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Seis migrantes sequestraram e mantiveram belga como escrava sexual por meses

As autoridades italianas estão investigando as alegações de uma mulher belga de 32 anos que afirma ter sido sequestrada por seis migrantes e forçada à escravidão sexual por dois meses.

A vítima de 32 anos alegou ter sido sequestrada por seis imigrantes tunisianos e mantida de janeiro a fevereiro de 2017 na cidade de San Remo, na Riviera Italiana.

Investigadores dizem que a mulher, que mora na Côte d’Azur, se aproximou de um dos homens envolvidos que se ofereceram para vender drogas na noite de 10 de janeiro.

O homem aproveitou a oportunidade para forçar a mulher a ir a uma das casas dos migrantes, onde ela disse que foi repetidamente estuprada enquanto estava amarrada a uma cama.

Segundo a vítima, os seis homens eram todos da Tunísia e tinham entre 23 e 50 anos de idade.

Ela também descreveu que um deles iria ficar de guarda na casa para se certificar de que ela não teria oportunidade de escapar e, em seguida, os homens começaram não só revezando nos estupros, mas também cobraram de outros homens para estuprá-la também. 

A mulher acabou sendo libertada e os seis homens foram todos presos. A vítima deve testemunhar no caso em uma audiência marcada para o dia 25 de janeiro.

Imagem e informações Voice of EuropeVoice of Europe

Mulheres tunisianas marcham por direitos de herança iguais aos homens

Centenas de mulheres foram às ruas na capital tunisiana no sábado para exigir direitos de herança iguais aos homens, um assunto que muitas vezes é visto como um tabu no mundo árabe.

O país muçulmano do norte da África concede às mulheres mais direitos do que outros países da região, e desde o ano passado permitiu que as mulheres muçulmanas se casem com homens não-muçulmanos.

Mas os manifestantes que marcharam para o prédio do parlamento em Túnis no sábado disseram que queriam direitos como as mulheres europeias tendo acesso aos mesmos direitos de herança.

Juntamente com alguns homens, as mulheres gritaram slogans como “em um estado civil, eu tomo exatamente o que você toma”, exigindo o fim das leis de herança baseadas na lei islâmica. Isso geralmente concede aos homens o dobro do que as mulheres recebem.

Kaouther Boulila, um ativista, disse:

É verdade que as mulheres tunisianas têm mais direitos em comparação com outras mulheres árabes, mas queremos compará-los com os direitos das mulheres europeias. Nós apenas queremos nossos direitos.

Em agosto, o presidente Beji Caid Essbsi, político secular, criou uma comissão para redigir propostas para promover os direitos das mulheres.

Leia: Tunísia gastará mais US $ 70 milhões em pobres após protestos e 800 prisões

A Tunísia foi aclamada como a única história de sucesso da “primavera árabe” após as liberdades políticas introduzidas com a expulsão de Zine El Abidine Ben Ali, em 2011.

O crescimento econômico tem sido decepcionante, no entanto, com o alto desemprego levando muitos jovens tunisianos a se juntaram ao levante no exterior.

Este relatório foi recebido da Reuters.

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Com informações e imagens de Middle East Monitor

A Herança da Cultura do Ódio

  • “Eu odeio os cristãos e os judeus. Não sei porque. Não tenho nenhum motivo aparente para odiá-los, mas eu sempre ouço minha mãe falar mal deles. Ela também os odeia e é por isso que eu os odeio, acho eu. Mamãe sempre me disse que os muçulmanos são o povo escolhido por Alá” — F., uma menina tunisiana de 15 anos de idade.

  • “Eles diziam que aqueles que não são muçulmanos merecem morrer e que não devemos ter nenhuma piedade para com eles. De um jeito ou de outro eles queimarão no inferno”. — M., um menino tunisiano de 16 anos de idade.
  • Pessoas que não leem tendem a temer o que não entendem e esse medo pode se transformar em suspeição, agressão e ódio. Estas pessoas precisam preencher o vazio para remover o desconforto, então elas se voltam para o terrorismo para criar uma meta em suas vidas: defender o Islã.
  • Como a maioria dos tunisianos não lê, assiste muito à TV. “Depois de assistir a série Hareem Al Sultan, eu queria ser uma das concubinas do sultão e viver na época do Império Otomano, eu queria ser como elas”, revelou S., uma menina de 14 anos de idade.

Um relatório do Pew Research Center publicado em 2013, intitulado: “Religião, Política e Sociedade dos Muçulmanos no Mundo“, explora as atitudes e opiniões dos muçulmanos ao redor do mundo em matéria de religião e seu impacto na política, ética e ciência.

Em uma sondagem realizada entre novembro e dezembro de 2011 foram entrevistados 1450 tunisianos muçulmanos de todas as 24 províncias da Tunísia. De acordo com o estudo, 50% dos tunisianos consideram estar em conflito entre a religião e o mundo moderno. Segundo o levantamento, 32% dos tunisianos consideram o divórcio antiético — o maior índice do mundo árabe e muçulmano — se comparado com os 8% do Egito, 6% do Líbano e 3% da Jordânia. Apesar de 46% dos entrevistados responderem que a religião é compatível com o mundo moderno, o estudo indicou que a população da Tunísia está mais propensa a defender a escolha individual — com 89% a favor — do uso da nicabe (véu que cobre o rosto).

Na mesma linha, com base no relatório das Nações Unidas e segundo o levantamento da Quilliam Foundation em 2014, os terroristas tunisianos representam o maior contingente (3.800) dos terroristas estrangeiros acantonados na Síria e no Iraque. As autoridades sírias também confirmaram que os terroristas tunisianos já ultrapassam a marca dos 10.000, de um total de 48.000 terroristas em território sírio.

Quais são as principais razões para que haja um índice tão elevado de terroristas da Tunísia?

As religiões, em geral, atuam como faca de dois gumes: elas contribuem na resolução de muitos problemas sociais e ajudam a promover segurança e proteção, devido à imposição de leis éticas. Espera-se que a maioria das pessoas não cometa crimes por temer a Deus e a sua punição. A religião também pode representar segurança e estabilidade psicológica para determinadas pessoas que precisam ser tranquilizadas pela crença de que uma força ilimitada de bondade toma conta delas.

Por outro lado, muitas pessoas têm interpretado mal a religião — às vezes de forma deliberada, às vezes não — tantas outras vezes criam conflitos entre etnias e religiões, como o conflito entre judeus e muçulmanos. A religião, portanto, também tem sido usada para incitar a violência, o ódio e as guerras — assim como o faz o ISIS, um grupo jihadista salafista, que está recrutando cada vez mais soldados do mundo inteiro.

A maioria dos jihadistas é doutrinada desde a mais tenra infância por intermédio de programas de televisão. Por exemplo, o Spacetoon, um programa infantil da TV árabe, criou uma personagem chamada Fulla. O programa normalmente mostra Fulla como uma pessoa devota, rezando, usando a hijab — imagem esta que influencia um grande número de crianças. Y., uma menina de 15 anos, explica:

“Quando eu era mais jovem, com sete ou oito anos de idade, eu costumava assistir Fulla e pedir à minha mãe para usar uma hijab como ela, uma vez que eu achava que era assim que uma mulher deveria se vestir. Eu também tentei usar a hijab diversas vezes e pedia à minha mãe para me deixar usá-la”.

Os jardins de infância também desempenham um importante papel na doutrinação das crianças.

“No jardim de infância os professores costumavam contar como nós seríamos punidos depois da morte, como queimaríamos no inferno se nos comportássemos mal. Tive tanto medo ao ouvir essas histórias que imaginava cenas terríveis na minha cabeça”, segundo relatou T., um menino de 15 anos de idade.

As escolas na Tunísia lecionam educação religiosa compulsoriamente logo no 1º ano do ensino fundamental, para ajudar as crianças a descobrirem e compreenderem os fundamentos da sua religião.

“Eu costumava colar nas provas de educação religiosa que ocorriam no final de cada período,” disse E., uma menina de 15 anos de idade.

“Eu não colava porque eu era preguiçosa, mas porque tínhamos apenas uma hora a cada período para estudar teologia na classe, na qual o professor nos dava uma longa surata (capítulos do Alcorão) e algumas citações do Hádice do profeta. Não entendíamos nada durante a aula, alguns de nós decoravam os textos sem entender seu significado. Outros colavam porque não conseguiam aprender algo que não entendiam. O problema é que a escola não nos dava a oportunidade de saber nada sobre outras religiões, já que os judeus e os cristãos são considerados para a maioria dos muçulmanos kuffar (infiéis)”.

Esta cultura de ódio herdada em relação às outras religiões criou uma forma extremista de pensamento e um sentimento de superioridade.

“Eu odeio os cristãos e os judeus. Não sei porque. Não tenho nenhum motivo aparente para odiá-los, mas eu sempre ouço minha mãe falar mal deles. Ela também os odeia e é por isso que eu os odeio, acho eu. Mamãe sempre me disse que os muçulmanos são o povo escolhido por Alá”, disse F., uma menina de 15 anos de idade.

“Depois do ataque em Nice, vi amigos meus nas redes sociais expressando desaprovação em relação àqueles que demonstravam empatia para com as vítimas. Eles diziam que não muçulmanos merecem morrer, que não devemos ter nenhuma piedade para com eles. De um jeito ou de outro eles queimarão no inferno”, disse M., um menino de 16 anos de idade.

Essa maneira extremista de pensar é reforçada pelo fato de que 80% dos tunisianos não leem livros, de acordo com um estudo realizado em março de 2015. Pessoas que não leem vivem em um vazio emocional: eles tendem a temer o que não entendem e esse medo pode se transformar em suspeição, agressão e ódio. Estas pessoas precisam preencher o vazio para remover o desconforto, então elas se voltam para o terrorismo para criar uma meta em suas vidas: defender o Islã.

“Eu conheço um rapaz tunisiano que mora na Arábia Saudita com seus pais e costuma viajar para a Tunísia para passar as férias no meu bairro”, disse R., uma menina de 14 anos de idade.

“Ele era um adolescente normal de 15 anos que costumava jogar futebol com meu irmão e seus amigos. Recentemente todos notaram que o menino se isolou e começou a ler livros sobre a fé e o Islã. Um dia ele chegou para o meu irmão e seus amigos e lhes disse para pararem de jogar futebol, que futebol era haram(proibido). Logo depois, ele foi visto na vizinhança, caminhando na escuridão, lendo o Alcorão.”

Como a maioria dos tunisianos não lê, assiste muito à TV. “Hareem Al Sultan” (“harém do sultão”), uma série da TV turca é muito popular na Tunísia. A série mostra como as atraentes concubinas procuram seduzir o sultão com a dança, canto, sendo obedientes e submissas — tudo aquilo que pode incentivar as meninas a se juntarem à jihad al-nikah (“jihad sexual“), através da qual as meninas proporcionam sexo aos jihadistas.

“Depois de assistir a série Hareem Al Sultan, eu queria ser uma das concubinas do sultão e viver na época do Império Otomano, eu queria ser como elas”, revelou S., uma menina de 14 anos de idade.

“O Harém do Sultão”, uma série da TV turca, muito popular na Tunísia, mostra atraentes concubinas procurando seduzir o sultão com a dança, canto, sendo obedientes e submissas — tudo aquilo que pode incentivar as meninas a se juntarem à “jihad sexual”, através da qual elas proporcionam sexo aos jihadistas.

Todos esses fatores contribuem indiretamente para a formação do modo de pensar de um extremista e de um terrorista. Sempre achamos que é no Iraque ou na Síria que devemos lutar contra o terrorismo. Mas o campo de batalha está nas escolas, nos lares, na televisão e nas redes sociais. É lá que temos que lutar contra as ideologias extremistas e contra o ódio racial e religioso — eles são o ponto de partida de todos os terroristas.

Tharwa Boulifi, de 15 anos de idade, vive na Tunísia.

Cristãos tunisianos continuam em estado de emergência

As regras continuam sendo seguidas: ninguém pode sair às ruas no período de 20h às 5h da manhã; essas medidas de prevenção, porém, trouxeram algumas consequências

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Pela quinta vez, o governo da Tunísia declarou que continua em estado de emergência, desde novembro de 2015, logo após ataques violentos do Estado Islâmico. A liderança do país praticamente travou uma “guerra contra o terrorismo”. Há milhares de soldados tunisianos defendendo as fronteiras, com o apoio das forças armadas do Iraque, Síria e Líbia. De acordo com alguns relatórios da Reuters, os militantes planejam outro ataque em Sousse, cidade turística que já teve um confronto em um de seus hotéis, em 2015, ocasião em que 55 pessoas morreram.

A extensão do estado de emergência parece ser necessária e também justificada. As regras continuam sendo seguidas: ninguém pode sair às ruas no período de 20h às 5h da manhã. Essas medidas de prevenção, porém, trouxeram algumas consequências. O turismo foi prejudicado e a economia tunisiana teve uma forte queda. Para os cristãos, foi necessário suspender os cultos noturnos, mas eles se organizaram em reuniões domésticas para o fortalecimento da fé e manter a igreja de pé, apesar das dificuldades.

O toque de recolher em todo o território nacional é o que menos preocupa os seguidores de Cristo, que costumam enfrentar as provações com fé inabalável. “Eu sei que Deus não esquece o seu povo e ele não abandona a sua igreja. Precisamos suportar, porque Deus nos criou para viver na eternidade. A Bíblia nos diz para amar os nossos inimigos, então nós temos que espalhar o amor. Nós conhecemos a mentalidade das pessoas daqui, então nós somos os mais indicados para oferecer o amor de Jesus a elas”, disse um cristão tunisiano perseguido.

Leia também
Governo tunisiano rejeita a política islâmica
Tunísia ainda está em estado de emergência

https://www.portasabertas.org.br/noticias/2016/08/cristaos-tunisianos-continuam-em-estado-de-emergencia

Alemanha vai dificultar reunião familiar para alguns refugiados

Pessoas com “status limitado de proteção” terão que esperar dois anos para poder buscar sua família. Marrocos, Argélia e Tunísia passam a integrar lista de países considerados seguros.

Depois de semanas de discussão, os partidos que formam a coalizão de governo na Alemanha chegaram a um acordo nesta quinta-feira (28/01) sobre novas mudanças na lei de asilo. O principal ponto de discórdia era a reunião familiar de refugiados que estão em território alemão e cujos parentes estão em outros países.

Os líderes concordaram que os refugiados não poderão mais trazer automaticamente seus familiares para a Alemanha. Em alguns casos, eles terão que aguardar dois anos para poder buscar sua família. Essa regra vale para aqueles que possuem o chamado “status limitado de proteção”, ou seja, não são considerados refugiados conforme as Convenções de Genebra ou a legislação alemã, mas mesmo assim não podem ser deportados por correrem riscos no seu país de origem, por exemplo a pena de morte ou torturas.

Po outro lado, o critério da reunião familiar terá prioridade na escolha dos refugiados que serão transportados de campos na Turquia, na Jordânia ou no Líbano para Alemanha, e isso vale para todos os refugiados, incluindo os com “status limitado de proteção”. Segundo o vice-chanceler Sigmar Gabriel, em torno de 18% dos refugiados sírios se encaixam nessa categoria.

A coalizão também concordou em acrescentar Marrocos, Argélia e Tunísia à lista de países considerados seguros, o que torna mais rápida a análise do pedido de asilo e a deportação dos requerentes desses países.

Além disso, a União Democrata Cristã (CDU), o Partido Social-Democrata (SPD) e a União Social Cristã (CSU) aprovaram que requerentes de asilo que concluírem um curso profissionalizante na Alemanha terão o direito de trabalhar por dois anos no país, independentemente do seu status como refugiado.

A nova legislação prevê também que requerentes de asilo deverão contribuir com 10 euros por mês, descontados da ajuda que recebem, para o pagamento de cursos de integração e de alemão que deverão frequentar.

A organização humanitária Pro Asyl criticou as novas medidas, principalmente a dificuldade de reunião familiar. Segundo a ONG, refugiados serão obrigados a recorrer à ilegalidade para estarem perto de seus familiares.

As novas medidas fazem parte do chamado Pacote de Asilo 2 e serão agora transformadas em projeto de lei pelo governo. Depois, serão enviadas ao Parlamento, onde o governo tem ampla maioria. Para Gabriel, que é presidente do SPD, a prioridade agora passa a ser a integração dos refugiados.

CN/rtr/dpa]

http://www.dw.com/pt/alemanha-vai-dificultar-reuni%C3%A3o-familiar-para-alguns-refugiados/a-19010577

Alemanha endurece política de asilo a refugiados

Governo alemão decide dificultar entrada de imigrantes da Argélia, Tunísia e Marrocos.

BERLIM — Alvo de críticas de conservadores por sua política de portas abertas, a Alemanha mudou de postura e decidiu endurecer seu sistema de asilo a refugiados, dificultando a entrada de imigrantes de alguns países africanos. Também num movimento para conter a crise migratória, a Finlândia se uniu à Suécia e anunciou planos para deportar dezenas de milhares de imigrantes do país.

O vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, afirmou que a Alemanha iria colocar Argélia, Marrocos e Tunísia em uma lista de “países de origem segura” — o que significa que imigrantes provenientes desses lugares teriam pouca chance de ganhar asilo. Alguns imigrantes também seriam impedidos de trazer suas famílias para se juntarem a eles na Alemanha por dois anos, segundo Gabriel.

O endurecimento das regras vêm após a Alemanha, a economia mais forte da União Europeia (UE), receber cerca de 1,1 milhões de migrantes em 2015 — muitos deles refugiados que fogem do conflito na Síria.

A chanceler alemã, Angela Merkel, está sob forte pressão nos últimos meses para reverter sua política de ajuda a refugiados que fogem de guerra e perseguições, incluindo oposição de dentro de seu próprio partido.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/alemanha-endurece-politica-de-asilo-refugiados-18567072#ixzz3ydRYWAAr
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Estado Islâmico reivindica o atentado suicida em Tunis

O Estado Islâmico (EI) reivindicou a responsabilidade pelo ataque suicida de 24 de novembro de 2015 em um ônibus que transportava membros da guarda presidencial em Tunis. O ataque matou pelo menos doze pessoas e deixou muitos feridos, de acordo com várias fontes de mídia.

O EI revelou a identidade do autor: Abu Abdallah Al-Tunisi. Não está ainda claro se al-Tunisi foi capaz de entrar no ônibus.

O EI também alertou aos “tiranos” da Tunísia que não terão segurança enquanto a Sharia não for respeitada no país.

Este é o primeiro grande ataque do EI em Tunis desde que ele reivindicou o ataque mortal contra o Museu Nacional Bardo, em Março de 2015.

Em junho passado, a EI também tinha reivindicado a responsabilidade por um ataque no resort tunisina de Sousse, que fez cerca de 40 vítimas, em sua maioria ocidentais. [1]

Nota:

[1] Ver relatório MEMRI JTTM ISIS reivindica a responsabilidade por ataque a Tunísia, 27 jun 2015

http://www.memri.fr/2015/11/26/letat-islamique-revendique-lattentat-suicide-a-tunis/

Tunísia declara estado de emergência e toque de recolher após ataque

Túnis, Tunísia, 24 Nov 2015 (AFP) – O presidente tunisiano, Béji Caïd Essebsi, declarou estado de emergência no país e toque de recolher na região metropolitana de Túnis, nesta terça-feira, depois do atentado a um ônibus da guarda presidencial.

O atentado deixou pelo menos 12 mortos, e outras 20 pessoas ficaram feridas.

“Em vista desse acontecimento doloroso, dessa grande tragédia (…) eu proclamo estado de urgência por 30 dias, nos termos da lei, e toque de recolher na região metropolitana de Túnis, a partir das 21h (horário local) e até as 5h (horário local)”, declarou o chefe de Estado em um breve pronunciamento em rede nacional.

O porta-voz da Presidência, Moez Sinaui, disse à AFP que o toque de recolher será mantido “até nova ordem”.

As autoridades classificaram o episódio como “atentado”.

O primeiro-ministro tunisiano, Habib Essid, e o ministro do Interior, Najem Gharsallim, dirigiram-se para o local da tragédia.

A segurança foi reforçada na avenida Habib Burguiba, nos arredores do local da deflagração e endereço do Ministério do Interior.

De Washington, o presidente francês, François Hollande, condenou hoje “nos mais duros termos” o “covarde” atentado, de acordo com nota divulgada pelo Palácio do Eliseu.

“Em Túnis, assim como em Paris, é o mesmo combate para a democracia contra o obscurantismo”, ressalta Hollande.

“A França está, mais do que nunca, ao lado da Tunísia, de suas autoridades e de suas forças de segurança, nesses momentos dolorosos”, completou o comunicado.

Em entrevista ao Canal+, transmitida nesta terça à noite, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, também reagiu ao ataque, destacando que “todas as democracias são alvo do terrorismo”.

“A democracia tunisiana é, de novo, atacada, motivo pelo qual temos de defender e compreender que todas as democracias são, hoje, alvo do terrorismo, qualquer que seja ele, e, sobretudo, do Daesh (acrônimo em árabe do Estado Islâmico)”, declarou Valls.

“Por que atacam a Tunísia? Porque é um exemplo, é uma Primaverá Árabe bem-sucedida, graças à juventude e ao povo tunisiano. É o contra-exemplo que alguns querem abater, então, é preciso apoiar essa democracia que enfrenta com muita coragem inúmeros desafios e, principalmente – o desafio terrorista”, completou o premiê.

Pelo menos 12 pessoas morreram, e outras 16 ficaram feridas, na explosão de um ônibus da guarda presidencial tunisiana em Túnis, na tarde desta terça. De acordo com o porta-voz da Presidência, Moez Sinaoui, tratou-se de “um atentado”.

Um funcionário do Ministério do Interior disse à AFP que a deflagração aconteceu perto de uma das principais vias da capital.

O ônibus ficou quase todo carbonizado, perto da avenida Mohamed-V, nos arredores de um cruzamento que foi cercado. Várias ambulâncias, bombeiros e forças de segurança seguiram para o local.

“A maioria dos agentes que estavam no ônibus está morta”, informou uma fonte de segurança.

Até o momento, o Ministério do Interior não divulgou o número de pessoas a bordo do veículo. Também não se sabe ainda a motivação do ataque.

A Tunísia foi alvo de vários ataques ao longo deste ano, entre eles dois sangrentos atentados contra o Museu do Bardo, em Túnis, em março passado, e contra um hotel perto de Sousse, no final de junho. Neste último, morreram pelo menos 60 pessoas.

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2015/11/24/tunisia-declara-estado-de-emergencia-e-toque-de-recolher-apos-ataque.htm

Decapitação de pastor de 16 anos por jihadistas comove a Tunísia

Um pastor de 16 anos foi decapitado na sexta-feira passada por jihadistas na região tunisiana de Sidi Buzid quando cuidava seu rebanho de ovelhas nas ladeiras de uma montanha.

Mabruk Soltani foi executado porque negou a entregar seus animais aos jihadistas.

Os assassinos obrigaram seu primo, Chokri, de 14 anos, testemunha do crime, a levar a cabeça de Sidi a seus pais, segundo fontes da família e do ministério do Interior.

A chegada de Chokri, coberto de sangue, com a cabeça de seu primo em uma bolsa causou horror à família, que alertou imediatamente as forças de segurança, que demoraram horas para chegar.

A cabeça do menor teve de ser colocada numa geladeira, segundo contou o irmão mais velho do pastor.

No dia seguinte, a família, desafiando o perigo e o medo, subiu a montanha para recuperar o corpo do filho, que foi encontrado custodiado pelos cães pastores.

O primeiro-ministro tunisiano Habib Essid admitiu a demora e o erro das forças de segurança.

O assassinato do adolescente, o segundo de um civil em um mês, não foi reivindicado, nem pelo Falange Okba Obn Nafaa, principal grupo armado tunisiano vinculado à Al-Qaeda.

Durante o fim de semana, o exército lançou uma operação no monte Mghilla, durante a qual matou ao menos um suposto jihadista.

Desde a vitória da revolução em 2011, a Tunísia registra um aumento das atividades jihadistas.

Dezenas de policiais e militares e 59 turistas estrangeiros morreram este ano em dois atentados reivindicados pelo grupo Estado Islâmico (EI).

https://br.noticias.yahoo.com/decapita%C3%A7%C3%A3o-pastor-16-anos-jihadistas-comove-tun%C3%ADsia-154030280.html

Por que o Nobel da Paz premiou o ‘caso de sucesso’ da Primavera Árabe

Surpreendente para muitos, a escolha do pouco conhecido Quarteto de Diálogo Nacional da Tunísia para receber o Prêmio Nobel da Paz de 2015 na verdade foi o reconhecimento por uma conquista bem mais aparente: primeiro palco da chamada Primavera Árabe, a onda de protestos que em janeiro de 2011 varreu alguns países do norte da África e do Oriente Médio, a Tunísia é o único bom exemplo em meio a um cenário de caos.

Foi na Tunísia que o vendedor de frutas Mohamed Bouazizi ateou fogo ao próprio corpo em 2011, ao não conseguir permissão para regularizar sua banca de venda de frutas. Essa foi essa fagulha que deu início a uma série de protestos contra regimes ditatoriais no Oriente Médio e norte da África.

Ao contrário de vizinhos como Egito e a Líbia, hoje mergulhados em problemas políticos ou sob a ameaça mais significativa do extremismo político-religioso, a Tunísia alcançou um nível de estabilidade em sua transição para uma democracia, quatro anos depois dos eventos que levaram à renúncia de Zine El Abidine Ben Ali, o presidente que durante mais de uma década tinha governado o país com mão de ferro.

Ainda que nos últimos meses o país tenha sido alvo de atentados tanto contra seu Parlamento quanto um em um de seus balneários turísticos (em junho, quando mais de 30 estrangeiros foram mortos a tiros por um militante islâmico em Sousse), a Tunísia conseguiu frear o que parecia uma descida rumo à anarquia em 2013.

Leia também: Racha entre muçulmanos se torna força mais perigosa no Oriente Médio

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Image captionIntegrantes do Quarteto de Diálogo Nacional são desde sindicalistas a advogados

Analistas internacionais viram o país à beira de uma guerra civil. Mas a coalizão de lideranças sindicais, empresários, advogados e ativistas de direitos humanos conseguiu intermediar um diálogo entre o governo, liderado pelo partido islamista Ennahda, e a principal força de oposição, o Nidaa Tounes.

A Tunísia aprovou uma nova Constituição e, no ano passado, realizou sua segunda eleição geral desde a queda de Ben Ali.

Enquanto isso, o Egito teve um golpe militar que derrubou o presidente islamita Mohammed Morsi, a Líbia está fragmentada e se tornou um local de atuação de grupos extremistas como o autodenominado “Estado Islâmico”. Iêmen e Síria estão mergulhados em guerra civil.

‘Avanço da paz’

O perigo do extremismo ainda ronda a Tunísia, sobretudo por conta das infiltrações de militantes baseados na Líbia.

“Mas o quarteto possibilitou o avanço do processo de paz. Vivíamos uma crise política que poderia facilmente se transformar em guerra civil. Temos a esperança de que o prêmio não seja algo apenas simbólico para a Tunísia”, disse Amna Guellalli, diretora da ONG Human Rights Watch no país.

“O quarteto foi formado em 2013, quando o processo de democratização estava em perigo de colapso, como resultado de assassinatos políticos e amplos distúrbios sociais”, disse o comitê do Nobel em comunicado nesta sexta. “Estabeleceu-se como uma alternativa, um processo político pacífico em um momento em que o país estava à beira da guerra civil.”

Ao mesmo tempo, diz o comitê, em outros países do norte africano e do Oriente Médio, “a luta pela democracia e por direitos fundamentais está estagnada ou sofreu revezes”.

Leia também: Pobres e ‘mulas’: os três jovens de Foz do Iguaçu presos com cocaína no Egito

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Image captionO índice de desemprego na Tunísia é de quase 15%

Mas, e politicamente o país está mais estável, a economia não seguiu o mesmo ritmo.

Embora tenha projeções de crescimento de 3,7% para 2015, a Tunísia enfrenta um alto índice de desemprego (15%).

E o atentado de junho no resort de Sousse atingiu ainda mais a indústria do turismo, que de maneira direta e indireta é responsável pelo ganha-pão de quase 20% dos 10 milhões de tunisianos, bem como contribui para 14% do PIB do país.

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/10/151009_nobel_tunisia_explainer_fd