Depois de nove anos de prisão, a mulher católica acusada injustamente de ter insultado o profeta Maomé, foi libertada. O governo tinha estipulado um acordo com os radicais islâmicos para reabrir o caso. Agora espera-se os desdobramentos do caso
Cidade do Vaticano
Asia Bibi, a mulher católica de 47 anos, mãe de 5 filhos, foi condenada à morte em 2010 por uma falsa acusação de blasfêmia e no dia 31 de outubro passado, foi absolvida pelo Supremo Tribunal do Paquistão depois de 9 anos de prisão. Agora foi libertada e transferida, por motivos de segurança, para uma localidade secreta. As informações são de seu advogado Saif ul-Mulook.
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Ameaças de morte
“Ela foi libertada – disse o advogado – e soube que a levaram para um avião, mas ninguém sabe a destinação”. A ordem de libertação chegou na quarta-feira (07/11) ao Cárcere de Multan, no Punjab, onde Bibi estava presa. Seu advogado, que recebeu numerosas ameaças, fez as declarações fora do Paquistão, pois afirmou que estava em perigo.
Pedido de asilo
O marido de Asia Bibi, Ashiq Masih, pediu asilo para sua família nos Estados Unidos, na Grã-Bretanha, Canadá ou Itália, afirma que seria muito perigoso permanecer no Paquistão.
O Ministro do exterior de Islamabad, Muhammad Faisal, afirmou à Agência France Press, que a mulher ainda está no Paquistão. “Ela continua no Paquistão”, afirmou o porta-voz Muhammad Faisal, contrariando as informações da imprensa local de que ela havia deixado o país.
Asia Bibi, camponesa, tinha sido presa em junho de 2009 depois de uma discussão com mulheres muçulmanas, na qual ela foi acusada de blasfêmia. Da discussão nasceu a falsa acusação de blasfêmia a Maomé.
Governo considera que atual situação em algumas regiões do Afeganistão não representa riscos à segurança. País foi palco de série de ataques na última semana, inclusive a um consulado alemão.
Mais de 12.500 afegãos que tiveram pedido de asilo negado pela Alemanha deverão ser deportados para o Afeganistão, revela reportagem publicada nesta quinta-feira (17/11) por um jornal alemão. O governo justifica a medida por considerar que grande parte do país não representa mais riscos para a segurança.
No total, 12.539 afegãos deverão voltar para sua terra natal, segundo o diário Neue Osnabrücker Zeitung. O número representa 5% dos quase 247 mil cidadãos de origem afegã que vivem atualmente na Alemanha.
Como justificativa, o Ministério do Interior alemão alegou que a segurança está garantida nos grandes centros do Afeganistão. “Levando em consideração o país como um todo, não pôde ser detectada nenhuma deterioração da situação de segurança”, informou o órgão, citado pelo diário.
O Ministério do Interior também acrescentou que a Bamf, agência de migração e refugiados, avalia cada pedido de asilo individualmente e quais são os riscos oferecidos aos requerentes. Ainda segundo a reportagem, 27 afegãos com asilo negado foram repatriados em 2016, em contraste com nove no ano anterior.
A deputada Ulla Jelpke , do partido A Esquerda, pediu ao governo que pare de enviar refugiados de volta para o “país colapsado por uma guerra civil”. Segundo ela, tais deportações representam “um alto risco de vida e são completamente irresponsáveis”.
Nos últimos dias, uma série de ataques ilustrou a situação em que se encontra o Afeganistão: há exatamente uma semana, militantes do Talibã atacaram o consulado alemão em Masar-i-Scharif, deixando seis mortos e quase 130 feridos; no sábado, um ataque reivindicado por radicais islâmicos na base militar dos Estados Unidos em Bragram matou quatro americanos; e por último, na quarta-feira, um atentado suicida na capital Cabul deixou seis vítimas.
Poucas horas antes da virada do ano, a polícia de Munique, na Alemanha, pediu para cidadãos evitarem estações de trem e grandes aglomerações. Segundo as autoridades, há risco iminente de ataques terroristas na cidade.
Pelo Twitter, a polícia informou que dias estações de trem da cidade foram evacuadas. Pelo Facebook, o governo informou que tem “sérios indícios” de que o ataque teria sido planejado para a virada do ano, sem dar mais detalhes.
O jornal local TZ reportou que a polícia acredita que vários grupos planejam ataques em diferentes áreas da cidade.
“Temos informações concretas que não podemos varrer para baixo do tapete”, teria dito um porta-voz da polícia ao jornal Bild.
A mídia local informa ainda que a informação sobre os ataques teria vindo de autoridades francesas. O jornal TZ trouxe citou um porta-voz das autoridades, que disse que a situação é “comparável à de Hannover” em novembro, quando uma partida de futebol entre Alemanha e Holanda foi cancelada depois de a polícia local anunciar “ameaças concretas à segurança”.
“Queremos diminuir o risco ao máximo”, disse.
Outras cidades da Europa reforçaram a segurança para as celebrações de Ano Novo diante da ameaça de ataques terroristas.Em Bruxelas, capital da Bélgica, festas e shows de fogos foram cancelados em razão de um alerta de segurança.
Medidas adicionais também serão tomadas em cidades como Paris, Londres, Berlim e Moscou.
Na Turquia, autoridades informaram ter desbaratado um plano de ataque durante celebrações em Ancara, capital do país.
Image copyrightReutersImage captionParis cancelou show de fogos e elevou a presença policial na região do Arco do Triunfo
No começo desta semana, a polícia da Áustria afirmou que um “serviço de segurança amigo” sugeriu que grandes capitais europeias estariam sob risco de ataque durante os feriados de fim de ano.
Alerta em Bruxelas
O primeiro-ministro da Bélgica, Charles Michel, disse que o cancelamento das festividades ocorreu diante de “informações que recebemos”.
Em 2014, 100 mil turistas estiveram na capital belga para celebrar a passagem de ano.
“Não podemos revistar a todos nessas circunstâncias”, disse o prefeito de Bruzelas, Yvan Mayeur.
Nesta semana, a polícia prendeu dois suspeitos de planejar atentados durante a temporada de festas. Na ocasião, houve apreensão de material de propaganda do grupo extremista autodenominado Estado Islâmico, trajes militares e computadores.
A Bélgica está em alerta de segurança desde os ataques em Paris em 13 de novembro. Suspeita-se que vários dos participantes dos atentados tenham mantido base no país.
“Plano” em Ancara
Na quarta-feira, a polícia turca deteve dois supostos membros do EI sob acusação de planejamento de um ataque em Ancara.
Os homens entraram na Turquia pela Síria e organizavam dois atentados em áreas com multidões, informou a agência estatal de notícias Anadolu. Coletes suicidas e explosivos foram encontrados durante operações policiais.
Image copyrightepaImage captionPolícia turca em ação após ataques que deixaram cem mortos em outubro em Ancara
Um duplo atentado suicida em outubro deixou mais de cem mortos em Ancara. A Turquia acusou o EI, mas nenhuma organização reivindicou a autoria do ataque.
A segurança também será reforçada em Istambul. Segundo relatos da imprensa local, a polícia usará agentes disfarçados até com trajes de Natal em ações de patrulhamento.
Festa ‘sem alarde’
Em Paris, um show de fogos foi cancelado, mas a tradicional reunião na avenida Champs-Élysées ocorrerá em meio a um reforço na segurança.
As projeções no Arco do Triunfo serão mais curtas do que o normal e quatro telas gigantes serão instaladas na região para evitar grandes aglomerações.
Image copyrightEPAImage captionA França reforçou a segurança na região de Champs-Élysées
“Decidimos comemorar o Ano Novo de uma maneira reflexiva e sem alarde”, disse a prefeita da capital francesa, Anne Hidalgo.
Os ataques de novembro na cidade deixaram 130 mortos e pelo menos um dos suspeitos ainda permanece foragido.
As Forças Armadas dos EUA afirmaram que líderes do EI no Iraque e na Síria ligados aos ataques em Paris e que planejavam mais ataques em cidades do Ocidente morreram em bombardeios no mês passado.
Praça fechada
Ações de precaução também estão sendo tomadas em cidades sem nenhum alerta específico sobre possíveis ataques.
Em Moscou, por exemplo, autoridades irão fechar completamente a praça Vermelha, onde multidões costumam se reunir para a contagem regressiva de Ano Novo.
Image copyrightEPAImage captionPonto turístico tradicional de Moscou, a praça Vermelha ficará fechada neste Réveillon
Mochilas e fogos de artifício serão proibidos e haverá revista de bolsas na região do portão de Brandemburgo, em Berlim, fechada desde o Natal. Cerca de um milhão de pessoas são esperadas para a celebração na cidade.
O ministro do Interior alemão, Frank Henkel, recomendou que as pessoas não tenham medo de celebrar. “Precaução é um bom conselho, medo, não”, afirmou à rede RBB.
Mais policiais
A polícia metropolitana de Londres irá colocar 3.000 agentes na cidade no Ano Novo, incluindo um contingente extra de oficiais armados.
Mais de 100 mil pessoas são esperadas para o show de fogos no rio Tâmisa, evento que passou a cobrar ingressos desde 2014 para tentar controlar o fluxo de pessoas.
Image copyrightReutersImage captionMochilas e malas estão vetadas nas festas públicas de Berlim
“Nossos planos são puramente por precaução, e não resultado de qualquer informação específica de inteligência”, afirmou um porta-voz da corporação.