pelo governo sobre as igrejas locais e os novos cristãos, a Portas Abertas ajuda em oração e pede que cristãos de todo o mundo orem pelos malaios.

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https://www.portasabertas.org.br/noticias/2016/03/islamicos-comecam-a-agir-apos-saida-da-oposicao-do-governo

Palestinians welcome Vatican’s recognition of statehood

The Islamic-Christian Commission in Support of Jerusalem and the Holy Sites yesterday hailed the Vatican’s decision to recognise the State of Palestine.

In a press release, the commission’s Secretary-General Hanna Issa said the existing relations between the Vatican and Palestine have culminated in a historic agreement and the formal recognition of the Palestinian state.

He said he valued the role of the Vatican in preserving the holy city and preventing its Judaisation, praising the efforts of Christian leaders in serving the Palestinian cause, strengthening the presence of Arab Christians in the city of Jerusalem and protecting their rights.

Palestinian Liberation Organisation Executive Committee member Wasel Abu Youssef also welcomed the Vatican’s decision, saying it represents the “religious and symbolic expression of the Christian world.”

In remarks to Quds Press yesterday, Abu Youssef said that “the Vatican’s step will encourage a number of other states to recognise Palestine, and will push them to consolidate relations with it [Palestine] due to its influential position all over the world.”

He emphasised the importance of the decision and its timing in light of the Israeli aggression on the Palestinian people and the continuation of the occupation’s crimes. He said that the decision confirms the Palestinians’ right to have an independent state despite what Israel is trying to impose on the ground by means of its military power.

On Saturday the Vatican announced its decision to recognise the State of Palestine as an independent nation.

https://www.middleeastmonitor.com/news/europe/23158-palestinians-welcome-vaticans-recognition-of-statehood

Minoria étnica pressiona para que massacre pelo Estado Islâmico seja considerado genocídio

“Famílias foram separadas, os homens foram mortos e as mulheres, vendidas como escravas sexuais. Os Yazidi eram obrigados a se converterem ao Islã, caso contrário seriam mortos”.

O relato, da jovem iraquiana Pari Ibrahim, se refere aos abusos atribuídos ao grupo autodenominado Estado Islâmico contra a minoria étnica-religiosa Yazidi, que vive predominantemente no Curdistão iraquiano.

Os números ainda são imprecisos, mas estima-se que entre 5 mil e 6 mil mulheres e crianças tenham sido raptadas pelo EI quando o grupo radical invadiu a região no dia 3 de agosto de 2014. Atualmente, acredita-se que 3 mil mulheres e meninas ainda sejam mantidas em cativeiro em cidades dominadas pelo EI.

Agora, grupos pressionam para que esses fatos sejam reconhecidos internacionalmente como genocídio.

“Eles estão sendo mortos por causa de suas crenças”, diz Ibrahim, 26, que lidera a organização Free Yezidi Foundation e conversou com a BBC Brasil durante visita à ONU, em Nova York. “Quando as meninas conseguem ser libertadas ou fogem, elas ficam extremamente traumatizadas. O mundo precisa reagir e ajudar a essa população. Queremos reunir evidências suficientes para que se reconheça a situação como genocídio.”

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Seu grupo criou centros de apoio às mulheres e crianças no campo de deslocados em Khanke, na província iraquiana de Dohuk, onde vivem cerca 16 mil pessoas, centenas delas órfãs.

A expectativa de Ibrahim, que vive hoje com sua família na Holanda, é que o Tribunal Penal Internacional (TPI) – cuja função é julgar crimes contra a humanidade e de guerra – dê início a investigações preliminares para apurar evidências e verificar se as violações contra os Yazidi podem ser definidas como genocídio.

Segundo ela, a grande dificuldade é fazer com que seu apelo chegue ao gabinete da procuradora do TPI, em Haia, Fatou Bensouda.

Com a ajuda de especialistas como o jurista argentino Luis Gabriel Moreno Ocampo, ex-procurador do TPI (2003-2012), Ibrahim elaborou um relatório solicitando o início das investigações sobre os crimes do EI contra a população Yazidi nas montanhas de Sinjar e nas planícies de Nineveh.

“A ONU tem investigado as ações do EI e concluiu que os crimes cometidos podem constituir-se como genocídio. Porém, (a organização) não tem status legal (para realizar o julgamento). O que vimos e documentamos são fortes evidências, mas apenas um tribunal com jurisdição pode julgar o caso como genocídio”, disse o assessor especial do secretário-geral da ONU para a prevenção do genocídio, Adama Dieng, que visitou a região em novembro e reuniu depoimentos das vítimas.

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Image captionPari Ibrahim com crianças em campo de refugiados Yazidis; ela tenta fazer a causa da etnia avançar no TPI

Retomada

Quinze meses após o massacre na região, as forças curdas (peshmerga) conseguiram retomar o controle de Sinjar, no último dia 13 de novembro, com o apoio de bombardeios liderados pelos Estados Unidos. O resultado do conflito se expressa no número de deslocados e refugiados que gerou. Apenas no Curdistão iraquiano, há pelo menos 1 milhão de pessoas que tiveram que deixar suas casas.

Por enquanto, as acusações não podem ser investigadas pela Corte de Justiça iraquiana, país que não ratificou a Convenção Internacional para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio.

Daí a tentativa de investigá-las via TPI ou de pedir que o tribunal assuma uma jurisdição ad hoc (onde a jurisdição internacional tem primazia sobre as nacionais).

“Nos encontros que tive com as autoridades iraquianas, os encorajei que dessem esse passo. Isto é, que o governo fizesse um pedido ao TPI para uma jurisdição ad hoc sobre o caso. Temos que agir mais rápido para levar os criminosos à Justiça”, diz Dieng. “O sentimento dos Yazidi é que os atos contra seu povo continuam acontecendo. O genocídio persiste.”

Já o argentino Luis Moreno Ocampo – responsável por iniciar em 2011 investigação contra o líder líbio Muammar Khadafi, além de emitir ordens de prisão contra autores de crimes contra a humanidade e de guerra na República Democrática do Congo, Uganda, República Centro-Africana e na província sudanesa de Darfur – explica que outra possibilidade é que o Conselho de Segurança da ONU refira o caso ao Tribunal Penal Internacional.

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Image captionFossa comum com corpos de pessoas da etnia Yazidi; massacre deixou também cerca de 1 milhão de desabrigados

O fato de haver provas de que o EI tenha recrutado estrangeiros para engrossar suas tropas em nome do autoproclamado califado já poderia ser uma prerrogativa para que a corte em Haia investigue esses cidadãos que se uniram ao grupo extremista e que são oriundos de países que o TPI tem jurisdição.

“O fato de que os crimes tenham sido cometidos em território de um país que não assinou o TPI não impede que nacionais de países-membros sejam investigados pela Corte. Há 2 mil jordanianos e mais de 2,5 mil europeus que lutam ao lado do EI. Este seria um dos caminhos para que se abram as investigações”, diz Moreno à BBC Brasil.

O percurso, ainda assim, parece ser longo. Antes da situação dos Yazidi, o gabinete da procuradora Fatou Bensouda tem que analisar outros casos que já estão na fila em países como na Geórgia, Colômbia, Afeganistão, República Centro-Africana, Nigéria e Líbia.

Segundo Moreno, não haverá dificuldades em reunir provas de que os Yazidi foram massacrados. Há inúmeras covas coletivas nas montanhas de Sinjar que devem ser analisadas por peritos forenses do TPI como parte das investigações preliminares. “Os ataques foram coordenados na região com um claro padrão de conduta: mataram os homens, sequestraram as crianças e levaram as mulheres como escravas sexuais”.

“Eles estão em estado de choque. Quando definimos como genocídio o mais grave crime da humanidade, o mundo tem o compromisso de evitá-lo. Essa população sofreu muito e deve ser reparada”, argumentou.

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/12/151217_yazidis_matanca_pai_fo