Tunísia não confirma as mortes de Sofian Chourabi e Nadhir Ktari.
Governo líbio diz que militante preso admitiu ter participado de crime.
Militantes do Estado Islâmico na Líbia mataram dois jornalistas tunisianos sequestrados no ano passado, disseram autoridades líbias nesta quarta-feira (29), após a descoberta nesta semana de que cinco jornalistas de televisão foram assassinados.
O governo da Tunísia vai enviar imediatamente uma delegação à Líbia para discutir o caso, disse uma autoridade em Túnis, recusando-se a confirmar a morte de Sofian Chourabi e Nadhir Ktari, sequestrados cerca de oito meses atrás.
Um porta-voz do governo oficial da Líbia, sediado no leste do país, disse que um militante preso admitiu que seu grupo tinha matado os dois repórteres.
O porta-voz disse que foi o mesmo grupo de militantes do Estado Islâmico que matou cinco jornalistas – um egípcio e quatro líbios – que trabalhavam para o canal líbio Barqa TV. Seus corpos com gargantas cortadas foram encontrados no leste da Líbia na segunda-feira.
O governo rival autodeclarado em Trípoli também afirmou em nota que os dois tunisianos foram mortos, citando suas investigações com os suspeitos.
Os jornalistas que trabalhavam para a Barqa TV estavam desaparecidos desde agosto, quando viajaram da cidade oriental de Tobruk para Benghazi depois de cobrirem a inauguração do Parlamento eleito. Eles passaram por Derna, um reduto da militância islâmica.
Militantes leais ao Estado Islâmico têm explorado um vácuo de segurança na Líbia, onde dois governos e parlamentos aliados a vários grupos armados lutam entre si em várias frentes quatro anos após a derrubada do ditador Muammar Gaddafi.
O Estado Islâmico, que capturou grandes partes da Síria e do Iraque, assumiu a responsabilidade na Líbia pela morte de 30 etíopes e 21 cristãos egípcios, bem como um ataque contra um hotel em Trípoli, embaixadas e campos petrolíferos.