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Após dissidência do Talibã, Estado Islâmico também reivindica ataque no Paquistão

Mais cedo, grupo Jamaat-ul-Ahrar se responsabilizou por atentado que matou 70

RIO — O Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria do ataque suicida que matou pelo menos 70 pessoas e feriu outras 120 em um hospital de Quetta, no Paquistão. Mais cedo, no entanto, o grupo Jamaat-ul-Ahrar, uma dissidência do Talibã paquistanês, também assumiu a responsabilidade pela explosão. As vítimas incluem jornalistas e advogados.

Mais de cem pessoas, a maioria advogados e jornalistas, se reuniam na emergência do hospital para acompanhar o corpo de um advogado proeminente que havia sido assassinado na cidade mais cedo nesta segunda-feira. Bilal Anwar Kasi foi morto quando caminhava até o tribunal, e a polícia desconfia que o atentado tenha sido planejado para atingir pessoas próximas a ele.

“Um mártir do Estado Islâmico detonou seu cinto de explosivos em um encontro de funcionários do Ministério da Justiça e policiais paquistaneses na cidade de Quetta”, afirmou a agência de notícias dos jihadistas.

Poucas horas antes, no entanto, a dissidência do Talibã emitiu uma mensagem semelhante. Esta é a mesma organização que realizou um atentado durante a Páscoa, em março, matando 72 pessoas em Lahore.

— O Tehreek-e-Taliban Pakistan Jamaat-ur-Ahrar assume a responsabilidade por este ataque e promete continuar a realizar outros — disse o porta-voz Ehsanullah Ehsan.

Em entrevista ao GLOBO por telefone, o porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) Najum Abbasi expressou choque.

— O ataque ao hospital de Quetta é alarmante. Hospitais são lugares para salvar vidas. — disse Abbasi, de Islamabad. — Apelamos pelo respeito e proteção às instalações médicas e profissionais da saúde não só no Paquistão, mas globalmente.

Imagens de televisão mostraram cenas de caos, com pessoas em pânico fugindo em meio aos destroços à medida que a fumaça tomava conta dos corredores do hospital.

A capital do Baluquistão, província do Sudoeste paquistanês, vem sendo assolada pela violência, e vários advogados têm sido visados. A área é palco da campanha insurgente contra o governo, tensões sectárias, além de altos níveis de criminalidade.

O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, condenou os ataques.

— Ninguém poderá perturbar a paz da província — disse ele.

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Líder da al-Qaeda promete lealdade ao novo chefe do Talibã

Mensagem de Ayman al-Zawahri foi divulgada em um áudio on-line.

CAIRO – O líder da al-Qaeda, Ayman al-Zawahri, prometeu, em uma mensagem de áudio on-line, lealdade ao novo chefe do Talibã afegão, que foi nomeado no mês passado depois da morte de seu antecessor em um ataque com drones dos EUA.

O militante islâmico veterano assumiu a liderança da al-Qaeda depois que os EUA mataram Osama bin Laden no Paquistão, em 2011. Acredita-se que ele esteja escondido na região da fronteira entre Paquistão e Afeganistão desde a década de 1990.

– Como líder da organização al-Qaeda para a jihad, prometo mais uma vez estender minha fidelidade à abordagem de Osama, para convidar a nação muçulmana a apoiar o Emirado Islâmico – disse Al Zawahri em uma gravação de 14 minutos.

Durante seus anos no poder, de 1996 a 2001, o Talibã estabeleceu o Emirado Islâmico do Afeganistão e, desde então, vem lutando contra a insurgência para recuperar o controle do país. A autenticidade da gravação ainda não pôde ser verificada.

O jurista islâmico Haibatullah Akhundzada, um dos representantes do ex-líder Mulá Akhtar Mansour, foi nomeado poucos dias depois que Mansour foi morto por um ataque de drones norte-americanos em uma área remota da fronteira, dentro do Paquistão.

Desde que Al Zawahri, um médico egípcio que virou militante, sucedeu Bin Laden, a al-Qaeda perdeu terreno para o Estado islâmico na liderança do movimento jihadista global.

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Obama: Talibãs continuarão no caminho da violência com novo líder

Presidente dos EUA diz duvidar que grupo opte por diálogo com governo afegão

SHIMA, Japão — O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta quinta-feira duvidar que os talibãs optem pelo diálogo com o governo afegão após a morte do líder da organização, o mulá Akhtar Mansour, por um drone americano no último sábado. Em uma entrevista coletiva à margem da cúpula do G7 no Japão, o mandatário falou ainda sobre as preopcupaçoes da comunidade internacional em relação ao republicano Donald Trump e o perigo de armas nucleares.

— Não esperava que eles nomeassem um democrata — brincou Obama, ao comentar a eleição do mulá Hebatulá Ajundzada, que substituirá Mansour.— Acreditamos que os Talibãs continuarão no caminho da violência. Minha esperança, embora não seja a minha expectativa, é que o Talibã perceba o que deve ser feito e inicie um diálogo com o governo. Duvido que isso aconteça.

Sobre as primárias nos EUA, Obama sugeriu que os líderes mundiais que estão preocupados com Trump — provável candidato republicano à Casa Branca — têm boas razões para se sentirem assim. Ele criticou a “ignorância” do magnata sobre assuntos internacionais.

— Muitas das propostas que apresentou demonstra uma ignorância de assuntos internacionais ou uma atitude de desdém — declarou o presidente na cidade japonesa de Ise-Shima, onde será realizada a cúpula do G7.

Obama, que tem programada uma viagem a Hiroshima, disse ainda que sua intenção é destacar o “risco real” de armas nucleares. A cidade japonesa foi devastada por uma bomba atômica americana, em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial.

— Quero enfatizar mais uma vez os riscos muito reais que existem e o sentido de urgência que todos nós devemos ter — acrescentou o presidente.

Depois de se reunir com outros chefes de Estado e de governo, Obama ressaltou que a Coreia do Norte é motivo de “grande preocupação” pelo desenvolvimento de um programa nuclear militar.

— A Coreia do Norte é uma grande preocupação para todos nós. Quando há um regime tão instável e isolado, representa uma ameaça a médio prazo que temos que estar muito atentos.

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Vídeo mostra execução pública de mulher no Afeganistão

Imagens da morte circulam nas redes sociais; ela foi acusada e condenada por matar o marido por uma corte irregular talibã

RIO – Um vídeo que mostra a execução pública de uma mulher, acusada e condenada por matar o marido por uma corte irregular talibã, no Afeganistão está circulando nas redes sociais, informou a rede britânica BBC. Segundo autoridades afegãs, as imagens foram captadas na província de Jowzjan entre um e dois meses atrás.

No vídeo, uma multidão ouve o veredicto contra a mulher, sentada no chão vestindo uma burca, e logo depois ela é executada com um tiro na nuca. Mortes similares já foram alvo de condenação pela comunidade internacional no passado.

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Mais de 50 militantes do taleban são mortos em confronto no Afeganistão

Mais de 50 militantes do taleban foram mortos em ofensiva na província de Kunduz, ao norte do Afeganistão. O confronto iniciou após ataque do grupo terrorista contra forças de segurança afegãs na manhã desta sexta-feira, de acordo com o porta-voz do exército, Ghulam Azrat Karimi.

O número de mortos e feridos varia de acordo com as fontes. Um porta-voz do governo da província disse que mais de 60 militantes foram feridos e que o embate ainda persistia.

O chefe da polícia de Kunduz, Mohammad Qasim Jangalbagh, relatou 40 mortos e 8 feridos do lado inimigo. Segundo ele, 4 membros da força de segurança foram mortos e 6 foram feridos.

Em pronunciamento, o Serviço de Inteligência Nacional anunciou a captura de alto oficial do grupo terrorista na terça-feira. De acordo com Qari Youssef, um dos homens por trás da província de Ghazni, foi capturado com roupa feminina na tentativa de não ser reconhecido.

http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/mundo/2016/04/15/interna_mundo,639126/mais-de-50-militantes-do-taleban-sao-mortos-em-confronto-no-afeganista.shtml

Cristãos são alvo de ataque no Paquistão

Mais de 60 pessoas foram mortas e 150 feridas em parque paquistanês neste domingo de Páscoa

Um ataque de um homem-bomba suicida neste domingo matou ao menos 65 pessoas, a maioria mulheres e crianças, do lado de fora de um parque público na cidade de Lahore, no Paquistão, capital de Punjab.

A explosão aconteceu na área de estacionamento, a poucos metros de onde ficam balanços para crianças. Cerca de 150 pessoas foram feridas pela explosão. Várias crianças fugiram do local, outras foram atendidas em hospitais da região, mas estão separadas de seus pais.

Os cristãos do país foram, mais uma vez, alvo do ataque que foi assumido pela facção Talibã Jamaat-ul-Ahrar. “O alvo foram os cristãos”, disse um porta-voz da facção, Ehsanullah Ehsan. “Nós quisemos mandar essa mensagem para o primeiro-ministro Nawaz Sharif, de que nós entramos em Lahore. Ele pode fazer o que quiser, mas não será capaz de nos parar. Nossos homens-bomba vão continuar com esses ataques”.

Em meados de 2015, dois ataques suicidas foram realizados contra os cristãos, o que deixou 17 mortos e 70 feridos.

No final de 2014, uma escola foi atacada, deixando 144 mortos. Em setembro de 2013, uma facção talibã reivindicou um atentado similar à saída de uma igreja, depois de uma reunião de domingo, em Peshawar, nordeste do país. Com 82 mortos, aquele foi o maior ataque a cristãos já registrado na história do Paquistão.

O Paquistão é o 6º país na Classificação da Perseguição Religiosa e há mais de três anos ocupa um dos 10 primeiros lugares da lista.

Pedidos de oração

  • Ore pelos cristãos feridos no ataque no parque do Paquistão e peça a Deus consolo para as famílias do que morreram.
  • Clame ao Senhor pelas crianças presentes no local durante o ataque.
  • Ore pelos perseguidores do Talibã. Que eles conheçam a Jesus através do testemunho de cristãos paquistaneses, que se convertam e se arrependam dos seus maus caminhos.

https://www.portasabertas.org.br/noticias/2016/03/cristaos-sa-alvo-de-ataque-no-paquistao-pascoa

Autoridades afegãs dependem da produção de ópio

Competição com o Talibã se transforma em luta pelo controle do narcotráfico.

GARMSIR, Afeganistão – Os Estados Unidos gastaram mais de US$ 7 bilhões nos últimos 14 anos para combater a produção desenfreada de papoula que fez do ópio afegão a maior marca do mundo. Dezenas de milhares de dólares a mais foram gastos em programas de controle e contenção da corrupção e no treinamento de uma força policial confiável. Muito dinheiro e milhares de vidas foram perdidas para a principal motivação da guerra: colocar o governo afegão no comando de centros distritais e impor o Estado de direito.

Mas aqui, em uma das únicas áreas da província de Helmand que é pacífica e firmemente controlada pelo governo, as hastes verdes e os bulbos inchados do ópio cresciam firmes e fortes, no raio de visão de edifícios públicos, durante a última temporada da papoula – sinais de um narcoestado local administrado diretamente por autoridades do governo.

No distrito de Garmsir, o cultivo da papoula não é apenas tolerado, mas o governo local depende dele. As autoridades impuseram um imposto aos agricultores praticamente idêntico ao que o Talibã usa em territórios sob seu controle. Parte das receitas segue para os altos escalões e chegam até Cabul, garantindo que o controle local seja mantido com apoio de seus superiores e que o ópio continue sendo plantado. E Garmsir é apenas um exemplo do envolvimento oficial no tráfico.

Em várias visitas ao interior do país no ano passado, longas entrevistas com produtores de ópio, anciãos locais e autoridades afegãs e ocidentais mostraram que, mesmo que o governo apoiado pelo Ocidente seja bem-sucedido, o ópio parece ter chegado para ficar.

Mais do que nunca, autoridades do governo afegão estão diretamente envolvidas no seu comércio, expandindo a competição com o Talibã — que vai além da política e se transforma em uma luta pelo controle do tráfico de drogas e de suas receitas. Em nível local, a situação muitas vezes parece uma guerra entre quadrilhas de traficantes, mesmo agora que tropas americanas voltam para a batalha em nome do governo, particularmente em Helmand, no sul do Afeganistão.

— Existem fases de cumplicidade do governo, começando com o estabelecimento dos agricultores e, depois, com a cooperação com eles. A última fase é predatória, quando o governo essencialmente assume o negócio por completo — disse David Mansfield, pesquisador que conduziu mais de 15 anos de trabalho de campo sobre o ópio afegão.

PROCESSO ENRAIZADO

A administração do presidente Ashraf Ghani transformou o combate à corrupção em seu principal compromisso. Um porta-voz de seu governo, quando perguntado sobre o envolvimento oficial com o tráfico de ópio, inclusive em Garmsir, insistiu que há “tolerância zero” para tal comportamento.

— O presidente foi decisivo ao agir contra o envolvimento de autoridades do governo em atos ilegais, incluindo a tributação do ópio — disse o porta-voz Sayed Zafar Hashemi.

Mas, em Garmsir e em outros lugares no cinturão do ópio de Helmand, o sistema está bem estabelecido e é muito consistente. Ele depende de uma rede de líderes de aldeias e dos empregados de agricultores que coordenam o abastecimento de água, conhecidos como mirabs. Estes homens inspecionam as terras cultivadas e coletam dinheiro em nome das autoridades, tanto do governo local quanto de Cabul.

As conexões chegam até o governo nacional, reconhecem alguns funcionários em particular. Em certos casos, o dinheiro é passado para senadores ou membros da Assembleia com ligações regionais; em outros, funcionários do Diretório Independente de Governança Local, agência que supervisiona os governos provinciais e distritais, ficam com a renda, segundo autoridades. Alguns dos líderes mais importantes da polícia e da segurança regionais — incluindo aliados do exército e da inteligência americanos — estão intimamente ligados ao comércio de ópio.

No entanto, grande parte do dinheiro quase sempre fica no local, com as autoridades provinciais e distritais. No caso de Garmsir, o governador de distrito e o chefe de polícia ficam com a parte do leão, de acordo com funcionários e agricultores — e a polícia também participa dos lucros.

Os agricultores disseram que pagam cerca de US$80 por cada hectare de papoula cultivado. Em 2015, isso significou quase US$ 3 milhões somente no distrito de Garmsir. E a quantia que pode ser ganha só está aumentando. Especialistas dizem que imagens de satélite feitas na última temporada de plantio no sul de Helmand mostraram que o cultivo de ópio acontecia abertamente e às vistas das forças armadas e da polícia.

— Ao longo dos anos vi o governo central, o governo local e os estrangeiros todos falando muito a sério sobre a papoula. Na prática, ninguém faz nada e, nos bastidores, o governo faz acordos secretos para enriquecer — disse Hakim Angar, ex-chefe de polícia da província de Helmand.

ACORDOS LUCRATIVOS

A cumplicidade do governo no comércio de ópio não é nova. Os facilitadores do poder, que muitas vezes trabalham para o governo, há tempos operam nos bastidores, produzindo, refinando e contrabandeando ópio ou heroína através das fronteiras pouco controladas do Afeganistão. Este tipo de corrupção é visto em todo o país.

A tributação em nível distrital nos principais centros de cultivo do ópio, no entanto, é menos comum. A maioria dos que falam sobre o assunto o fazem em condição de anonimato com medo de represálias. Quem fala abertamente, costuma ter recursos suficientes para enfrentar o contra-ataque oficial.

O distrito de Nad Ali, próximo da capital provincial de Lashkar Gah parece menos organizado que Garmsir ou Marjah. Em abril, passando por fazendas em áreas controladas pelo governo, grande parte da plantação de papoula havia sido arada por causa da colheita precoce ou porque as plantas estavam tão doentes que os produtores não viram razão para mantê-las.

Os agricultores de Nad Ali disseram que a arrecadação dependia de uma série de fatores, incluindo a relação com o comandante da polícia local, a proximidade do centro distrital e a saúde das culturas. Em alguns casos, as equipes enviadas pelo governo para erradicá-las coletam o dinheiro. Em outros, isso ficou a cargo da polícia local ou nacional.

Os pagamentos variavam entre US$ 180 e US$ 200 para cada hectare, de acordo com seis agricultores.

— Todos os nossos pés de papoula foram afetados pela praga. Os pagamentos dependem do quanto é cultivado e da parcela que foi destruída pela doença — disse um agricultor de Loy Bagh, na área de Nad Ali.

O sistema em Garmsir, no entanto, parece mais controlado. Mais distante da capital provincial do que Marjah ou Nad Ali, o distrito goza de maior autonomia do que a maioria dos controlados pelo governo.

Entrevistas realizadas em março passado, antes que a praga aparecesse, mostraram um sistema de adaptação confortável. Os agricultores não estavam felizes em pagar ao governo, mas a maioria via o fato como inevitável.

— Sabemos que as autoridades vão exigir dinheiro — disse Juma Khan, agricultor de 35 anos de Garmsir, dando de ombros.

O sistema começou a enfrentar problemas em maio, quando dois membros do parlamento tomaram conhecimento do processo. Quando seu pedido de participação nos lucros foi negado, eles denunciaram o esquema.

Autoridades em Cabul rapidamente demitiram o governador do distrito, o chefe de polícia e o diretor da inteligência, acusados de dividir o lucro. Em uma pequena cerimônia, o vice-governador de Helmand devolveu maços de dinheiro aos agricultores em frente à sede do governo provincial e prometeu acabar com esta exploração.

As autoridades afirmaram que todo o dinheiro havia sido devolvido aos agricultores e que os responsáveis foram afastados do poder — mas nem tudo era verdade.

O governador do Garmsir – que, em uma entrevista, negou ter criado ou coletado estes impostos – foi discretamente transferido para Washir, um distrito vizinho. Voltou alguns meses depois e assumiu seu antigo posto. Funcionários do governo em Cabul disseram que ele havia sido inocentado de qualquer delito após uma investigação minuciosa.

Uma visita posterior revelou uma segunda inconsistência: os agricultores disseram ter recebido apenas metade do dinheiro de volta. Mesmo assim, foi uma boa quantia. Afinal de contas, tinham perdido quase metade de sua colheita por causa da praga.

http://oglobo.globo.com/mundo/autoridades-afegas-dependem-da-producao-de-opio-18801345

Talibã rejeita participar de conversas de paz no Afeganistão

Extremistas dizem que negociações não vão trazer resultados até que ocupação de tropas americanas acabe. Além disso, grupo quer ser retirado das listas negras internacionais de terrorismo e ter seus detidos liberados.

Os extremistas islâmicos do Talibã negaram neste sábado (05/03) a participação nas próximas negociações de paz mediadas pelo chamado Grupo de Coordenação Quadrilateral, que inclui representantes do Afeganistão, Paquistão, China e EUA e que tentava intermediar conversações em Islamabad no início deste mês.

No entanto, o Talibã afirmou que não sentará à mesa de negociações enquanto as forças americanas permanecerem no país em meio a crescentes operações do Exército do Afeganistão contra os extremistas.

“Nós rejeitamos todos os rumores e declaramos de forma inequívoca que o líder do [autoproclamado] Emirado Islâmico não autorizou ninguém a participar desta reunião”, diz uma nota do Talibã.

“Mais uma vez, nós reiteramos nossa posição de que as conversações não trarão nenhum resultado até que a ocupação de tropas internacionais acabe, até que os nomes do Talibã sejam retirados das listas negras internacionais e até que nossos detidos sejam liberados.”

Expulso do poder por uma intervenção militar liderada pelos EUA em 2001, o Talibã tem travado uma violenta insurgência para derrubar o governo afegão apoiado pelo Ocidente e reestabelecer um regime islâmico fundamentalista.

As conversações diretas entre o Talibã e o governo em Cabul estão suspensas desde o anúncio do mulá Mohammed Omar, líder de longa data do grupo extremista.

FC/rtr/ap/afp

http://www.dw.com/pt/talib%C3%A3-rejeita-participar-de-conversas-de-paz-no-afeganist%C3%A3o/a-19096539

Ataque mata ao menos 30 em universidade no Paquistão

Militantes dispararam em salas de aula e em alojamentos. Há relatos de que quatro homens armados vestiam coletes suicidas.

ISLAMABAD — Um ataque com bomba e tiros contra uma universidade no Noroeste do Paquistão terminou com pelo menos 30 mortos e dezenas de feridos nesta quarta-feira, informou o chefe de polícia regional. Fontes de segurança disseram que o número de mortos pode subir.

Há relatos conflitantes sobre a autoria do ataque à Universidade Bacha Khan, em Charsadda, na província de Khyber Pakhtunkhwa. Em um comunicado, o porta-voz oficial do Talibã paquistanês disse que o grupo islâmico não estava por trás da investida. A declaração veio horas depois de um alto comandante talibã afirmar que quatro de seus combatentes estavam envolvidos no atentado. O número de mortos também diverge, com diferentes fontes apontando entre 19 e 30.

Tiroteios e explosões foram ouvidos enquanto guardas de segurança enfrentavam os militantes. Há relatos de que quatro homens armados vestiam coletes suicidas e foram mortos.

Um porta-voz da equipe de resgate, Bilal Ahmad Faizi, disse que 19 corpos foram recuperados, incluindo de estudantes, guardas, policiais e de pelo menos um professor, identificado pela mídia como Syed Hamid Husain. Muitos dos mortos foram aparentemente baleados na cabeça, mostraram imagens de TV.

Mais cedo, Umar Mansoor, um comandante do Talibã paquistanês e o mentor de um massacre de estudantes em dezembro de 2014, reivindicou a responsabilidade pelo ataque e disse que quatro de seus homens participaram da ação.

Os militantes armados atacaram enquanto a universidade se preparava para um recital de poesia na quarta-feira à tarde em comemoração ao aniversário da morte de Khan Abdul Ghaffar Khan, um popular ativista do grupo étnico Pashtun e que deu o nome à universidade.

ATIRADORES DISPARARAM EM SALAS DE AULA

Os militantes aproveitaram a neblina para escalar os muros da Universidade Bacha Khan. Em seguida, entraram em prédios e abriram fogo contra os alunos e professores em salas de aula e em alojamentos, disse a polícia.

Estudantes relataram à mídia local que viram vários jovens armados com AK-47 invadindo o alojamento universitário onde muitos estudantes estavam dormindo.

— Os professores nos disseram para sair imediatamente. Algumas pessoas se esconderam no banheiro — relatou um estudante não identificado a um canal de notícias a partir de uma cama de hospital em Charsadda.

O Itamaraty condenou o ataque: “Ao manifestar sua solidariedade ao povo e ao Governo do Paquistão e transmitir suas condolências às famílias das vítimas, o Brasil reitera seu firme repúdio a toda e qualquer forma de terrorismo, independentemente de sua motivação”, afirmou em nota.

No ataque de dezembro de 2014, homens armados do Talibã mataram 130 alunos em uma escola de gerência militar nas proximidades de Peshawar. Charsadda fica a cerca de 50 km da cidade.

Equipe de resgate leva homem ferido para hospital em Charsadda – HASHAM AHMED / AFP
Khalifa Umar Mansoor, líder de uma facção do Talibã, a Hakimullah Mehsud, reivindicou a autoria do atentado, afirmando que “quatro suicidas nossos executaram o ataque contra a Universidade Bacha Khan”. Ele disse que foi uma resposta à execução, em dezembro, de outros quatro militantes do grupo condenados pelo ataque à escola em Peshawar, em dezembro de 2014. Há também a informação de que a ofensiva foi uma represália a operações do Exército nas zonas tribais próximas da fronteira com o Afeganistão. Entretanto, Muhammad Khurasani, um porta-voz do Talibã, anunciou que os autores do ataque “não islâmico” serão julgados e condenados em nome da sharia (a lei islâmica).

— O Talibã considera os estudantes em instituições não militares o futuro da nossa jihad, e não iríamos matar recrutas em potencial — afirmou Khurasani, insistindo que o mulá Fazlullah, líder do Talibã paquistanês, não tinha nada a ver com o ataque.

A ausência de um comunicado de Fazlullah, que se acredita estar escondido no Afeganistão, indica que o atentado pode ter sido realizado por um comandante local atuando de forma independente. O nome da universidade homenageia um dos líderes políticos seculares do Paquistão, Khan Abdul Ghaffar Khan, apelidado de Bacha Khan, morto em 1988. Ele foi um dos aliados de Mahatma Gandhi na resistência não violenta contra o colonialismo britânico, e fundou o secular e esquerdista Partido Nacional Awami, que se opunha categoricamente ao Talibã e a outros movimentos islamistas. Ontem, foi o 28º aniversário de morte de Ghaffar Khan.

O atentado mostra que os militantes mantêm a capacidade de realizar ataques no Paquistão, apesar da retaliação antiterrorista em todo o país.

— Estamos determinados em nosso compromisso de acabar com a ameaça do terrorismo — afirmou o premier Nawaz Sharif direto da Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial.

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Exército afegão recupera distrito ocupado pelos talibãs

O exército do Afeganistão recuperou neste domingo um distrito estratégico na fronteira com o Tadjiquistão que tinha sido capturado pelos talibãs em outubro do ano passado, dias depois que a região sofreu um forte terremoto.

O distrito de Darqad, na província de Takhar, ficou “completamente sob controle das forças de segurança” afegãs no começo da manhã local, segundo informou em comunicado o Ministério da Defesa do Afeganistão.

Na operação para reconquistar o distrito, que continua em algumas áreas remotas, morreu um soldado e outros dois ficaram feridos, acrescentou o Ministério da Defesa.

Além disso, cerca de 40 talibãs morreram, entre eles o chefe dos insurgentes na área, Mawlawi Kamal Haidar, e outros nove foram capturados, afirmou uma porta-voz da Direção Independiente de Governança Local, Munera Yousufzada, em comunicado.

“Nas próximas horas a bandeira nacional será içada nas sedes sociais do distrito”, com o que se dará por concluída a operação, assegurou a porta-voz do organismo que se ocupa de fazer funcionar os governos das 34 províncias afegãs.

O distrito de Darqad tinha sido tomado pelos talibãs no dia 28 de outubro, dois dias depois que um terremoto de 7,5 graus com epicentro na vizinha província de Badakhshan causou cerca de 400 mortos e mais de 2.400 feridos no Afeganistão e no Paquistão.

A ofensiva dos talibãs para recuperar áreas estratégicas no Afeganistão se centra atualmente na província de Helmand, no sul do país, essencial como fonte de recursos por produzir grande parte do ópio afegão e como passagem estratégica nas comunicações com o vizinho Paquistão, onde podem se refugiar das forças afegãs.

http://noticias.terra.com.br/mundo/oriente-medio/exercito-afegao-recupera-distrito-ocupado-pelos-talibas,01fc6f200b85db58924e2571c248ea94d4zfzoh4.html