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Crianças a serviço da guerra: longe de final feliz

Ascensão do Estado Islâmico e conflitos na Síria e na África intensificaram o recrutamento e os desafios.

RIO – As imagens veiculadas pelo Estado Islâmico (EI) de crianças por volta dos 10 anos matando reféns a tiros chocaram a opinião pública. A notícia de que o grupo extremista também as estaria usando em ataques suicidas vai contra todo o sentido de infância. Essas, por outro lado, não são práticas novas. Onde há guerra, existe a participação de crianças, advertem especialistas. Mas, em 2015, a ascensão do EI, a guerra na Síria e a continuidade dos conflitos no Sudão do Sul e na República Democrática do Congo intensificaram o recrutamento de crianças como soldados, além de aumentar o debate sobre o assunto. As projeções para o próximo ano não são das melhores, apesar de recentes avanços na conscientização e no acesso às denúncias.

Um dos principais desafios será com relação à participação voluntária desses jovens em conflitos. Com o Estado Islâmico, por exemplo, muitos deles deixam suas casas e se juntam ao grupo por questões ideológicas, o que é difícil de se combater, explica David Rosen, professor de antropologia e direito da Universidade Fairleigh Dickinson.

— É muito difícil que se veja um recrutador do Oriente Médio diante de uma Corte Internacional. Todos os processos são contra Estados falidos na África. Muitos (países do Oriente Médio) nem fazem parte do sistema de justiça internacional. Eu não vejo nenhum fim para a questão do recrutamento infantil. Se os conflitos no Oriente Médio continuarem a se espalhar, veremos grandes recrutamentos de menores de idade.

A violação de direitos da criança e do adolescente não é, nem de perto, algo que perturbe os extremistas. Eles — rebeldes, terroristas, paramilitares — vêm se tornando os maiores recrutadores, diz David. No Sudão do Sul, a guerra civil entre grupos étnicos, de acordo com o Unicef, já levou cerca de 16 mil crianças para as frentes de batalha. Na Síria, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, o EI já colocou mais de 1.100 em suas fileiras desde o início do ano.

Combatentes e escravos

Para a doutora em Relações Internacionais da PUC-Rio Jana Tabak, o caminho para se chegar a uma solução ainda é longo. Ela aponta a dificuldade em criar políticas de proteção aos jovens quando se lida com realidades diversas, o que pode tornar os programas “muito engessados”.

— A complexidade é tão grande e acaba esbarrando em limitações econômicas e de conceitos. Tivemos muitos progressos, mas ficaremos variando entre avanços e limitações — afirma.

Jana acredita que os próprios envolvidos em conflitos armados devem ser ouvidos.

— Eles não podem ser encarados apenas como vítimas — diz, acrescentando que o diálogo precisa ser maior entre as organizações internacionais, governos, grupos rebeldes e, principalmente, com as comunidades que irão receber essas crianças.

Há cerca de 20 anos o número de crianças-soldado não é atualizado, advertem especialistas. A estimativa antiga, que organizações apontam para uma grande diminuição, é de que cerca de 300 mil jovens e crianças estejam agindo com grupos armados em diferentes posições, como combatentes, escravos sexuais e espiões. Apesar da falta de um número preciso, há, cada vez mais, iniciativas que buscam informações sobre o assunto, diz a doutora em Relações Internacionais.

Uma delas é o escritório da ONU ligado ao secretário-geral para crianças e conflitos armados, que produz relatórios sobre a situação de países com relação aos direitos da criança e do adolescente.

Sete Estados são listados por eles como aqueles que ainda fariam esse tipo de recrutamento: Afeganistão, República Democrática do Congo, Sudão, Sudão do Sul, Iêmen e Mianmar. A partir dos levantamentos, entregues ao Conselho de Segurança e discutidos nas Assembleias Gerais, é possível cobrar mudanças. Mas Jana reconhece ser difícil.

— Não se pode prender um Estado. No fim das contas, fica a cargo do próprio governo querer resolver o problema, mesmo sabendo que pode sofrer algumas sanções e perder legitimidade.

A iniciativa deu origem a campanha “Crianças, não soldados”, que tem o objetivo de acabar e evitar o recrutamento de crianças por exércitos nacionais até 2016. Desde o lançamento do movimento, há dois anos, houve alguns avanços importantes, como a libertação de mais de 400 crianças do Exército de Mianmar.

‘Não só vítimas ou monstros’

O envolvimento de crianças em conflitos armados é delicado, não são somente vítimas ou vítimas que se tornam monstros, afirma o professor David Rosen. Muitas delas se juntam a grupos armados porque querem, por questões religiosas, ideológicas, por vingança, miséria, e até pela aventura. Suas vidas, como se pode imaginar, tornam-se nada parecidas com a de uma criança. Além do treinamento militar, há o uso de drogas, abuso sexual e violência.

Alguns contextos são piores, lembra David, como em Uganda. No grupo sectário Exército de Resistência do Senhor, crianças eram tratadas com extrema crueldade, submetidas a espancamentos, assassinatos e abuso sexual. O mesmo ocorreu na Guerra Civil em Serra Leoa, onde forças rebeldes da Frente Revolucionária Unida sequestraram crianças, tratando as com brutalidade.

Por outro lado, algumas entraram no conflito de Serra Leoa de forma voluntária, ao lado de milícias. Em Moçambique, o recrutamento de meninas e adolescentes pela Frente de Libertação de Moçambique era visto por elas como uma forma de empoderamento.

— Há grandes e claras diferenças entre ser sequestrado e se voluntariar. Mas, legalmente, perante a lei internacional, eles são tratados da mesma forma. — afirma David.

De acordo com a lei internacional, a nenhuma criança com menos de 15 anos é permitido se voluntariar. Existe, então, uma lacuna entre a experiência de ser uma criança-soldado e a lei, que trata todas com menos de 15 anos como vítimas de um ato criminoso, independente de suas experiências, conclui David.

*Estagiária sob a supervisão de Cristina Azevedo

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/criancas-servico-da-guerra-longe-de-final-feliz-18399617#ixzz3wBxOuaGd

Na marcha dos assassinatos do ISIS: especialista fala sobre o terror dos mercados de escravos, execuções sumárias e polícia da “moralidade” do grupo jihadista – que têm US$ 2 trilhões no banco.

  • O grupo terrorista começou como uma versão da Al Qaeda, mas se separou em 2011 .
  • Só veio a vanguarda em 2014, quando assumiu o controle de três cidades iraquianas.
  • Agora possuem cerca de 33.000 combatentes, muitos tendo ingressado do exterior.
  • Aqui, Michael Burleigh eleva um olhar mais atento a este culto medieval da morte.
  • Para a cobertura de notícias completo da visita de Estado islâmico dailymail.co.uk/isis

 

É uma força como o mundo nunca viu antes: um culto à morte medieval com um território quase do tamanho da Inglaterra.

Seus tentáculos de poder esticam-se a todo o Iraque e Síria, cuja fronteira foi apagada. Raqqa (Síria) é a capital de fato, o território iraquiano de Mosul seu centro mais populoso. Dentro de seu controle brutal encontra-se uma enorme população de oito milhões – e tem ativos estimados em US$ 2 trilhões.

Este é o Estado Islâmico, às vezes chamado ISIS, um movimento terrorista com o poder destrutivo de um exército possuído por uma terrível visão do mundo vindouro.

O ISIS começou como uma versão da Al Qaeda, mas que quebrou sua fidelidade em 2011. O grupo arranjou fugas das prisões em massa no Iraque em 2012, o que ajudou a inchar seus números por 10.000.

mas não foi até 2014 que fez quaisquer ganhos, quando subitamente tomou as cidades iraquianas de Fallujah, Ramadi e Mosul em rápida sucessão.  Desde então, seus números têm crescido para 33.000 graças a recrutas estrangeiros

mas não foi até 2014 que fez quaisquer ganhos, quando subitamente tomou as cidades iraquianas de Fallujah, Ramadi e Mosul em rápida sucessão. Desde então, seus números têm crescido para 33.000 graças a recrutas estrangeiros

O NASCIMENTO DE UM MONSTRO

Foi iniciado como uma versão da Al Qaeda no Iraque, que resistiu a ocupação americana depois de 2003 e, em seguida, beneficiou-se da exclusão pelo governo, de maioria xiita, da grande minoria sunita do país. As primeiras versões do grupo experimentaram estabelecer um Estado de Sharia rigorosa.

A guerra civil síria foi a sua próxima grande oportunidade, depois de 2011, quando uma revolta popular se tornou uma insurgência que envolveu muitos grupos armados. Até então IS tinha quebrado aliança com a Al Qaeda. Em 2012, o grupo organizou oito destruições de prisões em massa no Iraque, inchando seus números para 10.000. Essa força lançou conquistas rápidas, em 2014, tendo as cidades iraquianas de Fallujah, Ramadi e Mosul em rápida sucessão. Ninguém viu isso chegando. Desde então, tem atraído milhares de voluntários estrangeiros, inchando para 33.000 combatentes, segundo o CIA.
Por MICHAEL BURLEIGH PARA THE MAIL ON SUNDAY
Read more: http://www.dailymail.co.uk/news/article-3328812/On-murder-march-ISIS-Terror-expert-tells-slave-markets-summary-executions-morality-police-jihadi-group-2trillion-bank.html#ixzz3sEC8dNlP
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Teenager paraded down the street in a full burqa and handcuffs after Spanish police arrested her for ‘recruiting other women to fight for ISIS in Syria’

  • Moroccan woman, 18, was led down road by Spanish counter-terror police 
  • Officers arrested her for allegedly recruiting women to join ISIS in Syria
  • Woman was wearing burqa as she was marched down street in handcuffs 
  • Officers were seen walking out of woman’s home with boxes of evidence

These dramatic pictures show the moment a teenager wearing a burqa was paraded down a Spanish street after being arrested for allegedly recruiting other women to fight for ISIS in Syria.

The 18-year-old Moroccan, clad in the full-length Islamic robe and veil, was led down the crowded road in Gandia, near Valencia, after being detained by counter-terror police.

Dozens of locals watched as armed officers stood guard outside the young woman’s door, while other policemen wore balaclavas as they carried away boxes of evidence from inside.

Scroll down for video

An 18-year-old Moroccan woman was arrested in Spain for allegedly recruiting women to join ISIS in Syria

Detained: The woman was paraded down a street wearing a burqa, with just her cuffed hands on show

Detained: The woman was paraded down a street wearing a burqa, with just her cuffed hands on show

Dozens of locals in Gandia, near Valencia, watched as the woman was led away by counter-terror officers

Dozens of locals in Gandia, near Valencia, watched as the woman was led away by counter-terror officers

Police arrested her on suspicion of using the internet to recruit other women to join ISIS.

At the time of her arrest, the woman ‘was making the last preparations for her journey’ to Syria, a police statement said.

She was the latest in a series of suspected ISIS sympathisers detained in Spain in the last year, with another woman arrested on the island of Lanzarote for allegedly recruiting women and girls in July.

Read more: http://www.dailymail.co.uk/news/article-3223565/Teenager-paraded-street-burqa-handcuffs-Spanish-police-arrested-recruiting-women-fight-ISIS-Syria.html#ixzz3kvVxrdsv
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‘A tática do Estado Islâmico para me recrutar – e como eu resisti’

Como o grupo extremista muçulmano autodenominado “Estado Islâmico” radicaliza jovens muçulmanos pela internet?

 A experiência de um adolescente britânico, que alega ter rechaçado as investidas do “EI”, revela táticas similares às de grupos que tentam disseminar a anorexia e a autoflagelação.

Sajid abriu uma conta falsa no Twitter cerca de um mês após seu irmão Arshad desaparecer. Arshad nunca tinha exibido sinais de radicalização ou mesmo interesse específico na guerra civil da Síria. Mas as evidências estavam lá: a cama do irmão estava vazia e seu passaporte tinha desaparecido.

E seu histórico de buscas na internet mostrava uma grande quantidade de conteúdo relacionado ao grupo radical.

Mais tarde, Sajid foi contactado por seu irmão – que, a essa altura, já estava na Síria e contou que, assim como centenas de outros jovens britânicos, tinha decidido se juntar à guerrilha do “EI”.

Leia mais: Famílias britânicas são obrigadas a usar rastreador para evitar que se unam ao ‘EI’

Mas Sajid queria saber mais. Usando um nome falso árabe, que pegou de um programa de TV, ele começou a fazer buscas no Twitter usando os termos Isis (a sigla utilizada em inglês pelo “EI”) e Síria, além de seguir contas associadas ao grupo.

Revanche

Imediatamente, ele começou a ser seguido por um “fã” dos extremistas. Trocaram algumas mensagens antes de Sajid sair da rede social para cuidar de sua lição de casa da escola.

GettyImage copyrightGetty
Image captionRecrutamento de militantes é carregado de retórica religiosa

Duas horas mais tarde, quando voltou ao Twitter, Sajid já acumulava 5 mil seguidores. Depois de mais alguns bate-papos, ele começou a ter contato mais regular com seis usuários.

Alguns estavam na Síria e outros se diziam adeptos do “EI” no Ocidente. Apesar de Sajid dizer que condenava as ações do irmão, seus interlocutores se mostravam extremamente compreensivos.

Leia mais: O país europeu onde nasceu o jihadismo moderno

“Nenhum deles me pediu para ir para a Síria ou mesmo apoiar o ‘EI’. Foi algo chocante, pois esperava que me pressionassem. Eu ainda não sei por que não me pediram apoio”, contou Sajid à BBC, em uma conversa pela internet.

A experiência do jovem contrasta com o que se supunha sobre as atividades de recrutamento do ‘EI’: a de que seus agentes estariam online à espreita para assediar jovens inocentes, ao estilo de pedófilos ou fraudadores.

O cenário descrito por Sajid tem menos a ver manipulações sinistras e mais com comunidades que celebram a anorexia, a autoflagelação ou as teorias da conspiração.

Esses grupos agem atraindo pessoas com interesses comuns e que estimulam umas às outras a compartilhar fotos e vídeos de suas obsessões. Agindo assim, os comportamentos que os integrantes celebram acabam normalizados pela ação do grupo.

TwitterImage copyrightTwitter
Image captionO uso de mídias sociais é uma das principais armas do grupo

Ainda assim, Sajid foi alvo de um fluxo constante de propaganda por meio de redes abertas e mensagens privadas. Grande parte das informações era relacionada à perseguição de muçulmanos sunitas pela forças de segurança no Iraque (país de maioria xiita) e à vingança dos militantes do “EI”.

Para Sajid, pareceu que o argumento-chave dos contatos era a ideia de retribuição contra atrocidades cometidas contra sunitas.

Contato

“Depois de assistir a alguns vídeos e ler sobre crimes cometidos por xiitas, fiquei com raiva e até gostei de uma execução de um policial iraquiano”, conta.

Leia mais: EUA gastam US$ 9 milhões ao dia para combater ‘Estado Islâmico’

Foi um momento crucial para Sajid. Ele estava sendo atiçado pelo “EI”. E estava sendo recrutado como seu irmão.

“Fiquei chocado quando questionei minha consciência. Concluí que não apoiava as ações de modo algum. E parei de assistir aos vídeos. Cheguei a pensar se meu irmão não estava certo. Mas acho que se trata de uma decisão pessoal.”

BBC
Image captionMais de 700 britânicos teriam se juntado a causas jihadistas no Oriente Médio

O adolescente disse ter refletido sobre as consequências de um possível envolvimento com os radicais:

“Vi o impacto que a partida do meu irmão causou em nossa família. Meus irmãos menores se recusavam a comer e não conseguiam dormir. Não creio que meu irmão tinha ideia de como suas ações estúpidas iriam afetar nossa família.”

Entre os contatos de Sajid estavam dois militantes do “EI” na Síria, que frequentemente lhe passavam informações usando o aplicativo de chat Kik. Ele progressivamente se transformou em uma espécie de fonte de consulta para assuntos ligados às atividades dos extremistas. Percebeu que poderia manter uma fachada para, na verdade, operar desestimulando outros possíveis recrutas.

“Tive que fingir apoiar o grupo e, ao mesmo tempo, dizer às pessoas para que não o seguissem. Houve um dia em que uma menina somali morando em Londres me acusou de ser um espião quando falei para ela que não se juntasse ao ‘EI’. Achei que ela fosse me denunciar. Mas depois ela me contou que tinha desistido.”

Pelo menos 700 pessoas vivendo no Reino Unido se uniram a causas jihadistas no Iraque e na Síria, segundo autoridades de segurança britânicas.

Uma delas é o irmão de Sajid – uma das pessoas que ele não conseguiu convencer a deixar a causa jihadista. Ele diz ter tentado convencê-lo, mas desistiu depois de ser ignorado pelo irmão e por temer perder o contato com ele.

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/08/150824_ei_tatica_radical_fd

Now ISIS show off their SHOPPING MALLS filled with Western products including Head&Shoulders and Kinder Eggs in latest propaganda stunt to entice new recruits Read more: http://www.dailymail.co.uk/news/article-3166788/David-Cameron-warns-threat-ISIS-glamour-propaganda-ISIS-shopping-mall-Eid-celebrations-Iraq.html#ixzz3gLMYqzsT Follow us: @MailOnline on Twitter | DailyMail on Facebook

  • ISIS appears keen to showcase the range of products on offer in Iraq 
  • David Cameron is set to make a speech warning about ISIS dangers
  • The shopping mall appears to be located in the ISIS held city of Mosul 

With the start of Eid celebrations, the depraved jihadi militants of ISIS have released a new set of propaganda photos to show off their seemingly well stocked shopping malls in Iraq.

The impressive mall appears to be in the Iraqi city of Mosul, situated in the province of Nineveh.

Filled with western products like Head & Shoulders shampoo and Mars bars, the mall photos appear to be the group’s latest propaganda stunt in an attempt to draw in new recruits.

However, the reality remains that few jihadis would be able to do their daily shop at the mall with ISIS paying only a measly basic monthly wage for food and supplies.

An array of European chocolate allegedly appears on sale, with fighters regularly posting their favourite treats on social media 

Cristãos iraquianos engrossam milícias para derrotar Estado Islâmico

Unidade ‘Livro da Babilônia’ promove treinamentos de duas semanas.
Ex-moradores de Mossul são maioria na nona turma do programa.

Com cruzes de madeira no pescoço e outros símbolos religiosos tatuados nos braços, vários cristãos iraquianos estão fazendo treinamento nas milícias populares para tentar recuperar seu território das mãos do grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

Há um ano, o EI lançou uma esmagadora ofensiva no norte do Iraque, com a qual conseguiu controlar Mossul, a segunda cidade mais importante do país, assim como várias localidades próximas, na província de Nívive. Nessa região, há uma significativa minoria cristã.

 Na época da invasão, os moradores tiveram a opção de se converter ao Islã, ou pagar uma taxa para poderem praticar sua fé, sob a ameaça de serem executados.

Milhares deles fugiram, mas alguns decidiram se defender e, agora, estão recebendo treinamento para lutar em uma base militar perto de Bagdá. Lá, um grupo de combatentes xiitas ensina os interessados a usar um kalashnikov e quais são as manobras básicas de combate.

Os cristão conservam suas tradições mesmo nesse cenário e, quando marcham de uniforme de combate no deserto, entoam o “Ya Mariam”, o hino em árabe para adorar a Virgem Maria.

“Nossas crianças estão morrendo, nossa família cristã está sendo deslocada. Como podemos aceitar que as pessoas digam que os cristãos não estão lutando? Ao contrário, queremos lutar onde for”, afirma o cristão caldeu Frank Samir, de 17 anos, que se alistou como voluntário.

Samir é originário de Bagdá, mas a maioria dos cristãos da unidade “O livro da Babilônia” é de Mossul.

O ataque do EI foi o último de uma série de duros golpes aos cristãos iraquianos, muito perseguidos desde a queda do regime de Saddam Hussein em 2003.

Duas semanas de treinamento
“Não hesitei em me oferecer como voluntário com meus irmãos para combater o EI”, conta Fares Isa, de 38.

“Vou continuar a combatê-los até a libertação de Mossul e até sua expulsão final de todos os territórios iraquianos”, acrescenta ele.

Voluntários cristãos participam de sessão de treinamento em uma base no aeroporto de Bagdá, no Iraque, na quarta-feira (1) (Foto: AFP Photo/Ahmad Al-Rubaye)Voluntários cristãos participam de sessão de treinamento em uma base no aeroporto de Bagdá, no Iraque, na quarta-feira (1) (Foto: AFP Photo/Ahmad Al-Rubaye)

Antes do conflito, Fares Isa era vendedor de automóveis em Mossul.

No campo de treinamento, há símbolos cristãos e muçulmanos, incluindo uma grande cruz pendurada na parede, cartazes que dizem “Deus é grande” e “Só Deus existe”.

O treinamento dura duas semanas e está em sua nona turma. Esse período é muito curto, porém, para transformar novos recrutas em experientes combatentes capazes de enfrentar a ameaça jihadista.

“O principal objetivo é formar um contingente para libertar Mossul”, explica o secretário-geral da unidade “Livro da Babilônia”, Rayan al-Kaldani.

Kaldani fez parte das operações para libertar Tikrit e também lutou em Baiji, na província de Saladino, ao norte de Bagdá.

Os cristãos lutarão sob o comando de Abu Mahdi al-Mohandis, um dos chefes das Unidades de Mobilização Popular, que reúnem vários grupos armados. Neles, estão principalmente efetivos xiitas.

Agora, é com essas milícias xiitas apoiadas pelo Irã que o governo de Bagdá conta. No ano passado, as Forças Armadas iraquianas sofreram fragorosas derrotas frente ao EI.

Segundo outro comandante da unidade, que pediu para não ser identificado, “há centenas de cristãos combatendo em várias áreas de Saladino”.

Um homem que se identificou como Haji Ali, líder de uma das unidades que supervisionam o treinamento, explicou que os eixos do “curso” são o combate em espaços fechados, a guerra de guerrilhas e os confrontos dentro das cidades.

“Estamos com a atenção voltada para Mossul e para as áreas ocupadas pelo EI”, disse Ali.

Para os voluntários, Mossul é a meta, mas a luta não restringe a essa cidade.

“Mossul é nosso principal objetivo”, afirmou Raymun Salwan, 16 anos, que foi deslocado da cidade, garantindo que continuará lutando “em qualquer lugar do Iraque”.

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/07/cristaos-iraquianos-engrossam-milicias-para-derrotar-estado-islamico.html

Mais de 50 crianças soldados do EI foram mortas na Síria desde janeiro

Grupo jihadista Estado Islâmico tem programa de recrutamento.
Segundo ONG, mais de 1,1 mil pessoas foram inscritas nos combates.

Mais de 50 crianças recrutadas como combatentes pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI) na Síria foram mortas no conflito desde o início do ano, relatou nesta quarta-feira (15) o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

A ONG documentou a morte de 52 crianças soldados, mortas com menos de 16 anos e recrutadas como parte de um programa do EI chamado “os leõezinhos do califado”.

No verão de 2014, o grupo ultrarradical proclamou um “califado” nos territórios que controla na Síria e no vizinho Iraque.

O programa oferece uma formação militar e religiosa intensiva para crianças em áreas controladas pelo EI, de acordo com o Observatório, que tem uma vasta rede de fontes em toda a Síria.

Desde janeiro, o EI inscreveu mais de 1.100 crianças, e pelo menos 31 meninos foram mortos em julho, em explosões, combates ou ataques aéreos do regime ou da coalizão liderada pelos Estados Unidos, de acordo com o OSDH.

O EI geralmente utiliza as crianças para controlar uma barreira ou coletar informações em áreas fora de seu controle, mas o grupo confia cada vez mais a elas a tarefa de executar prisioneiros ou realizar ataques suicidas.

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/07/mais-de-50-criancas-soldados-do-ei-foram-mortas-na-siria-desde-janeiro.html

Estado Islâmico usa mensagens criptografadas para recrutar nos EUA

FBI lidera campanha contra sistemas invioláveis defendidos por empresas.
Comunicações não podem ser interceptadas mesmo com mandado judicial.

O grupo Estado Islâmico (EI) utiliza mensagens criptografadas na Internet para recrutar jihadistas nos Estados Unidos, revelou nesta segunda-feira (6) o diretor do FBI, James Comey, ao defender um debate público sobre a inviolabilidade de dados.

Membros do EI usam “cada vez mais aplicações de mensagens criptografadas” para recrutar “dezenas de americanos” para que cometam crimes, afirmou o diretor do FBI no site Lawfareblog.com, especializado em segurança nacional.

O FBI lidera uma campanha nos Estados Unidos contra os sistemas de mensagens criptografadas invioláveis, que gigantes da Internet como Google, Apple e Yahoo começam a oferecer a seus usuários.

Estas comunicações “não podem ser interceptadas” mesmo que haja um mandado judicial, destacou Comey.

“Não há qualquer dúvida de que pessoas mal-intencionadas podem se comunicar impunemente em um mundo criptografado forte e universal”.

O FBI pede que todo sistema criptografado tenha uma “porta escondida” para que a polícia possa ter acesso aos dados em caso de investigação judicial, mas as empresas de alta tecnologia rejeitam categoricamente tal proposta.

“Não sabemos como criar esta ‘porta escondida’ acessível apenas às pessoas de bem”, explicou recentemente o chefe do Google, Eric Schmidt.

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/07/estado-islamico-usa-mensagens-criptografadas-para-recrutar-nos-eua.html

Al-Shabab faz recrutamento de novos militantes nas cidades quenianas

Militantes islâmicos do al-Shabab da Somália estão recrutando fortemente no nordeste do Quênia, de acordo com provas reunidas pela BBC.

O recrutamento marca uma nova tática para o Al-Shabab, despertando receio nos serviços de inteligência do Quênia e deputados.
Em uma cidade, a BBC tomou conhecimento de terem sido aprendidos 26 jovens cujo desaparecimento foi relatado à polícia, porque eles eram suspeitos de terem se juntado aos militantes.
O Al-Shabab atacou uma universidade do Quênia, há duas semanas, matando 148 pessoas.
O ataque em Garissa foi o mais mortal em solo queniano. Um dos pistoleiros era nacional do Quênio.
O recrutamento do combatentes do Al-Shabab no próprio território do Quênia marca uma mudança de tática para o afiliado da Al-Qaeda na África Oriental.

Combatentes da Al-Shabab na Somália

Militantes da Al-Shabab têm lutado contra as forças da União Africana na Somália.
As autoridades quenianas esperam conseguir a ajuda da comunidade muçulmana para combater a radicalização
A BBC teve conhecimento de casos pontuais de sumiço de jovens na cidade do nordeste de Isiolo, que mais tarde admitiram em telefonemas para seus pais, que haviam se juntado ao grupo islâmico.
Apenas metade desses casos foram denunciados à polícia por medo de represálias. Há preocupações semelhantes em outras partes do país.
As famílias dos dois jovens que entrevistei que haviam ingressado no al-Shabab estavam longe de desistências nos estudos. Em vez disso, os pais falaram que seus filhos estavam entre os mais brilhantes da sua classe, grandes empreendedores. com ambições profissionais.
Um deles, um jovem de 17 anos chamado Abdulahi, ficou fascinado com os ensinamentos de Abdi Rogo, o clérigo islâmico que foi morto em um tiroteio em Mombasa há quase dois anos.
Ele estava em uma lista de procurados internacionalmente por seu envolvimento como novo recruta do al-Shabab.
O assassinato de Rogo, que alguns muçulmanos culpam ter sido ocasionado pelas forças de segurança do Quênia, jogou o país no caos com os jovens muçulmanos tomando as ruas para protestar.
Um sentimento de marginalização, frustração e reivindicações de execuções extrajudiciais estão entre as razões dadas para o al-Shabab estar encontrando atração em partes da comunidade muçulmana.
O problema persistente de desemprego dos jovens é também um fator.

http://www.bbc.com/news/world-africa-32329518

Reino Unido prende 4 pessoas após tentativa de viajar para a Síria

Detidos são suspeitos de ter vínculos com organizações terroristas.
Eles são da mesma família.

Quatro pessoas foram presas nesta quarta-feira (15) no aeroporto de Manchester, no norte daInglaterra, por vínculos com organizações terroristas, informaram as autoridades que investigam casos de britânicos que tentaram viajar à Síria.

Os quatro, com idades entre 22 e 47 anos, são da cidade de Rochdale, também no norte do país, e não tiveram suas identidades divulgadas pelas autoridades.

As prisões ocorreram durante investigações após nove britânicos serem presos na Turquiaquando tentavam entrar na Síria, supostamente para lutar ao lado do grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

Estas prisões ocorreram em 1º de abril, e os britânicos, duas mulheres, três homens e quatro menores de idade, um deles bebê, foram expulsos do país e enviados de volta ao Reino Unido.

Um deles seria Waheed Ahmed, de 21 anos, filho de um vereador trabalhista. Ele foi detido no aeroporto de Birmingham após retornar da Turquia.

Todos estão sendo interrogados em uma delegacia de Rochdale, segundo as autoridades, que trabalham em parceria com a prefeitura da cidade e com os líderes religiosos da região.

As forças de segurança britânicas expressaram preocupação por causa dos casos de jovens que viajam à Turquia para depois chegar à Síria e se unir ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

Em fevereiro, três adolescentes britânicos de um bairro do leste de Londres viajaram para Istambul e depois atravessaram a fronteira síria para lutar pelo EI.

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/04/reino-unido-prende-4-pessoas-apos-tentativa-de-viajar-para-siria.html